ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 10 de julho de 2017

CORTES E CATIVAÇÕES



Ainda que sendo coisas diferentes, as cativações, tal tem como têm sido feitas, e cortes de despesa acabam por ter o mesmo efeito, a redução da despesa do Estado em infraestruturas, no domínio social, no investimento...
Os cortes não constam, naturalmente, do Orçamento de Estado, mas as cativações são feitas sobre verbas que dele constam para variados fins, mas que, para que o défice se cumpra, aqueles que deveriam fazer os investimentos aos quais se destinavam, são impedidos de fazer.
Feitas deste modo, as cativações de valores demasiado elevados e sem disponibilização posterior das verbas bloquadas, não passam de um artifício que compõe mas desvirtua o orçamento que, assim, não pode ser cumprido, do que nem todos se apercebem ou só muito tarde o fazem, sobretudo quando se cativam meios necessários para actividades essenciais do Estado, como a segurança, a defesa, a saúde, a educação e outros compromissos assumidos em promessas eleitorais, nas quais se prometia fazer melhor do que até aqui.
Daí os desastres que acontecem por falta de meios ou de acções para os evitar!
Em vez de assumir este artifício de um belo orçamento que não é para cumprir, é mais fácil culpar o anterior governo, seja do modo que for, por todas as desgraças que aconteçam e, tal como numa célebre fábula de La Fontaine, sempre podemos dizer ao cordeirinho que, se não foi ele, foi o pai!
Os males acontecem, as reclamações sucedem-se mas, afinal, de quem é a culpa de não ter sido feito o que foi prometido fazer ou as circunstâncias exigiam que fosse feito?
O governo só não sacode a água do capote porque o tempo tem estado muito seco…
Por isso é melhor ir de férias sossegado porque as estatísticas que as cativações consentem, hão-de bastar para desculpar os malabarismos feitos.
Porque em terra de cegos....



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