ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

CONTRASENSOS



Não há como não ficar preocupado quando a notícia é que o centro hospitalar do Norte de Lisboa – hospitais de Sta Maria e Pulido Valente – tem uma dívida superior à do conjunto dos 15 hospitais da Região Norte onde, imagine-se, o Hospital de S João deve menos de 1 milhão de euros!
São 153 milhões que o Sta Maria deve quando todos os hospitais da região norte não excedem 137 milhões.
Muita coisa não vai bem neste SNS que, perante as dívidas que contabiliza e as bem conhecidas carências que tem, em meios humanos e financeiros, se torna cada vez mais insustentável.
Estranho ouvir falar, com entusiasmo, nos êxitos do Governo que fez crescer a economia 2,8%, reduziu o défice a 2,4%, estendeu o rendimento nacional de inserção a famílias que dispõe de carro de custo até 25.000 euros, mas não reduziu a dívida pública, nada faz para equilibrar a balança comercial, nem reduziu a dívida do Serviço acional de saúde que deixa ficar demasiado carente de meios humanos e com demasiados equipamentos sem a qualidade necessária ou no limite da obsolescência, isto é, no limite da sustentabilidade.
Mas, curiosamente, o acréscimo da economia resulta dos maiores gastos que fazemos em vez do mais que deveríamos ter produzido!
E, como se uma vitória se tratasse, agita-se a bandeira do consumo interno crescente e desvia-se a atenção das exportações que decresceram.
Um pouco de propaganda baseada em números ou resultados que, na realidade, pouco significado têm e muito pouco contribuem para o bem estar comum, leva a crer que a crise passou e que a retoma está aí para ficar. Uma ilusão que levou os portugueses a gastar mais, a assumir, como é seu hábito, compromissos que bem podem vir a engrossar o crédito mal parado.
O comércio de automóveis redinamizou-se, além de outros sectores que produzem bens supérfluos, enquanto os compromissos mais importantes do Estado para com os cidadãos, na segurança e na saúde, se degradam.
Será que é de ficar sossegado com este estado de coisas?
Já repararam que os mil milhões orçamentados mas cativados/cortados, permitiriam regularizar o SNS?



Sem comentários:

Enviar um comentário