ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 2 de julho de 2016

A HORA DE PENSAR COM A CABEÇA FRIA E OS PÉS BEM ASSENTES NO CHÃO



Ainda é muito cedo para ter a noção de todos os efeitos que o “Brexit” produzirá e que serão muitos.
Mas estou convencido de que os maiores se farão sentir no próprio Reino Unido que, tudo o mostra, bem corre o risco de deixar de o ser.
A Europa, por si, continuará a bagunça que era ou, e esse seria o milagre, aprenderia uma lição com este “não” que lhe deram, sabendo que em diversos outros membros o mesmo pode acontecer se certas mudanças políticas tiverem lugar. Em Portugal com o BE, em Espanha com o Podemos, em França com Marie Le Pen…
É próprio do ser humano, quando dá conta que vai por maus caminhos, mudar de direcção, mesmo sem fazer ideia de para onde o novo caminho o conduzirá. Foi o que fez o RU. Que o não faça a Europa.
Uma pequeníssima maioria de britânicos, 1,9%, dos quais alguns já manifestaram o seu arrependimento ou declararam as razões estúpidas (o termo não é meu) pelas quais votaram a saída, conseguiu a saída da União que sempre odiaram, apesar de todas as vantagens que dela tiraram para se livrarem da situação precária que viviam após a II Guerra Mundial, mas a Escócia reforça a sua vontade de ser totalmente independente e se manter na UE, a Irlanda poderá unificar-se finalmente e, assim, a Irlanda do Norte continuará na UE.
Londres que conhece bem os prejuízos que a saída lhe trará, transformar-se-á como que um enclave que não alinha as suas ideias pelas do País de Gales e dos “Midlands” que foram quem votou maciçamente na saída, mas pouco poderá fazer.
Na UE, muitas empresas e cidadãos britânicos criaram laços e dependências que a saída do RU torna muito difíceis de manter e, talvez por isso, certos arranjos acontecerão, como parecem mostrá-lo algumas alterações empresariais já meio anunciadas e, esta parece-me a cereja no topo do bolo, a procura, por muita gente, do modo de manter a “cidadania europeia” através de passaportes de outras nacionalidades e, assim, evitar os sérios problemas que o Brexit lhes causa.
E como por essa Europa fora os eurocépticos fundamentalistas continuam a ser bastantes e algumas nacionalidades reclamam ser um Estado, alguns movimentos inevitavelmente surgirão, por exemplo como os que o primeiro ministro espanhol pretende evitar, pelo menos na Catalunha e no País Basco, opondo-se à possível aceitação da Escócia na UE.
Aconteça o que acontecer, não creio que alguma coisa possa parar as profundas mudanças que o Brexit desencadeou.
A UE não vai desaparecer, mas o RU talvez!
Mas, depois de tudo isto, os grandes problemas latentes vão continuar e a Europa caminhará para o colapso se não os resolver.
Os abutres já cheiraram a desgraça e estão à espreita para o banquete, a menos que tenha chegado a hora de pensar! 

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