Desta
vez são as possíveis sanções que o Eurogrupo entende deverem ser aplicadas a
Portugal por défice excessivo em 2015 em consequência da polémica questão do
Banif, é a possível saída da Gran Bretanha da União Europeia deixando-a
amputada de um dos seus mais importantes membros, é a crise dos imigrantes que
a invadem às centenas de milhares e são barrados com autênticas muralhas,
daquelas que Trump quer construir na fronteira com o México, para além de todos os
problemas com que a Europa nasceu e foi ampliando em sucessivos tratados em que
não cuidou, como devia, de aspectos que, para uma união de facto, seriam
essenciais.
Parece-me
que os países menores e mais fracos estão a ser delapidados, destruídos por
regras que nunca foram as suas, criando hábitos que os seus meios nunca lhe
haviam permitido ter.
A
Europa parece um batalhão desarticulado onde coxos tentam acompanhar gente
ainda escorreita que mais os não ajuda do que fingindo dar-lhes a mão.
Serei
eu um eurocéptico autêntico, alguém que não acredita mesmo na capacidade de a
Europa para se unir, pelo menos do modo como os “fundadores” o sonharam, para
formar um bloco de dimensão que possa enfrentar os “monstros” económicos que se
iam criando e outros perigos que contra si se geram?
Poderá
ser uma realidade uma Europa que não consegue resolver problemas individuais
nem colectivos porque também nunca se mostrou capaz de, alguma vez, criar uma
vontade única perante uma questão que se lhe coloque?
Entendo
que não é fácil vergar personalidades fortes como as que guerras ferozes
moldaram e tornaram a Europa na manta de retalhos que é, muito menos o sendo
quando persistem desigualdades que, em vez de se esbaterem, se ampliam e, como
todos notamos também, continua a haver quem manda e a quem não reste mais do
que obedecer. Será como que um "confessionário" onde os líderes fracos vão procurar permissão para soluções que deviam discutir com aqueles a quem vão afectar?
E
Portugal sofrerá ou não sanções conforme a Srª Merkel o entender.
Esta
Europa, prenhe de problemas enormes que não consegue resolver, com membros que
começam a procurar fora dela a solução para problemas que dentro dela deveriam
resolver, com membros que colocam em causa o interesse de a ela pertencerem,
talvez deva ser repensada para ser mais um conjunto de “bons amigos” do que
para ser a “família” que, de todo, não consegue ser.
Senão,
digam-me lá se não teve a União Europeia já tempo bastante para ser melhor do
que é se sê-lo fosse a verdadeira intenção. Afinal, a União Europeia não é nada
e menos ainda é quando continuam a ser possíveis a manigâncias que permitem às
empresas criar sedes no país que mais lhes convier para pagar menos impostos
naquele onde trabalham e geram os seus proveitos.
Obviamente,
não me parece que seja fácil desfazer o novelo que tanta manobra estranha tornou
um monstro. Mas mais difícil será quanto mais tempo passarmos nestes equívocos que
nos criarão problemas sucessivamente maiores.
O
que explicará que, numa Europa Unida, a Escócia lute pela sua total independência
de Inglaterra, a Catalunha e o País Basco queiram libertar-se do jugo que Castela
lhe impôs com os reis católicos, porque tem a Bélgica tanta dificuldade em ser
um país, além de tantas outras fricções latentes resultantes de subjugações de
outrora?
Não
me parece que alguma coisa se resolva sem repensar a Europa até que todos os
povos que nela habitam se sintam felizes, com a sua personalidade respeitada e os seus interesses fundamentais salvaguardados.
Creio que o
tempo perdido, as incapacidades demonstradas e os autênticos insucessos já
alcançados, criarão cada vez mais eurocépticos, aqueles que vão deixando de
acreditar em “geringonças”, porque o mundo se está transformando num enorme
problema que os burocratas, afinal, não resolvem.
São cada vez maiores os problemas com que a Europa e até o mundo inteiro se não entendem!
São cada vez maiores os problemas com que a Europa e até o mundo inteiro se não entendem!
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