Aproveito a pergunta que o jornal "O Público"
faz na sua primeira página, por ser aquela que me parece a mais adequada nas
circunstâncias que vivemos e se tornaram já notícia em todo o mundo.
A tragédia de Pedrogão Grande é, sem dúvida
uma das maiores que vi acontecer em Portugal ao longo da minha vida, sempre
ouvindo falar no que é preciso fazer para evitar que coisas destas aconteçam, pelo
menos desta maneira, mas jamais dando conta de que alguma coisa se faça, para além
dos bons negócios que alguns fazem.
A propósito desta desgraça, Marcelo, o
Presidente andante, disse que este incêndio “atingiu os portugueses de quem
menos se fala”, o que não é verdade porque vejo os políticos a falar neles
constantemente, nos pobres e nos marginalizados, nas preocupações que por eles
dizem ter, nas promessas que lhes fazem quando precisam do seu voto e nas
migalhas que, uma vez por outra, lhes dão mas pelos quais nunca fazem o que,
verdadeiramente, necessitam.
Estão naquele interior ignorado que não conta
para as estatísticas nem para quase nada e que, pelo andar que as coisas levam,
se aproxima perigosamente de um deserto.
Se Marcelo pensasse um pouco mais, talvez
dissesse que esta desgraça atingiu
aqueles com quem menos nos preocupamos, aqueles que não contam para nada ou
contam para muito pouco e de quem apenas nos lembramos em situações como esta
para, uma vez mais, lhes prometermos o que jamais faremos!
Não me pareceu, desta vez como já me não
pareceu de algumas outras, que o combate ao incêndio tenha sido bem orientado,
nem que nele tenham sido empenhados, na melhor oportunidade, os meios adequados
às consequências previsíveis em função da exiguidade de água quer no solo quer
no ar.
Infelizmente, os políticos não repararam,
ainda, nesta realidade que a “economia predadora” que se esforçam por fazer
crescer, as alterações climáticas, que nos irão causar sérios amargos de boca.
E a propósito, refiro aqui algo que ouvi
alguém citar e resume bem o que já por tantas vezes aqui disse “enquanto os
políticos não escutarem a Ciência, a burrice andará sempre por aí”.
Talvez esteja aqui a resposta à pergunta que “O
Público” faz!
Voltando ao Senhor Presidente que afirma que está a ser feito tudo quanto seria necessário e possível, digo-lhe que não é verdade porque isso já deveria ter começado a ser feito há muito tempo.
Voltando ao Senhor Presidente que afirma que está a ser feito tudo quanto seria necessário e possível, digo-lhe que não é verdade porque isso já deveria ter começado a ser feito há muito tempo.
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