ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sábado, 10 de junho de 2017

OS TESTÍCULOS DA EUROPA



Não é fácil, para quem, habitualmente, percorreu outras andanças, longe do mundo confuso e pouco credível da política, tirar uma conclusão muito elaborada dos resultados das eleições na Grâ-Bretanha, a não ser as que qualquer mediamente atento observador possa fazer.
O anterior Primeiro Ministro, Gordon, perdeu um referendo, com o qual se comprometeu, sobre a manutenção ou não na União Europeia, por uma muito pequena margem.
Sairam-lhe as contas furadas. Mas sem que isso o obrigasse a demitir-se, fê-lo porque ir gerir um processo de saída contra o qual fizera campanha, não faria sentido algum.
Foi então que apareceu a Teresa May de quem julgo lembrar-me como europeísta. Mas deve ser confusão minha…
E porque a margem era mínima, o que dá pouca força a quem precisa de muita nas tarefas que tem pela frente, julgou Teresa que novas eleições lhe poderiam dar outra capacidade que não tinha para as negociações de um Brexit que não vão ser nada fáceis.
Mas sempre houve quem julgou ir buscar lã e sair tosquiado. Também as contas dela se furaram e, agora, nem da magra vantagem que possuía já dispõe.
Sendo Teresa May o rosto do próprio Brexit, que significado terá o resultado que alcançou e apenas lhe vai permitir governar com o apoio de um partido irlandês ultra liberal que duvido a apoie muito nas difíceis negociações?
Parece-me outra geringonça mais desengonçada.
Será benéfico para os britânicos entrar, deste modo, em negociações em que arriscam muito e para as quais os europeus se dizem preparados afirmando que o relógio da contagem decrescente não pára?
Além do mais, a factos sucedem-se factos que parecem virar o mundo de pernas para o ar e, por isso o tornam cada vez mais diferente de como estávamos habituados a que fosse.
Será o melhor momento para tomar decisões destas?
Será mesmo que a maioria dos britânicos está convencida das vantagens de um afastamento?
Talvez pensem poder fazer o papel próprio dos testículos “colaboram mas não entram”, mas não parece que seja o caso.
Tudo depende da Europa, se, finalmente, resolveu ser Europa ou não e a hora não é mais fácil para a Europa das hipocrisias, tal como tem sido.


Sem comentários:

Enviar um comentário