ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O MUNDO EM RECESSÃO?


O modelo económico do qual uma crise profunda pôs a nu todas as fraquezas, tornou-se um quebra-cabeças que os economistas não têm conseguido resolver.
Aliás, já há muito tempo que esta economia deixou de ser uma actividade transparente para se tornar num labirinto de torpezas oportunistas ao qual bem se adequa bem o dito “em terra de cegos quem tem um olho é rei”! Não segue as regras que Smith, Keynes, Samuelson e muitos outros tentaram estabelecer para prevenir problemas e prever comportamentos do mercado porque cresceram as instituições que as contornam com atitudes e procedimentos que as perturbam, de tal modo que conseguem influenciar a economia mundial que procuram levar pelos caminhos que mais podem interessar aos seus negócios. Mas não creio que o consigam por muito mais tempo, sendo o seu destino aquele que já foi o de outros “monstros” da alta finança que, como na gíria se diz, já “deram com os burrinhos na água”.
Mas há outras razões que ditam a inevitabilidade de frenagem do “crescimento” sem o qual este tipo de economia não se realiza e para as quais, desde há muitas dezenas de anos, diversos cientistas e organizações pedem atenção, como a escassez de recursos naturais, a degradação ambiental e as graves consequências de procedimentos “aceleradores” de processos económicos que, sobretudo no âmbito da saúde pública, foram já causa de problemas que podem tornar-se cada vez mais sérios.
A última Cimeira do Rio, vinte anos depois da primeira, mostrou bem como para “esta economia” continuam a ser pouco interessantes os factores ambientais que podem ser causa de males maiores porque o seu reconhecimento afectaria o “crescimento” que a alimenta.
As evidências tornam cada vez mais difícil escamotear as “doenças” do crescimento económico e é cada vez maior o número dos que reconhecem ser o crescimento contínuo uma impossibilidade física neste espaço finito que habitamos.
Hoje prenderam a minha atenção um artigo do Professor Dani Rodrik da prestigiada Universidade de Harvard que afirma que “acabaram os milagres do crescimento” e a notícia de que o crescimento económico da China se quedou num modesto 1% em vez dos quase 9% esperados!
Em Junho já havia realçado um outro artigo muito interessante do Prof Rodrik sobre “os vencedores (relativos) da nova economia mundial”. Vale a pena recordar.

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