Foi
na segunda metade do Século XIX, quando a Revolução Industrial iniciada em
Inglaterra, um século antes, se expandia para e Europa Central que as
preocupações com a capacidade de suporte do Planeta começaram, porque se comparou
o aumento populacional a que a primeira revolução da Humanidade, a agricultura,
havia conduzido, com o acelerado crescimento que, então, se verificava, depois
da Revolução Industrial na Inglaterra.
No
início do Século XVIII a população mundial não ultrapassaria mil milhões de
habitantes, cerca de cinco vezes a existente no já longínquo tempo de Cristo,
sendo que no seu final se aproximava já dos dois mil milhões!
O
crescimento populacional tornou-se um problema que levou a pensar qual seria a “capacidade
de suporte do Planeta”, conceito que correspondia a saber qual seria o número
máximo de habitantes a que os recursos naturais poderiam proporcionar uma
adequada satisfação das suas necessidades básicas.
Entre
uns moderados seis mil milhões e os 42 mil milhões que alguns cientistas
estimaram, outros afirmaram ser esta uma falsa questão porque “antes de
esgotada a capacidade da terra já a Humanidade se teria instalado em outros
planetas que, entretanto, descobriria.
Hoje,
com pouco mais de sete mil milhões que resultam da mais do que triplicação da
população ao longo de apenas mais um século, considerada a degradada situação
ambiental que a actividade humana causou no planeta Planeta reduzindo a sua
capacidade de suporte inicial, verificamos como era estulto o optimismo dos que
julgavam quase infinita a capacidade da Terra e notamos que já regride a
população em algumas regiões do Globo, as que correspondem à metade mais “desenvolvida”
e cuja diferença para a metade não desenvolvida corresponde à diferença entre o
sobre-consumo de que a economia necessita para se manter e a escassez de
alimentos e de água de que cada vez mais resultarão carências e doenças que
matarão precocemente as suas populações.
Depois
de insistentes mas pouco ou nada profícuas procuras de vida, mesmo primária, ou
de condições de habitabilidade em outros planetas do nosso sistema solar, é
muito recente, já do Século XXI, a descoberta de planetas mais distantes, fora
do nosso sistema solar, com condições que nos podem levar a considera-los
simplesmente “potencialmente habitáveis”.
É
notícia actual que acaba de ser descoberto mais um exoplaneta, o Kepler 1647b,
o maior de todos os já conhecidos, o qual orbita em torno de duas estrelas e a
uma distância delas que o torna “potencialmente habitável”.
Com
uma idade geológica sensivelmente igual à da Terra e um tamanho semelhante ao
de Júpiter, o Kepler 1647b encontra-se a 3.700 anos-luz de
distância da Terra o que, correspondendo 1 ano-luz a cerca de 9,4 biliões
(milhões de milhões) quilómetros, o coloca fora do alcance razoável para se
tornar solução numa emergência.
Outros
menos distantes estão, mesmo assim, demasiadamente longínquos para o mesmo fim
num prazo útil que, a cada dia que passa, se torna menor.
Pessoalmente
não creio, de todo, que a colonização de outros planetas constitua a solução em
que alguns ainda acreditam, mas ainda acredito que, muito brevemente, o Homem
despertará para a realidade e reagirá à situação que criou e poderá adaptar o seu modo de vida às condições naturais
que o seu Planeta lhe pode proporcionar as quais, por mais que o deseje, não
pode alterar.
O recente
conceito de “pegada ecológica” permitir-nos-á uma reflexão mais compreensível
da sobrevivência da Humanidade. Fá-la-emos mais tarde.
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