ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sábado, 30 de julho de 2016

DOS GAMBOSINOS AOS POKEMONS



Não era um daqueles dias com a melhor disposição. Para tal não concorreria qualquer razão especial, assim como nenhuma desgraça pessoal que me levasse a dizer mal da vida.
Era, apenas, mais um dia soturno em que apenas desgraças me acudiam ao pensamento.
Os atentados de Paris, de Nice ou sejam lá onde for, as decapitações de que o daesh é um fã e, sobretudo, o martírio infringido àquele idoso Padre Jacques que foi sequestrado e assassinado, por degolação, numa igreja em Saint-Etienne-du-Rouvrai.
Não consigo imaginar os requintes de malvadez com que, com um simples punhal, se degola uma pessoa e menos, ainda, o espectáculo de horror imposto aos que tal têm de observar como castigo.
A tudo se juntavam os 82 anos que, nesse dia, completava de andanças por este mundo que aos poucos vi tornar de horror, pelos problemas terríveis que enfrenta e aos quais poucos parecem dedicar alguma atenção que preste.
Não é, também, que nunca tenha pensado que as “Cruzadas” teriam, um dia, o ser reverso e os “mouros” voltassem para reclamar o que lhes conquistámos e que eles haviam retirado aos visigodos, aos suevos, aos alanos que o haviam conquistado aos romanos que daqui expulsaram os cartagineses que derrotaram os gregos… Enfim, tenho dificuldade em compreender quem derrotou quem ou conquistou o que, pelo que nem me dou ao cuidado de avaliar das razões que o daesh reclama.
Pelo que vejo e do que aprendi sobre este tipo de confrontos, este já nem será um problema que me afecte muito mais do que já afecta, apenas me preocupando aqueles que, por mim, por aqui ainda andarão para aturar as madurezas deste mundo que enlouqueceu.
Com uma certa relutância aceitei um convite para ir caçar os tais pokemons!
Não fazia ideia do que fossem mas lá fui, pensando tratar-se dos, gambozinos que, um dia, em tempos que vivia bem mais feliz, também fui tentar caçar!
Entre estar acabrunhado e ir arejar a moina por uns momentos, acabei por deixar-me convencer.
Cacei 26, o que me dizem ser um número invulgar para uma primeira caçada! Apanhei mais uns quantos ovos que depois de uns dias e com o calor que tem feito, devem já estar podres e a cheirar mal.
Foi mais um modo de ver como as coisas mudam, desde os ingénuos gambozinos que jamais alguém viu aos pokemons que não sei se vi ou não…
Ao menos distraí-me um pouco das preocupações que me causam as notícias de desgraças que começo a ouvir logo pela manhã.

Sem comentários:

Enviar um comentário