ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A RTP E A REGRA DE OURO


Esta questão da RTP de que um jornal de hoje diz ir ser concessionada a privados, é um caso típico de como se fazem as notícias em Portugal e de como os partidos políticos reagem.
Ontem sabia-se o que um jornal ia publicar hoje sobre a privatização da RTP. Antecipa-se uma entrevista ao consultor do governo para as privatizações que admite ser a concessão do canal 1 e a extinção do canal 2, como diz a tal notícia, uma das hipóteses que se encontram em estudo. (aqui talvez eu devesse dizer “que estão em cima da mesa” uma expressão entre diversas de utilização corrente que revelam como é pobre o vocabulário político português).
Fez notar o entrevistado que era mesmo assim, uma entre outras hipóteses, e que lhe não competia tomar uma decisão que apenas compete ao governo quando o estudo estiver concluído.
Desta entrevista não pude deduzir mais do que aquela seria uma hipótese muito provável, mas sem a garantia de que fosse a que vai ser escolhida. Nem sequer me dei conta de que o que nela foi dito pelo entrevistado pudesse ser confundido com um anúncio do governo sobre o que iria ser feito.
Podem as declarações do entrevistado não terem sido ingénuas e pode, até, a notícia de hoje ser mais do que mera especulação jornalística, mas especulativas e oportunistas são, em boa verdade, as apreciações críticas dos comentaristas e das oposições cuja conclusão foi rápida e definitiva: o governo havia confirmado que a RTP1 seria concessionada e a RTP2 extinta.
Custa-me verificar que num país com tanta coisa séria e importante para pensar e para fazer, se desperdice o tempo, tanto tempo porque há dois dias que quase se não fala de outra coisa, do modo como se desperdiça.
Então, sem especular e sem gastar muito tempo, porque não hei-de eu dizer o que penso que o governo deveria fazer com o canal ou canais da Estado que me parece importante que existam para prestar um indispensável serviço público que, quanto a mim, não é o que têm prestado?
Pois penso que deviam continuar no Estado, com uma gestão que, como o primeiro-ministro deseja para o país, deve cumprir uma “regra de ouro”: não ultrapassar o orçamento que for aprovado!
Claro que teriam de escolher um bom gestor. E sério!

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