ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 21 de junho de 2016

A CAIXA DOS MILHÕES



Parece que o problema será o “expor ao conhecimento de todos nós, os pagantes” quem são os culpados e por que o são, os mandantes, os gestores, os administradores, seja quem for que tenha contribuído para a situação em que se encontra a Caixa Geral de Depósitos. E, pelo que oiço dizer ou leio, não serão poucos os que para tal contribuiram.
O problema será como um banco público se afastou da sua missão normal para satisfazer ambições dos que nela viam “a caixa dos milhões” ou o poço sem fundo para financiar o que não devia.
Causam-me nojo os argumentos patéticos dos que querem, à viva força, manter escondidos os nomes e as culpas dos que as tiveram, dizendo que tal prejudicará a reestruturação da Caixa e minará a confiança dos portugueses nas instituições bancárias.
Eu que pertenço ao grupo infinitamente maior dos que não tiveram culpas nesse cartório, apenas me sentirei seguro se tudo for feito de modo transparente e esclarecido, para que o banco possa ser saneado e voltar à sua função de sempre, longe dos apetites dos novos multimilionários na terra deste povo infeliz a quem querem dizer “pronto! Já está tudo resolvido e em ordem e vai tudo correr direitinho daqui para a frente”. Não se preocupem mais.
Mas jamais nos dirão quanto nos custou. De resto, para que dizê-lo aos tolos que tudo pagam?
Depois de, nos últimos 13 anos o Estado ter capitalizado a Caixa em 4350 milhões de euros, dos quais 1650 milhões em 2012, ao que, somados os 4000 milhões que por aí se diz serem agora necessários, a capitalização recente da Caixa que fez empréstimos vultuosos que não deviam ter sido feitos e, pelos vistos, também não são pagos, ultrapassará 8000 milhões de euros, uma fatia considerável do PIB nacional!
Como será possível arranjar argumentos que contrariem o único aceitável de por a claro tudo quanto se passou e depois disso, em vez de ser antes e com o secretismo com que as aldrabices sempre se fazem, tomar decisões de remedeio que não convencerão ninguém?
É certo que ninguém gosta de sentir o rabo entalado e pelas lamúrias que por aí oiço, há muita gente que tenta esconde-lo.
Sócrates já saltou a terreiro para dizer que nada tem a ver com tudo isto, que nunca deu ordens para fazer assim ou de outra maneira… e aí lembrei-me daquele ditado que diz que “uma mulher séria não precisa de dizer que o é”. Por uma razão ou por outra, terá perdido o seu tempo.
Achei despropositado, ou talvez não, porque ouvi falar na quantidade enorme de dívida pública que Sócrates impôs aos bancos para tentar evitar o resgate inevitável.
Não vou especular, mas quero saber o que, afinal, se passou e quem tem culpa de que! Por isso sou a favor do Inquérito Parlamentar que o esclareça.
Aquele inquérito que nem o BE deseja…
Creio que esta questão da Caixa será muito esclarecedora de muita coisa.
Querem meter-nos medo com a Caixa de Pandora que poderá ser. Que disparate! Não sabem que, mesmo assim, ainda fica a esperança?

 

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