ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 11 de junho de 2016

MENINOS DE OIRO E MENINOS DE LATA



Eu continuo a escutar os “doutores” perorando sobre os mesmos temas que sempre os conduzem às mesmas conclusões, cada qual a seu modo e segundo os seus interesses, evidentemente, e sempre, também, julgando os outros como os ignorantes que ousam contrariar o seu sábio pensamento!
Procuram as suas razões nos disparates que, sem qualquer controlo, vão fazendo como se grandes obras fossem as suas ou nas histórias que lêem de outros tempos em que as coisas se passavam de um modo bem diferente.
Nunca ouvi nenhum dizer nenhum quer dividir o mundo para, num gueto enorme, colocar aqueles que a sorte não fez nascer junto de si.
Mas o gueto foi criado e existe, aquele onde ainda se permite que metade da população da Terra sobreviva muito menos do que metade da esperança de vida da outra metade e ali vegetem quais guardiães ou transformadores dos recursos naturais que, impiedosamente, lhes serão rapinados para que os “meninos de oiro”, da outra parte do mundo, os possam esbanjar.
Imaginem agora, quem mais depressa e de modo mais violento se ressentirá das consequências que serão as das transformações que, cada vez de um modo mais rápido, vão acontecendo sem que lhes prestemos a atenção que merecem para as podermos, ao menos, minimizar.
Infelizmente, insistimos nos gastos absurdos, mas mesmo assim cada vez maiores, que sustentam a economia e vão, como já todos estão fartos de saber, majorando as más consequências a que a ganância nos haverá de conduzir até ao dia em que os “off-shores” deixarão de fazer sentido porque o dinheiro que escondem para nada servirá.
Entretanto todos vão brincando ao capitalismo, uns contra, outros a favor, mas todos vivendo apenas dele porque outra forma não conhecem de viver. A menos os tais que vivem no gueto de que ninguém fala mas que existe, porque ali ninguém imagina o que capitalismo possa ser.
E a questão final que se impõe, quando metade do mundo, mesmo de barriga cheia, se insurge contra a austeridade enquanto na outra metade se morre de fome e de sede, é a de saber qual delas está mais próxima da Humanidade do futuro.
Entretanto o PAN, aquele partido que me fez sonhar que alguém havia pensado, finalmente, no futuro, conseguiu a sua primeira vitória: não serão abatidos mais animais nos canis!
Recordo, a propósito, de ter lido, não faz muito tempo, que existe algures no mundo um paupérrimo país onde os cães vadios são mais do que as pessoas que o habitam. Não sei se lá abatem crianças em vez de cães, porque nada terão para lhes dar, não faço ideia. Mas que há mais cães do que crianças, isso dizem que há!  


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