Apesar
do que alguém disse, a propósito do perdão de uma possível multa a Portugal em consequência
do desvio que teve no défice de 2015, o assunto, afinal, não morreu!
Depois
de a Comissão Europeia ter decidido não aplicar qualquer multa a Portugal, pelo
menos foi isso o que as notícias aqui disseram, o Comissário Oetinger afirmou,
ao Der Spiegel, que “temos uma segunda opção. A nossa ameaça de
corte nos fundos estruturais do orçamento é séria se Lisboa e Madrid não
colocarem as contas em ordem”.
E a primeira conclusão que tiro é a de que não temos
as contas em ordem!
Juntando isto a outras coisas que por aí também se
dizem, tendo por origem este organismo ou aquele, esta personalidade ou aquela,
para além das dessintonias frequentes entre o Primeiro Ministro e o Ministro
das Finanças, eu, que para além do óbvio sou leigo nestas coisas de macro finanças,
fico sem saber qual é, afinal, a situação real que deve orientar as decisões que
me convirá tomar, que a todos convirá tomar na vida corrente e em relação ao
futuro.
Não é isto que se espera de um governo, a confusão
que nos deixa sem saber o que, afinal, é a verdade.
O que sinto e o que vejo são custos disfarçados nos
preços das coisas que, deste modo, ficam mais caras, assim o governo cumprindo
a promessa de não aumentar descaradamente os impostos! Fá-lo nas múltiplas
taxas que, às dezenas, vai distribuindo por toda a parte.
Não me interessa a mão com que me tirem nem como
chamem o modo de me tirar, mas a verdade é que o governo transferiu a
necessidade de cortar nas despesas para a iniciativa de cada um de nós, sem nos
dar hipótese de aumentar as receitas, como parece resultar de algumas das
decisões que toma mas que, logo, outras contrariam!
Já todos nos demos conta das broncas geradas por
diversas promessas não cumpridas, das consequências de outras que tentou
cumprir e mais nos iremos dar à medida que o tempo for correndo porque, afinal,
o caso é mais sério do que nos quiseram crer que fosse e não será um modo
diferente de fazer contas que alterará os resultados.
Começa a ficar claro que grandes dificuldades nos
esperam, até que uma crise política possa surgir depois da “silly season” (desculpem
mas custa dizer isto em português), por mais que Marcelo garanta que não haverá
crise política alguma.
A sensação que me fica é a de que ninguém sabe muito
bem o que dizer porque, em contas normais, daquelas que todos sabemos fazer, só
podemos concluir que continuamos a gastar mais do que temos, problema que o
governo de Costa, habilmente vai transferindo das contas do Estado para o bolso de cada um.
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