Hoje, numa crónica que li, alguém coloca a
alternativa, fazer a guerra ou aprender a coexistir com Kim nuclear?
Não faço ideia de como se pode coexistir com
um miúdo irreverente e com alma de tirano que faz das ameaças constantes a sua
força, e muito menos como não perder a paciência com um ditadorzinho idiota que
gasta mais de metade do seu já curto orçamento a brincar às guerras, a fabricar armas de
destruição cada vez mais perigosas, em vez de proporcionar ao seu povo uma vida
melhor do que a paupérrima vida que vive e nem se pode dizer que seja viver.
Obviamente que a guerra é um mal terrível, um
vício que parece ser inato, talvez por isso Caim matou Abel, um confronto
trágico no qual nunca há vencedores. Apenas os mais e os menos vencidos.
Coexistir pacificamente com Kim nuclear? Como
será possível se ele apenas sabe brincar às guerras?
Nem imagino se ele saberá que existem outras
formas de viver.
Como ter paciência como menino chato que
passa a vida a chatear?
Os tempos do “make love not war” passaram sem
que produzissem efeito, talvez porque não é fácil estar para isso disponível
com um monstro irreverente e empertigado.
Seria como que ter de fazer as vontades todas
ao menino enquanto ele se diverte com os seus jogos assustadores.
E é neste momento que me lembro de uma
anedota muito velhinha que conta que, cansados das exigências constates do seu
filho, uns pais recorreram a um psicólogo que lhes disse que seria muito perigoso
contrariá-lo, pois isso o marcaria para sempre.
E ficaram os pobres pais convencidos de que
teriam de suportar o fadário de lhes fazer todas as vontades…
Um dia, perguntando-lhe a mãe o que queria para o
almoço, o rapazinho respondeu querer merda frita!
E por não dever contrariá-lo lá arranjou a
mãe maneira de cozinhar tão estranho petisco…
Chegado à mesa, o filho pediu à mãe para prova-lo.
Depois perguntou: então sabe bem? Ao que a mãe respondeu que sabia àquilo que
era.
O rapaz depressa disse “se é assim, não
quero!”.
É o risco de coexistir pacificamente, em vez de educar, com um
malcriado idiota.
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