Agora parece não haver dúvidas de que a
enormidade da tragédia que a História registará como a de Pedrógão Grande, não
seria tão grande se, ao contrário do que disseram o Presidente da República, o
Primeiro Ministro e outros responsáveis, tivesse sido feito todo o era preciso
fazer e tudo o possível para combater o terrível incêndio que, afinal, também
não terá sido um raio de uma trovoada seca o que o provocou.
Não houve os cuidados que, para evitar ou
minimizar incêndios, deveria ter havido quer quanto ao ordenamento da mata,
cada vez mais dominada por eucaliptos e pinheiros quer quanto à limpeza da
qual, num país com centenas de milhar de desempregados, parece não haver quem
cuide, nem foram disponibilizados os meios necessários para evitar, sequer, que
o não fechar de uma estrada entalada entre fiadas densas de eucaliptos fosse
causa de dezenas de mortes, entre aqueles que, por ela, tentaram fugir do que
poderia matá-los! Será, para sempre, a “estrada da morte” esta estrada 236.
E eu pergunto-me o que, afinal, andaram por
ali a fazer pessoas que deveriam garantir a segurança e a tranquilidade que não
houve, mesmo dizendo que a havia. Deveriam garantir que seria feito tudo para
que a tragédia não tivesse esta dimensão e tanta gente não tivesse sofrido o
que sofreu e sofre.
Como poderemos, deste modo, ter confiança
naqueles a quem compete zelar pelo que é nosso, pela nossa segurança, pela
nossa vida até?
A culpa foi do SIRESP cujas falhas alguém responsável
garantiu terem sido poucas e com duração não superior a um minuto? Foram em boa
medida se atendermos a que durante MUITAS horas esteve indisponível.
Mas não foram, apenas estas as culpas que,
aliás, não acontecem pela primeira vez.
Afinal, neste país pode confiar-se em que e
em quem?
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