ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 20 de junho de 2017

E AGORA? O COSTUME, NÃO É VERDADE?



Dentro deste carro estavam pessoas aflitas, amedrontadas, adultos e crianças que, desesperadamente, tentavam escapar do inferno em cujo fogo acabaram por ser consumidas!
Não são nem podem ser lisonjeiras as apreciações que lá fora se fazem a propósito do que acontece em Portugal no período dos incêndios florestais.
A Tragédia de Pedrógão deixou todos profundamente impressionados e mostrou ao mundo a nossa incapacidade para enfrentar estes acontecimentos, por mais esforçados que sejam os homens que lhes fazem frente e, até com risco da própria vida, tentam defender outras vidas e os seus bens que as chamas, impiedosamente, vão consumindo.
A “riqueza” que estes incêndios consomem a cada ano que passa é enorme, mas, sobretudo, os danos que causam às suas vítimas humanas são demasiado pesados, muitas vezes deixando na miséria absoluta quem por eles é afectado.
Ano após ano se criticam as causas destes infernos a que tanta gente é condenada em vida, se fala de planos e de preparação que não permitam que tudo, de novo, se repita, mas parece que os primeiros pingos de chuva que Setembro ainda continua a trazer-nos e apagam os últimos fogos, lavam, também, a lembrança daquilo que tantos sofreram e tudo continua na mesma.
Desta vez a crítica alargou-se ao mundo inteiro que fala de  "inoperância e alarmante falta de recursos do Estado luso para fazer frente aos incêndios florestais, um flagelo que o assola todos os anos".
No conceituado diário espanhol El Mundo, alguém escreve que "É inaceitável que, no século XXI, um incêndio num país da União Europeia provoque tantas fatalidades. Tendo em conta, sobretudo, os incidentes dos últimos anos. Este terrível episódio prova que Portugal não está pronto para enfrentar o fogo. Não tem realizado o trabalho de prevenção adequado, nem tem um dispositivo ideal para controlar, delimitar e extinguir os incêndios, o que revela não só a ineficácia dos seus equipamentos, como uma preocupante falta de meios".
Não é o primeiro ano que críticas deste tipo nos são feitas.
Não sei o que sucederá ainda mais este ano com os níveis de secura em que Portugal, um país territorialmente desorganizado, se encontra e com os fenómenos meteorológicos variáveis que um Verão quente e seco nos promete.
Aliás esta será mais uma das consequências das alterações climáticas às quais se não presta a atenção devida e até o que dizem ser o “homem mais poderosos do mundo” considera uma invenção.
A Humanidade está, infelizmente, entregue ao governo de homens sem o conhecimento e a inteligência que as dificuldades crescentes exigiriam para serem superadas.

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