ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

PRIVATIZAÇÕES E DESEMPREGO


 A notícia de que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo vão ser reprivatizados, leva os respectivos trabalhadores a protestarem por receio dos possíveis despedimentos que de tal possam resultar.
Esta é mais uma prova das vantagens de se ser funcionário público, a tal desigualdade que o Tribunal Constitucional não conseguiu ponderar em recente decisão que tomou.
Mas a realidade é que os estaleiros estão falidos e o Estado não dispõe de meios financeiros para os recuperar, além de não ser, como todos sabemos, quem melhor pode rentabilizar este tipo de empresas, o que impõe medidas urgentes que a privatização pode promover. Não é função do Estado gerir estaleiros navais, tal como a realidade mostrou e, por isso, a privatização será a melhor atitude a tomar.
Pode a reorganização dos estaleiros dar azo a dispensas de pessoal? Certamente, porque é possível verificar-se a necessidade de reajustamento dos meios existentes, entre os quais os humanos, a par da falta de outros que será necessário garantir.
É este reajustamento de meios humanos que o Estado não tem sabido fazer. Pelo contrário, numa função a todos os títulos imprudente, tem absorvido os excessos de mão-de-obra que uma “economia” cada vez mais capital intensiva e tecnologicamente evoluída tem dispensado, provocando um excesso de meios na função pública e nas empresas que, agora, se vê forçado a dispensar sem modo de poder resolver o gravíssimo problema do desemprego.
O desemprego é um drama que, no estado em que as coisas se encontram, pode atingir qualquer um, porque o emprego tradicional é uma condição que, por muito tempo ainda, continuará escassa. O desemprego de longa duração jamais terá, para os agora desempregados, uma solução satisfatória.
É isto que sabem e temem os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo quando se manifestam contra a reprivatização que lhes fará perder um benefício que a situação actual do mundo não pode conceder, garantia de emprego em quaisquer condições como acontece, ou acontecia, quando se é funcionário público.
Mas a alternativa ao ajustamento dos meios necessário ao relançamento dos estaleiros é a falência total, a perda total de todos os postos de trabalho!
A realidade mostrou, com a pior dureza, que o Estado não pode continuar a ser o albergue da mão-de-obra que a economia dispensa! Uma atitude que não só não resolve nada como cria problemas graves para os quais, entretanto, se não pensou numa solução!
É tempo de começar a distinguir emprego e trabalho e a fazer o trabalho que o futuro exigirá em enormes quantidades.

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