ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

PRECISAREMOS DE UMA NOVA ARCA DE NOÉ?



Dificilmente podem subsistir dúvidas sobre as alterações climáticas que são causa do aumento da temperatura média global na Terra, provocadas pelo acréscimo da concentração, na atmosfera, de gases com efeito de estufa resultantes da actividade económica industrial crescente desde há mais de duzentos anos.
Tem-se verificado que uma das consequências do aquecimento global é o aumento significativo da ocorrência de valores extremos em fenómenos naturais tais como precipitações, dinâmica atmosférica e temperatura.
Disso já nos apercebemos a partir dos acontecimentos ao longo dos mais recentes anos passados, com notória alteração das condições climatéricas, por comparação com as que, ao longo de muito tempo eram habituais.
Em consequência, as probabilidades de ocorrência de um fenómeno com determinadas características, avaliadas a partir da análise de valores de intensidade e duração observados desde há mais de 100 anos, são agora diferentes das que uma razoável regularidade das condições climatéricas ao longo de muito tempo permitiram determinar.
Tal significa, também, que certos critérios de dimensionamento de estruturas, redes de esgoto pluvial, órgãos de segurança de barragens em linhas de água, reservas para rega e abastecimento, terão de ser revistos se quisermos manter os níveis de risco até agora estabelecidos como aceitáveis.
As alterações climáticas terão consequências diversas nos diversos ciclos de vida terrestre, o que provocará problemas difíceis de superar, sobretudo na agricultura.
Os períodos de seca e de cheia serão cada vez mais intensos e frequentes, como é o caso deste período de seca profunda que vivemos e já teve consequências dramáticas nos incêndios florestais que, segundo o relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) divulgado esta semana, durante a primeira metade deste ano já afectaram 128 mil hectares, cerca de seis vezes mais do que a média dos últimos dez anos, do que resultaram perdas de vidas e de bens materiais também muito superiores às que eram habituais.
É por tudo isto que me preocupa a falta de sensibilidade dos políticos em relação a estes problemas que põem em causa a própria Humanidade, sobretudo porque, por interesses egoístas, insistem no crescimento económico que os provoca.
Como será o futuro eu não sei, mas que a extinção da espécie humana pode ser ou, como já há cientistas que o afirmam, será a consequência final dos erros em que insistimos.

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