ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

terça-feira, 18 de julho de 2017

E QUANDO, EM VEZ DE GANHAR, PERDEMOS!



Há coisas que vejo tratadas com leviandade que não merecem, assim como com uma superficialidade e oportunismo que conduz a conclusões simplistas que nos afastam da realidade que o modo preconceituoso como actuamos jamais permite alcançar.
Estou a lembrar-me das tragédias que, neste Verão, têm sido a preocupação constante neste país que é, da Europa, aquele onde, sobretudo os incêndios, mais acontecem por falta da prevenção que o ordenamento do território, infelizmente nunca feito, permitiria.
Em vez dele, a confusão a que interesses económicos egoístas dão lugar é a situação em que a nossa floresta se encontra.
Faz-me confusão como elementos de partidos que foram responsáveis por sucessivos governos, perdem tempo assacando-se, mutuamente, culpas pelo que acontece em consequência do que não foi feito, em vez de, definitivamente, reunirem forças e competências para evitar que volte a acontecer, porventura com maior intensamente ainda, como o já inevitável aquecimento global leva a prever que aconteça.
Eles devem saber, pelo menos tão bem quanto eu por que razão as coisas acontecem assim, ou ainda se não deram conta de que o que outrora tinha valor e era aproveitado na satisfação de necessidades ou reinserido nos ciclos biológicos, agora se tornou o lixo abandonado que constitui o rastilho que propaga o fogo?
Não se pode mudar de modo de viver abandonando, sem cuidados, o modo como antes se vivia.
Mas um dia aprenderemos que os “Wall Street” desta vida que não vêem mais do que dinheiro nem mais ninguém para além daqueles para quem o dinheiro é tudo, não nos livrarão da fome quando os seus excessos tiverem arrasado os recursos e o Ambiente que suportam a vida, porque esquecem que o dinheiro apenas tem valor enquanto o mais existir, as pessoas, as florestas, os campos cultivados, a solidariedade, a cooperação…
É patético ver como, depois da tragédia acontecida, o Primeiro Ministro se afadiga a exigir as investigações e os cuidados de que antes nem sequer se lembrou!
Mas é natural que quem não se preocupa com mais do que com o que possa parecer progresso, contas ou estatísticas trabalhadas, apenas se lembre das desgraças quando acontecem e então se lembre que ao longo das estradas podem existir calhas que podem acolher os cabos aéreos que os incêndios queimam, cortando as comunicações.
Por outro lado, não fala de outras coisas em que, possivelmente tem responsabilidades, como o SIRESP em cuja contratação participou, no modo como a coordenação das diversas intervenções é feita e se apressa a fazer aprovar umas leis imediatistas que não serão, de todo, aquilo de que necessitamos para sermos o país prevenido que não somos.
Esta guerra dos défices, dos juros dos empréstimos, das estatísticas de emprego, dos orçamentos cativados e das maiorias oportunistas, um dia acabará numa tragédia ainda maior do que aquelas que agora enfrentamos! Apenas porque o preconceito continua a impor-se à realidade, o que faz do futuro a brincadeira a que se joga para ver quem ganha quando, assim, perdemos todos!

Sem comentários:

Enviar um comentário