A
menos de duas horas da fronteira portuguesa, a central nuclear de Almaraz, situada
na Província de Cáceres e equipada com dois reactores já muito antigos e nos
quais se verificaram já diversos problemas ao longo dos seus 35 anos de
funcionamento, é cada vez mais motivo de preocupação.
A
central utiliza as águas do Rio Tejo nos seus circuitos de refrigeração, do que
podem resultar perigos graves para toda a zona a jusante, já que eventuais
falhas podem contaminar o maior caudal de água da Península Hibérica.
É
o temor por esses perigos que já levou a manifestações diversas ao longo do
tempo e, também, à que amanhã (Sábado) acontecerá em Cáceres e na qual
participarão mais de quinhentos portugueses e, com certeza, um número muito maior de espanhóis.
O
perigo é real e não desprezável e pode por em risco a saúde de milhões de
pessoas, incluindo os habitantes de Lisboa.
Infelizmente
são bem conhecidas as consequências gravíssimas e prolongadas de acidentes em
centrais nucleares ocorridos em algumas bem mais modernas e, em princípio, mais
seguras do que Almaraz.
Há
muito que o Governo português deveria ser mais firme quanto às
exigências de segurança que um caso destes requer, tanto mais que a captação de
água para abastecimento à região de Lisboa, densamente povoada, como também parte
da Estremadura espanhola onde se situa a Central de Almaraz, é feita na mesma
linha de água, o Rio Tejo, onde é descarrega a água utilizada na
refrigeração dos reactores atómicos, tanto mais que a Assembleia da República
Portuguesa já manifestou, também, as suas preocupações.
Uma
pequena fuga de radioactividade e sérios problemas acontecerão se tal suceder, pelo que estar,
pelo menos em espírito, com os que pessoalmente se vão manifestar, é um dever
de todos nós.
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