Parece
que o problema será o “expor ao conhecimento de todos nós, os pagantes” quem
são os culpados e por que o são, os mandantes, os gestores, os administradores,
seja quem for que tenha contribuído para a situação em que se encontra a Caixa
Geral de Depósitos. E, pelo que oiço dizer ou leio, não serão poucos os que para tal contribuiram.
O
problema será como um banco público se afastou da sua missão normal para satisfazer
ambições dos que nela viam “a caixa dos milhões” ou o poço sem fundo para
financiar o que não devia.
Causam-me
nojo os argumentos patéticos dos que querem, à viva força, manter escondidos os
nomes e as culpas dos que as tiveram, dizendo que tal prejudicará a
reestruturação da Caixa e minará a confiança dos portugueses nas instituições
bancárias.
Eu
que pertenço ao grupo infinitamente maior dos que não tiveram culpas nesse
cartório, apenas me sentirei seguro se tudo for feito de modo transparente e esclarecido,
para que o banco possa ser saneado e voltar à sua função de sempre, longe dos
apetites dos novos multimilionários na terra deste povo infeliz a quem querem
dizer “pronto! Já está tudo resolvido e em ordem e vai tudo correr direitinho
daqui para a frente”. Não se preocupem mais.
Mas
jamais nos dirão quanto nos custou. De resto, para que dizê-lo aos tolos que
tudo pagam?
Depois
de, nos últimos 13 anos o Estado ter capitalizado a Caixa em 4350 milhões de
euros, dos quais 1650 milhões em 2012, ao que, somados os 4000 milhões que por
aí se diz serem agora necessários, a capitalização recente da Caixa que fez
empréstimos vultuosos que não deviam ter sido feitos e, pelos vistos, também
não são pagos, ultrapassará 8000 milhões de euros, uma fatia considerável do
PIB nacional!
Como
será possível arranjar argumentos que contrariem o único aceitável de por a
claro tudo quanto se passou e depois disso, em vez de ser antes e com o
secretismo com que as aldrabices sempre se fazem, tomar decisões de remedeio
que não convencerão ninguém?
É
certo que ninguém gosta de sentir o rabo entalado e pelas lamúrias que por aí
oiço, há muita gente que tenta esconde-lo.
Sócrates
já saltou a terreiro para dizer que nada tem a ver com tudo isto, que nunca deu
ordens para fazer assim ou de outra maneira… e aí lembrei-me daquele ditado que
diz que “uma mulher séria não precisa de dizer que o é”. Por uma razão ou por
outra, terá perdido o seu tempo.
Achei
despropositado, ou talvez não, porque ouvi falar na quantidade enorme de dívida
pública que Sócrates impôs aos bancos para tentar evitar o resgate inevitável.
Não
vou especular, mas quero saber o que, afinal, se passou e quem tem culpa de
que! Por isso sou a favor do Inquérito Parlamentar que o esclareça.
Aquele
inquérito que nem o BE deseja…
Creio
que esta questão da Caixa será muito esclarecedora de muita coisa.
Querem meter-nos medo com a Caixa de Pandora que poderá ser. Que disparate! Não sabem que, mesmo assim, ainda fica a esperança?
Querem meter-nos medo com a Caixa de Pandora que poderá ser. Que disparate! Não sabem que, mesmo assim, ainda fica a esperança?
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