Segundo
uma notícia da Reuters, o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, na
sua mensagem de condolências pelo hediondo atentado que aconteceu ontem em Nice
e do qual muitas dezenas de vítimas resultaram, pede à França para não ceder às
tentações da divisão e do ódio, continuando a ser o país da Liberdade, da
Igualdade e da Fraternidade, apesar de as feridas profundas que levam muito tempo
a sarar!
Aqui
parece-me oprtuno perguntar se já terão sarado as que outros atentados provocaram
e se haverá tempo para sarar estas, antes que outros aconteçam.
Quando
a Europa ainda não foi capaz de se entender sobre como proceder neste caso dos
refugiados sírios que tão bem se prestam a “diluir” os carrascos das matanças
que serão as missões que aqui os trazem, sobre o que fazer com as dezenas de
milhar que fogem de uma guerra à qual já se deveria ter posto um fim, não
compreendo este apelo de um alto responsável europeu a quem tem já todas as
razões para sentir um desespero profundo e quase incontrolável por tudo aquilo
de que tem sido vítima.
Não
sei se Schulz pretende imitar Cristo quando pede para oferecermos a outra face
quando nos ferem uma ou se entende que uma guerrilha como esta se pode vencer
com paninhos quentes ou caçando, um a um, os guerrilheiros que se escondem no
meio da própria multidão que atacam.
O
atentado de ontem é bem a prova de que o terror pode sair do nada, nas
condições mais absurdas e das formas mais estranhas.
Não
me parece que a França e a própria Europa precisem de palavras destas, muito menos
vindas de quem estas vieram, quando necessita de uma política clara para lidar
com um problema difícil que já lhe causou muito mal e muito mais causará ainda.
O
Parlamento Europeu deveria ter para dizer algo diferente do que disse o seu
Presidente que, nas suas condolências institucionais, na sua retórica de político, não sente a dor nem o desespero
dos milhares e milhares a quem o sucedido afecta de forma dura, cruel e
definitiva.
Famílias
destruídas, vidas acabadas de um modo tão cobarde, não podem compadecer-se com
estas palavras sem sentido de quem está habituado a dizê-las por dizer ou
porque caem bem, como é hábito dos políticos que, caladinhos, fariam melhor o
seu trabalho!
A
situação é grave e mais grave ficará, descambando na divisão odiosa que Schulz
pede à França que não permita, se fizermos, simplesmente, o que ele pede.
E
o justo pagará pelo pecador!
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