ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

O DISCURSO DO PONTAL


Pareceu-me que Passos Coelho fez o discurso que se poderia esperar e não, como parece que tanta gente desejava, o anúncio do que será o próximo Orçamento do Estado. Por isso, terá sido o “discurso pobre” que o PS já disse que foi, ainda que tenha sido o discurso possível numa “reentrada política” na qual todos esperam muito que nunca acontece.
Contudo, parece-me que três mensagens são de reter do discurso que Passos Coelho fez. Uma delas é a diferença que marcou entre o caminho que segue e o que nos conduziu ao ponto em que nos encontramos, outra em que garante que Portugal sairá desta situação e, finalmente, a de que tal acontecerá com a participação de todos.
Qualquer delas me parece importante, ainda que todas elas possam dar azo a críticas fáceis dos que, sem poderem dizer que as entendem, terão de as criticar e desmerecer porque é esse o seu papel. Mesmo quando o façam com o cinismo próprio de quem faz o mal e a caramunha!
O “tratamento” de tão grave doença nunca seria fácil e, como o povo bem diz “quem se cura não se regala”.
É evidente que o rumo esbanjador do país que o endividou tinha de ser invertido, o que o caminho que agora percorre lhe permite, equilibrando as contas, ainda que de tal resulte um ajustamento do nosso nível de vida à nossas reais possibilidades. Mas é a partir de uma base sã que a recuperação deve ser feita.
Crer na recuperação do país é o mínimo que se pode esperar de um primeiro-ministro que coloca a esperança na capacidade dos portugueses para, todos juntos, a conseguirem.
Será o discurso moralista como os críticos o classificam ou será, antes, o discurso de encorajamento do qual quem tem de enfrentar grandes dificuldades sempre necessita?
Não tenho dúvidas quanto à necessidade de o país passar a viver uma vida equilibrada, mas também quero ter a esperança de podermos preparar o futuro numa base de rigor que nos possa precaver de novos males e permitir tornar melhor o futuro.
Não terá sido o discurso que disse o que a nossa ansiedade gostaria de saber, mas foi o discurso determinado e prudente que as circunstâncias impunham que fosse.

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