Tanto tempo depois das grandes embrulhadas que
foram a tragédia de Pedrógão e o “assalto” aos paióis de Tancos, não se
desfizeram ainda as confusões que provocaram, antes deram testemunho da pouca
atenção que os governantes prestam àqueles aspectos que alindam as estatísticas
com que pretendem demonstrar o sucesso da sua governação.
É espantado e preocupado que fico a saber que
a ajuda da União Europeia relativa aos incêndios de Pedrógão ainda não foi
prestada porque ainda não foi pedida!
Neste país onde a solidariedade dos cidadãos,
uma vez mais, não tardou a prestar o seu auxílio aos que a tragédia não poupou,
o Governo parece continuar alheio, depois de se ter mostrado bem, enquanto
vidas se perdiam e bens eram devorados pelas chamas.
Não é, ainda, oportuno recorrer à
solidariedade europeia? Sei lá como pensam estas criaturas a quem o poder torna
mesquinhas e ambiciosas, insensíveis ao sofrimento de centenas de cidadãos que
viram as suas vidas destruídas, talvez mais preocupadas em negociar se as
ajudas vão ou não afectar o défice do que a minorar o sofrimento de quem perdeu
tudo ou quase tudo!
Também o “assalto” aos paióis de Tancos
continua a ser uma história sem pés nem cabeça que só pode convencer os tolos
ou os distraídos, sobretudo depois daquela infeliz declaração final de uma
prolongada reunião entre o Governo e a Chefia das Forças Armadas que, essa sim,
foi um autêntico “soco no estômago” de quem a escutou.
Gostei de ouvir o Major (Coronel?) Vasco
Lourenço nos comentários que fez sobre esta tragi-comédia que, sugere-me ele,
até pode ser uma mentira, um “roubo” de algo que talvez já nem existisse.
A obsolescência da maioria do armamento “roubado”
que não interessaria a terroristas que, por certo, possuem muito melhor, foi
outro dos aspectos que referiu!
Depois de alguns descreverem quase ao
pormenor como o “assalto” aconteceu, afinal o que se passou?
A notícia de os militares em serviço nos
paióis de Tancos usarem armas sem munições, faz-me lembrar algo que se passou
comigo quando, um dia e apesar de ser miliciano, era o “Oficial de Dia” numa
unidade militar em Lisboa e recebi uma ordem superior para colocar o quartel de
prevenção porque poderia vir a ser assaltado durante a noite. Ponto!
Descobri que apenas o Sargento da Guarda
dispunha de meia dúzia de cunhetes que dariam para defender o quartel durante
dois minutos…
Felizmente nada aconteceu porque a razão de
ser desta azáfama estava longe e em alto mar. O Santa Maria tinha sido tomado
por um grupo chefiado por Henrique Galvão!
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