Eu
continuo a escutar os “doutores” perorando sobre os mesmos temas que sempre os
conduzem às mesmas conclusões, cada qual a seu modo e segundo os seus
interesses, evidentemente, e sempre, também, julgando os outros como os
ignorantes que ousam contrariar o seu sábio pensamento!
Procuram
as suas razões nos disparates que, sem qualquer controlo, vão fazendo como se
grandes obras fossem as suas ou nas histórias que lêem de outros tempos em que
as coisas se passavam de um modo bem diferente.
Nunca
ouvi nenhum dizer nenhum quer dividir o mundo para, num gueto enorme, colocar
aqueles que a sorte não fez nascer junto de si.
Mas
o gueto foi criado e existe, aquele onde ainda se permite que metade da
população da Terra sobreviva muito menos do que metade da esperança de vida
da outra metade e ali vegetem quais guardiães ou transformadores dos recursos
naturais que, impiedosamente, lhes serão rapinados para que os “meninos de oiro”,
da outra parte do mundo, os possam esbanjar.
Imaginem
agora, quem mais depressa e de modo mais violento se ressentirá das
consequências que serão as das transformações que, cada vez de um modo mais
rápido, vão acontecendo sem que lhes prestemos a atenção que merecem para as podermos, ao menos, minimizar.
Infelizmente,
insistimos nos gastos absurdos, mas mesmo assim cada vez maiores, que sustentam
a economia e vão, como já todos estão fartos de saber, majorando as más
consequências a que a ganância nos haverá de conduzir até ao dia em que os “off-shores”
deixarão de fazer sentido porque o dinheiro que escondem para nada servirá.
Entretanto
todos vão brincando ao capitalismo, uns contra, outros a favor, mas todos
vivendo apenas dele porque outra forma não conhecem de viver. A
menos os tais que vivem no gueto de que ninguém fala mas que existe, porque ali
ninguém imagina o que capitalismo possa ser.
E
a questão final que se impõe, quando metade do mundo, mesmo de barriga cheia, se
insurge contra a austeridade enquanto na outra metade se morre de fome e de
sede, é a de saber qual delas está mais próxima da Humanidade do futuro.
Entretanto
o PAN, aquele partido que me fez sonhar que alguém havia pensado, finalmente,
no futuro, conseguiu a sua primeira vitória: não serão abatidos mais animais
nos canis!
Recordo,
a propósito, de ter lido, não faz muito tempo, que existe algures no mundo um paupérrimo
país onde os cães vadios são mais do que as pessoas que o habitam. Não sei se
lá abatem crianças em vez de cães, porque nada terão para lhes dar, não faço
ideia. Mas que há mais cães do que crianças, isso dizem que há!
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