Colocar na Constituição uma regra
que que defina um limite para o endividamento público, depois dos dramas que
temos vivido em consequência das políticas despesistas de alguns governos, parece
ser uma iniciativa de louvar porque evitará o gasto de dinheiro que não será
fácil de repor e acabará por obrigar a mais apertos de cinto como tantos a que
já fomos obrigados.
Esta regra, conhecida por regra
de ouro, deveria ser aprovada por unanimidade e não contestada, como parece
estar a ser pelo Partido Socialista após o discurso de Passos Coelho. Ainda que
seja o PS o partido que mais responsabilidades tem nos estados de quase
insolvência que Portugal viveu após o 25 de Abril, não creio que para os
dirigentes socialistas não seja evidente a necessidade de colocar um travão nos
desmandos de que o anterior governo foi um campeão.
Antes, Mário Soares fizera o mesmo
com políticas que elevaram a dívida pública de menos de 20% até mais de 60% do PIB, ao que seguiu o
célebre “guardar o socialismo na gaveta” e um apertão de cinto como há muito se
não tinha sentido.
Acho estranho que se não tenha reflectido sobre o real significado desta atitude que faz deste tipo de socialismo o grande sorvedouro de dinheiro que não existe!
Acho estranho que se não tenha reflectido sobre o real significado desta atitude que faz deste tipo de socialismo o grande sorvedouro de dinheiro que não existe!
Obviamente, o recurso ao
endividamento que permite as decisões eleitoralistas que concedem benefícios,
permitem “conquistas” cuja manutenção não garante e dá para fazer obras de
fachada que impostos maiores terão de pagar, é mais fácil do que fazer uma
gestão cuidada dos recursos financeiros de modo a manter a economia equilibrada
e sã, fazendo o nível de vida corresponder às possibilidades reais do país. Nestas
condições, terá de ser o trabalho que desenvolvermos e não as "as benesses que conquistámos", a base das melhorias
sociais que desejemos alcançar.
Perante tudo isto pergunto-me por
qual razão será o PS contrário a uma regra que, por motivos óbvios, parece ser
uma garantia dos cidadãos contra os desmandos dos governantes. Será porque,
como o passado mostra, a não consegue cumprir?
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