Já por diversas vezes dei comigo a pensar
numa das maiores desilusões que a actividade política em Portugal recentemente me
causou, a constituição de um partido político que tinha nas suas preocupações
“Pessoas, Natureza e Animais”.
Seria um partido perfeito o que fizesse deste
conjunto de preocupações o seu verdadeiro e completo objectivo.
Dizem-no as circunstâncias que seria, assim
como a introdução ao seu programa fazia crer que o fosse.
Elegeu um representante na Assembleia da
República onde a primeira medida que apresentou, pelo menos aquela de que me
dei conta, foi acabar com o abate dos cães vadios!
Seguiram-se as toiradas, no que não mostrou
qualquer atitude inovadora e agora o caso do atropelamento de um cão por um
combóio, creio que é disto que se trata, sem que este tenha parado a sua marcha
para lhe prestar assistência.
Se eu tiver a pouca sorte de atropelar um cão
que se atravesse, subitamente, na frente do meu carro, decerto que pararei para
ir ver como ficou e, se tal se justificar, até o poderei deixar numa clínica
veterinária para que o tratem.
Mas logo dou comigo a pensar na quantidade
enorme de formigas que, no tempo quente, mato porque as piso quando ando na rua
ou uso produtos de exterminação para que não tomem conta da minha cozinha. Sei
lá se uma proposta do PNA para que preste cuidados num caso e acabe com o
extermínio no outro, não virá a acontecer.
O que não oiço é o PNA tomar partido em
tantas questões graves para a Humanidade às quais os políticos pouca ou nenhuma
atenção dispensam.
Creio que, na incapacidade já revelada de
abrangerem todos os aspectos dos seus propósitos iniciais, deveria o PNA passar
a PCT (partido de cães e de toiros), deixando as Pessoas e a Natureza para quem
saiba cuidar delas, defender os seus interesses.
E bem precisam.
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