ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 4 de agosto de 2012

AS METAS E OS CAMINHOS


Seguro bem gostaria de o denunciar, mas com a responsabilidade de ter sido o seu partido a negociar o contrato com a “Troika” que nos proporciona os meios financeiros que o governo do PS esbanjou em mega-projectos que muitas grandes empresas lhe ficarão a dever, não pode deixar de dizer que apoia as metas que nele se estabelecem, mas não concorda com os caminhos que o governo segue para os atingir! Que haveria ele de dizer num país onde o grande projecto da Oposição é ser do contra, não importa se com ou sem razão?
É a já estafada questão da austeridade que compromete o crescimento e que, é sempre assim, bate à porta dos que não tiveram tento nos seus gastos ou não cuidaram, como o deveriam ter feito, da angariação dos meios para os suportar. É a arte de "fazer vénias com chapéu alheio..." em que os que mais dizem se preocupar connosco são verdadeiros mestres.
Mas, infelizmente, ainda não apareceu o génio capaz de indicar outro caminho diferente daquele que Seguro diz criticar, mas o seu Partido maioritariamente apoiou quando, no governo, o adoptou!
As limitações da memória humana que atitudes de retórica populista mais cerceiam, levam a que tanta gente pareça ter já esquecido as causas desta via dolorosa que percorre e acolha de braços abertos e gritos de fervoroso apoio quem deveria ser a cara da vergonha pelo estado a que Portugal e os portugueses chegaram.
Em rondas intermináveis pelo país, só possível a quem para tal sobeja o tempo porque se exime às responsabilidades de cooperar nas soluções de recuperação do país que o seu Partido arruinou, numa longa campanha eleitoral feita de lugares comuns ou de discursos redondos que não levam a coisa nenhuma, Seguro é a imagem do cinismo pelo qual tantos se deixam encantar.
Admitiria eu que Seguro denunciasse os erros que outros, em nome do seu Partido, praticaram e, em alternativa, apresentasse a todos nós um programa detalhado e justificado do que seria o seu caminho para os remediar e reconduzir o país à antiga “prosperidade” que tanto diz ser possível de alcançar.
Mas não passa de exigências avulsas, de críticas ao governo e ao que esteja a fazer, o conforto que deixa a tantos que não podem esquivar-se à austeridade a que um “socialismo” que gasta sem produzir os condenou.
Entende-se o desespero de muitos e, até, que se esqueçam das causas da sua desgraça se, porventura, as conseguem identificar. O que é deplorável é o aproveitamento que se faz da desgraça alheia para puxar a brasa à sua sardinha.
É-me indiferente quem seja o responsável pela governação desde que a faça com a competência e a seriedade que os cidadãos merecem. Não me interessa quem lhe faça a Oposição que uma boa fiscalização dos actos governativos e a defesa dos nossos interesses exige. Apenas desejo que os políticos do meu país aprendam a ser Homens de Estado comprometidos com o futuro do meu país e não os oportunistas que, por vezes, me parecem ser.
À maneira de Seguro, exijo da Oposição política do meu país que se deixe de argumentos baratos e sem sentido, aqueles argumentos demagógicos aos quais quem sofre não consegue resistir, para serem os verdadeiros guardiões dos interesses dos portugueses. Sem cinismo!

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