Já não haverá dúvidas de que muitos dos
incêndios que estão a destruir o país têm origem criminosa, porventura organizada
com um propósito claro de fazer os fogos aparecerem em locais estratégicos, seja
no seu início seja em reacendimentos em incêndios já extintos.
Conforme as notícias informam, são já mais de
60 as pessoas detidas por suspeitas de fogo-posto, alguns até talvez
reincidentes, como aconteceu já diversas vezes.
São já mais de 160.000 os hectares ardidos,
atingem já valores muito elevados os bens destruídos, são centenas as famílias
a quem o fogo roubou tudo o que tinham e contam-se por muitas dezenas as vidas
perdidas.
Quando, em meados de Agosto a situação é
esta, o que poderemos esperar até que as condições atmosféricas a possam
melhorar?
Não sei, ninguém pode saber, que condições
climatéricas nos esperam nos meses mais próximos, pois não é seguro, como quase
o era em tempos passados, que o período húmido do ciclo hidrológico se inície
em princípios de Setembro, como era habitual acontecer.
Isto significa que o período dos fogos
florestais poderá prolongar-se ainda por várias semanas, o que colocará 2017,
definitivamente, como o ano negro dos incêndios florestais.
No ano que passou, quando a situação vivida
já foi muito grave, quase juras nos fizeram de que tal não voltaria a
acontecer. Contudo, NADA foi feito para a cumprir e o resultado é todo este
drama que vivemos de não haver intervalos entre as dezenas de incêndios que grassam
por todo o centro do país ao mesmo tempo e que, desde o início se contam já por
mais de um milhar.
Quando esta fase terminar e as notícias dos
incêndios, tal como eles, se extinguirem, haverá outras coisas para pensar,
eleições para disputar, poder para agarrar, políticas financeiras para manobrar
e haverá, também, dezenas de pirómanos para castigar, porventura com aquelas
penas curtas que o “bom comportamento” mais encurta e deixa livres para, de
novo, praticar o seu “desporto” favorito.
Entretanto, os danos ficam com quem os
sofreu!
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