ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

ENTRE VAGAS E ONDAS




Provocou-me uma profunda tristeza a notícia da morte de Alvin Tofler.
Conheci-o em “O choque do futuro” que escreveu em 1970 e foi uma previsão notável do que se seguiria, no qual reflecte sobre o impacte que a evolução tecnológica e sobrecarga de informação que traz consigo, terá sobre uma Humanidade sedenta de novidades e que, por elas, se torna desapegada do que antes a fez feliz.
Entre a menina do passado, de quem a boneca de sempre fazia as delícias, era a companheira inseparável dos jogos que jogava e, a seu lado, dormia as noites tranquilas de então, até à menina moderna que a troca, sem mágoa, pelo último modelo que, ansiosamente, já esperava, Tofler apercebe-se da desumanização e da transitoriedade do futuro, da ansiedade e da ganância com que será vivido.
Ler aquele livro deixou-me profundamente impressionado e porque encontrei sentido e razão de ser em tudo o que nele me disse, fiquei atento ao caminho que a Humanidade estava a seguir sem cuidar de avaliar as consequências do “banquete” com que, imprudentemente, se refastelava.
Seguiu-se-lhe “a segunda vaga” que pouco me pareceu que fosse além da chamada de atenção que o seu anterior trabalho me fizera.
Mas outras “vagas ou ondas” se seguiram, na crista das quais chegou até à análise dos cada vez maiores efeitos do armamento, do poder bélico, da torrente imparável da tecnologia, enfim, de tudo o que tornava o capitalismo imparável e os seus efeitos cada vez mais devastadores.
A visão do mundo actual e as preocupantes conclusões da Ciência sobre as consequências das leviandades que cometemos dão razão a tanto que antecipou e poderia ter evitado o desassossego que agora sentimos na vivência das suas previsões.
Paz à sua Alma!


Sem comentários:

Enviar um comentário