ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 15 de julho de 2016

E O JUSTO PAGARÁ PELO PECADOR!



Segundo uma notícia da Reuters, o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, na sua mensagem de condolências pelo hediondo atentado que aconteceu ontem em Nice e do qual muitas dezenas de vítimas resultaram, pede à França para não ceder às tentações da divisão e do ódio, continuando a ser o país da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, apesar de as feridas profundas que levam muito tempo a sarar!
Aqui parece-me oprtuno perguntar se já terão sarado as que outros atentados provocaram e se haverá tempo para sarar estas, antes que outros aconteçam.
Quando a Europa ainda não foi capaz de se entender sobre como proceder neste caso dos refugiados sírios que tão bem se prestam a “diluir” os carrascos das matanças que serão as missões que aqui os trazem, sobre o que fazer com as dezenas de milhar que fogem de uma guerra à qual já se deveria ter posto um fim, não compreendo este apelo de um alto responsável europeu a quem tem já todas as razões para sentir um desespero profundo e quase incontrolável por tudo aquilo de que tem sido vítima.
Não sei se Schulz pretende imitar Cristo quando pede para oferecermos a outra face quando nos ferem uma ou se entende que uma guerrilha como esta se pode vencer com paninhos quentes ou caçando, um a um, os guerrilheiros que se escondem no meio da própria multidão que atacam.
O atentado de ontem é bem a prova de que o terror pode sair do nada, nas condições mais absurdas e das formas mais estranhas.
Não me parece que a França e a própria Europa precisem de palavras destas, muito menos vindas de quem estas vieram, quando necessita de uma política clara para lidar com um problema difícil que já lhe causou muito mal e muito mais causará ainda.
O Parlamento Europeu deveria ter para dizer algo diferente do que disse o seu Presidente que, nas suas condolências institucionais, na sua retórica de político, não sente a dor nem o desespero dos milhares e milhares a quem o sucedido afecta de forma dura, cruel e definitiva.
Famílias destruídas, vidas acabadas de um modo tão cobarde, não podem compadecer-se com estas palavras sem sentido de quem está habituado a dizê-las por dizer ou porque caem bem, como é hábito dos políticos que, caladinhos, fariam melhor o seu trabalho!
A situação é grave e mais grave ficará, descambando na divisão odiosa que Schulz pede à França que não permita, se fizermos, simplesmente, o que ele pede.
E o justo pagará pelo pecador!

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