Ainda que sendo coisas diferentes, as cativações,
tal tem como têm sido feitas, e cortes de despesa acabam por ter o mesmo efeito,
a redução da despesa do Estado em infraestruturas, no domínio social, no investimento...
Os cortes não constam, naturalmente, do
Orçamento de Estado, mas as cativações são feitas sobre verbas que dele constam
para variados fins, mas que, para que o défice se cumpra, aqueles que deveriam
fazer os investimentos aos quais se destinavam, são impedidos de fazer.
Feitas deste modo, as cativações de valores demasiado
elevados e sem disponibilização posterior das verbas bloquadas, não passam de um
artifício que compõe mas desvirtua o orçamento que, assim, não pode ser cumprido,
do que nem todos se apercebem ou só muito tarde o fazem, sobretudo quando se
cativam meios necessários para actividades essenciais do Estado, como a
segurança, a defesa, a saúde, a educação e outros compromissos assumidos em
promessas eleitorais, nas quais se prometia fazer melhor do que até aqui.
Daí os desastres que acontecem por falta de
meios ou de acções para os evitar!
Em vez de assumir este artifício de um belo
orçamento que não é para cumprir, é mais fácil culpar o anterior governo, seja
do modo que for, por todas as desgraças que aconteçam e, tal como numa célebre
fábula de La Fontaine, sempre podemos dizer ao cordeirinho que, se não foi ele,
foi o pai!
Os males acontecem, as reclamações sucedem-se
mas, afinal, de quem é a culpa de não ter sido feito o que foi prometido fazer
ou as circunstâncias exigiam que fosse feito?
O governo só não sacode a água do capote
porque o tempo tem estado muito seco…
Por isso é melhor ir de férias sossegado porque
as estatísticas que as cativações consentem, hão-de bastar para desculpar os
malabarismos feitos.
Porque em terra de cegos....
Porque em terra de cegos....
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