O modelo económico do qual uma
crise profunda pôs a nu todas as fraquezas, tornou-se um quebra-cabeças que os
economistas não têm conseguido resolver.
Aliás, já há muito tempo que esta
economia deixou de ser uma actividade transparente para se tornar num labirinto
de torpezas oportunistas ao qual bem se adequa bem o dito “em terra de cegos
quem tem um olho é rei”! Não segue as regras que Smith, Keynes, Samuelson e muitos
outros tentaram estabelecer para prevenir problemas e prever comportamentos do
mercado porque cresceram as instituições que as contornam com atitudes e procedimentos
que as perturbam, de tal modo que conseguem influenciar a economia mundial que
procuram levar pelos caminhos que mais podem interessar aos seus negócios. Mas
não creio que o consigam por muito mais tempo, sendo o seu destino aquele que
já foi o de outros “monstros” da alta finança que, como na gíria se diz, já “deram
com os burrinhos na água”.
Mas há outras razões que ditam a
inevitabilidade de frenagem do “crescimento” sem o qual este tipo de economia
não se realiza e para as quais, desde há muitas dezenas de anos, diversos cientistas
e organizações pedem atenção, como a escassez de recursos naturais, a
degradação ambiental e as graves consequências de procedimentos “aceleradores” de
processos económicos que, sobretudo no âmbito da saúde pública, foram já causa de
problemas que podem tornar-se cada vez mais sérios.
A última Cimeira do Rio, vinte
anos depois da primeira, mostrou bem como para “esta economia” continuam a ser pouco
interessantes os factores ambientais que podem ser causa de males maiores
porque o seu reconhecimento afectaria o “crescimento” que a alimenta.
As evidências tornam cada vez
mais difícil escamotear as “doenças” do crescimento económico e é cada vez
maior o número dos que reconhecem ser o crescimento contínuo uma
impossibilidade física neste espaço finito que habitamos.
Hoje prenderam a minha atenção um
artigo do Professor Dani Rodrik da prestigiada Universidade de Harvard que
afirma que “acabaram os milagres do crescimento” e a notícia de que o
crescimento económico da China se quedou num modesto 1% em vez dos quase 9%
esperados!
Em Junho já havia realçado um outro
artigo muito interessante do Prof Rodrik sobre “os vencedores (relativos) da
nova economia mundial”. Vale a pena recordar.
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