Não é fácil, para quem, habitualmente,
percorreu outras andanças, longe do mundo confuso e pouco credível da política, tirar uma conclusão muito elaborada dos resultados
das eleições na Grâ-Bretanha, a não ser as que qualquer mediamente atento
observador possa fazer.
O anterior Primeiro Ministro, Gordon, perdeu
um referendo, com o qual se comprometeu, sobre a manutenção ou não na União Europeia, por uma muito pequena
margem.
Sairam-lhe as contas furadas. Mas sem que isso o obrigasse a demitir-se, fê-lo
porque ir gerir um processo de saída contra o qual fizera campanha, não faria
sentido algum.
Foi então que apareceu a Teresa May de quem
julgo lembrar-me como europeísta. Mas deve ser confusão minha…
E porque a margem era mínima, o que dá pouca
força a quem precisa de muita nas tarefas que tem pela frente, julgou Teresa
que novas eleições lhe poderiam dar outra capacidade que não tinha para as
negociações de um Brexit que não vão ser nada fáceis.
Mas sempre houve quem julgou ir buscar lã e sair
tosquiado. Também as contas dela se furaram e, agora, nem da magra vantagem que possuía já
dispõe.
Sendo Teresa May o rosto do próprio Brexit, que
significado terá o resultado que alcançou e apenas lhe vai permitir governar
com o apoio de um partido irlandês ultra liberal que duvido a apoie muito nas
difíceis negociações?
Parece-me outra geringonça mais desengonçada.
Será benéfico para os britânicos entrar,
deste modo, em negociações em que arriscam muito e para as quais os europeus se
dizem preparados afirmando que o relógio da contagem decrescente não pára?
Além do mais, a factos sucedem-se factos que
parecem virar o mundo de pernas para o ar e, por isso o tornam cada vez mais
diferente de como estávamos habituados a que fosse.
Será o melhor momento para tomar decisões destas?
Será mesmo que a maioria dos britânicos está
convencida das vantagens de um afastamento?
Talvez pensem poder fazer o papel próprio dos
testículos “colaboram mas não entram”, mas não parece que seja o caso.
Tudo depende da Europa, se, finalmente,
resolveu ser Europa ou não e a hora não é mais fácil para a Europa das hipocrisias, tal como tem sido.
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