ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A REGRA DE OURO


Colocar na Constituição uma regra que que defina um limite para o endividamento público, depois dos dramas que temos vivido em consequência das políticas despesistas de alguns governos, parece ser uma iniciativa de louvar porque evitará o gasto de dinheiro que não será fácil de repor e acabará por obrigar a mais apertos de cinto como tantos a que já fomos obrigados.
Esta regra, conhecida por regra de ouro, deveria ser aprovada por unanimidade e não contestada, como parece estar a ser pelo Partido Socialista após o discurso de Passos Coelho. Ainda que seja o PS o partido que mais responsabilidades tem nos estados de quase insolvência que Portugal viveu após o 25 de Abril, não creio que para os dirigentes socialistas não seja evidente a necessidade de colocar um travão nos desmandos de que o anterior governo foi um campeão.
Antes, Mário Soares fizera o mesmo com políticas que elevaram a dívida pública de menos de 20% até mais de 60% do PIB, ao que seguiu o célebre “guardar o socialismo na gaveta” e um apertão de cinto como há muito se não tinha sentido.
Acho estranho que se não tenha reflectido sobre o real significado desta atitude que faz deste tipo de socialismo o grande sorvedouro de dinheiro que não existe!
Obviamente, o recurso ao endividamento que permite as decisões eleitoralistas que concedem benefícios, permitem “conquistas” cuja manutenção não garante e dá para fazer obras de fachada que impostos maiores terão de pagar, é mais fácil do que fazer uma gestão cuidada dos recursos financeiros de modo a manter a economia equilibrada e sã, fazendo o nível de vida corresponder às possibilidades reais do país. Nestas condições, terá de ser o trabalho que desenvolvermos e não as "as benesses que conquistámos", a base das melhorias sociais que desejemos alcançar.
Perante tudo isto pergunto-me por qual razão será o PS contrário a uma regra que, por motivos óbvios, parece ser uma garantia dos cidadãos contra os desmandos dos governantes. Será porque, como o passado mostra, a não consegue cumprir?

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