ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 3 de julho de 2017

AS CONTAS E AS CAUSAS



Consta do relatório elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, apresentado hoje em Figueiró dos Vinhos às sete Câmaras que foram afetadas pelos incêndios, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Penela, Sertã, Pampilhosa da Serra e Góis, que os prejuízos diretos dos incêndios que que deflagraram a 17 de junho ascendem a 193 milhões de euros, mas os vão custar um total de 500 milhões de euros, já que, a acrescer a esses danos diretos, há ainda 303 milhões que serão gastos em medidas de prevenção e relançamento da economia.
O mesmo relatório revela que só em Pedrógão Grande, a área de floresta ardida é de 81%, sendo de 66% e 56%, respectivamente, as áreas ardidas em Figueiró dos Vinhos e em Castanheira de Pera, também no distrito de Leiria.
Obviamente que outros prejuízos serão de levar em conta, daqueles que não há dinheiro que pague, mesmo para além das vidas que dinheiro algum recupera, porque para além dos prejuízos que os incêndios causaram há os custos de os combater que não podem deixar de ser contabilizados e correspondem aos dos meios utilizados no combate aos incêndios que começaram por ter como causa garantida um raio de uma trovoada seca que, afinal, não aconteceu no local e agora, pela hipótese de um possível arco voltaico que ninguém pode garantir que se tenha formado, mesmo assim se tornou numa nova e conveniente causa da catástrofe que aconteceu.
Um raio, um arco voltaico ou qualquer outra fantasia que se tome pela causa que fez deflagrar os terríveis e mortíferos incêndios, nada será uma razão maior do que a desorganização  e falta de limpeza da mata nacional em zonas com áreas demasiado extensas de eucaliptal e de pinhal, espécies que pelo seu crescimento rápido são de elevada importância económica, por isso com um valor político que faz esquecer os direitos de tantos cidadãos que, aos poucos, se foram desvalorizando neste país de oportunistas desumanos.
Há muito tempo que esta situação é apontada como a que deve ser rapidamente ultrapassada para evitar as catástrofes maiores ou menores que, ano após ano, acontecem.
Não são consideradas nos Orçamentos de Estado nem nos planos de organização do país, apesar de serem realidades importantes na vida de muita gente naquele interior onde vivem os de “quem menos se fala”, como disse o Presidente da República, mas que, na realidade, são aqueles em quem ninguém pensa, de cuja segurança ninguém cuida e são, porventura, o incómodo maior para esta economia egoísta e assassina de que os políticos cuidam de manter, mesmo à custa dos poucos bens daqueles que talvez fosse melhor não existirem!
De resto, para que muitas preocupações se nem para as contas do défice todos estes prejuízos vão contar. Esse sim é que é importante! O défice que causa nas pessoas... esse que se lixe.
Até quando pensam que esta economia vai durar?


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