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terça-feira, 14 de junho de 2016

PODERÁ A HUMANIDADE EXPANDIR-SE PARA OUTROS PLANETAS?



Foi na segunda metade do Século XIX, quando a Revolução Industrial iniciada em Inglaterra, um século antes, se expandia para e Europa Central que as preocupações com a capacidade de suporte do Planeta começaram, porque se comparou o aumento populacional a que a primeira revolução da Humanidade, a agricultura, havia conduzido, com o acelerado crescimento que, então, se verificava, depois da Revolução Industrial na Inglaterra.
No início do Século XVIII a população mundial não ultrapassaria mil milhões de habitantes, cerca de cinco vezes a existente no já longínquo tempo de Cristo, sendo que no seu final se aproximava já dos dois mil milhões!
O crescimento populacional tornou-se um problema que levou a pensar qual seria a “capacidade de suporte do Planeta”, conceito que correspondia a saber qual seria o número máximo de habitantes a que os recursos naturais poderiam proporcionar uma adequada satisfação das suas necessidades básicas.
Entre uns moderados seis mil milhões e os 42 mil milhões que alguns cientistas estimaram, outros afirmaram ser esta uma falsa questão porque “antes de esgotada a capacidade da terra já a Humanidade se teria instalado em outros planetas que, entretanto, descobriria.
Hoje, com pouco mais de sete mil milhões que resultam da mais do que triplicação da população ao longo de apenas mais um século, considerada a degradada situação ambiental que a actividade humana causou no planeta Planeta reduzindo a sua capacidade de suporte inicial, verificamos como era estulto o optimismo dos que julgavam quase infinita a capacidade da Terra e notamos que já regride a população em algumas regiões do Globo, as que correspondem à metade mais “desenvolvida” e cuja diferença para a metade não desenvolvida corresponde à diferença entre o sobre-consumo de que a economia necessita para se manter e a escassez de alimentos e de água de que cada vez mais resultarão carências e doenças que matarão precocemente as suas populações.
Depois de insistentes mas pouco ou nada profícuas procuras de vida, mesmo primária, ou de condições de habitabilidade em outros planetas do nosso sistema solar, é muito recente, já do Século XXI, a descoberta de planetas mais distantes, fora do nosso sistema solar, com condições que nos podem levar a considera-los simplesmente  “potencialmente habitáveis”.
É notícia actual que acaba de ser descoberto mais um exoplaneta, o Kepler 1647b, o maior de todos os já conhecidos, o qual orbita em torno de duas estrelas e a uma distância delas que o torna “potencialmente habitável”.
Com uma idade geológica sensivelmente igual à da Terra e um tamanho semelhante ao de Júpiter, o Kepler 1647b encontra-se a 3.700 anos-luz de distância da Terra o que, correspondendo 1 ano-luz a cerca de 9,4 biliões (milhões de milhões) quilómetros, o coloca fora do alcance razoável para se tornar solução numa emergência.
Outros menos distantes estão, mesmo assim, demasiadamente longínquos para o mesmo fim num prazo útil que, a cada dia que passa, se torna menor.
Pessoalmente não creio, de todo, que a colonização de outros planetas constitua a solução em que alguns ainda acreditam, mas ainda acredito que, muito brevemente, o Homem despertará para a realidade e reagirá à situação que criou e poderá adaptar o seu modo de vida às condições naturais que o seu Planeta lhe pode proporcionar as quais, por mais que o deseje, não pode alterar.
O recente conceito de “pegada ecológica” permitir-nos-á uma reflexão mais compreensível da sobrevivência da Humanidade. Fá-la-emos mais tarde.

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