ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 28 de julho de 2017

DEPOIS DE CASA ROUBADA… TRANCAS NA PORTA! UM PROVÉRBIO BEM PORTUGUÊS.




É um modo muito antigo o de dizer que se acha graça ao que não tem graça nenhuma.
É por isso que digo que acho graça a estes políticos que, talvez por não saberem fazer outra coisa para além de uma contabilidade “cativante” que brinca aos impostos, aos subsídios, a um Serviço Nacional de Saúde ultra carente de meios e outras coisas assim, passam a vida a brigar uns com os outros ou a dizer o que devia ser feito mas nunca o chega a ser.
A mesma coisa digo de uma Justiça que há séculos ainda não encontra outro modo de castigar criminosos do que metê-los em prisões onde refinam a “arte” e adquirem vícios, sem que, como seria de esperar, do cumprimento das penas resultasse uma reinserção social que deles fizesse cidadãos normais.
E que dizer dos Sindicatos que tudo pretendem resolver com greves, como se os seus “direitos” tivessem de ser respeitados sejam as circunstâncias quais sejam, nem que, com isso, os seus postos de trabalho naturalmente desapareçam.
Enfim, acho graça a esta incompreensão do mundo em que vivemos que a cada dia se transforma e, por isso, nos deveria levar a pensar em novos modos de fazer as coisas.
Mas tudo quanto é política há muito que não conhece outra via senão o carreirinho do cego no qual um modo sempre igual de fazer as coisas, o politicamente correcto, com uma linguagem que há muito se distanciou daquela que, de um modo claro, procura traduzir factos e ideias, fazem dela um jogo cujas regras só os políticos conhecem, aquele que faz parecer que é o que lhes convém que seja. E há sempre tolos que os acompanham. Decerto na esperança de vantagens.
E as novidades não são nenhumas como me mostra a vivência de muitas dezenas de anos, ao longo dos quais na política nada muda, desde a ambição do poder ao modo de o tentar manter ou conquistar.
Em ciclos mais ou menos longos, é sempre o mesmo o modo de fazer, sendo o grande mérito da democracia o de apressar o faz e desfaz que com as transições sempre acontecem, porque nada do que o que os outros fizeram está bem feito…
Disso encontramos o expoente máximo em Trump que parece desejar aos tempos, não assim tão distantes, em que a poluição e a miséria eram as alternativas para o nosso modo de viver.
Escolhemos a poluição fingindo que a controlamos, mas que nos conduz para um via que pode não ter regresso e que fortes danos nos causará e talvez nos obrigue a regressar ao “tempo das cavernas”.
Já imaginaram, por exemplo, os nossos pescadores quinze anos sem pescar sardinha porque o excesso de capturas colocou o peixe mais abundante em vias de extinção?
Vejo nisto um retrato fiel do que nos poderá acontecer a propósito de tudo.
Onde estão aqueles cardumes enormes que entravam até no estuário do Tejo, tão densos que quase se apanhava sardinha à mão?
Onde estará a nossa floresta dentro de muito pouco tempo, se continua a arder com a intensidade com que arde, em fogos na sua maioria ateados por pirómanos porventura a soldo de interesseiros.
Que sucederá com o nosso interior que, na pior das hipóteses não fica a mais de trezentos quilómetros do mar (!), se fica cada vez mais deserto?
As recentes tragédias em Portugal puseram a nu várias realidades, o desinteresse, a ignorância e a incapacidade dos que dizem governar-nos.
Para a política fica a contabilidade dos interesses, para o povo resta a caridade que a política não sabe, sequer, depois gerir.
A guerra continua e dizem os falsos arautos da concórdia que as tragédias não deveriam ser aproveitadas para guerras políticas e que todos nos devíamos unir para resolver os nossos mais sérios problemas!
Mas como, se a luta da laternância democrática é feita desses conflitos?
Afinal o que é governar?


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