“Em dois sítios me
achareis,
Por desgraça ou por ventura:
Os ossos na sepultura,
A alma, nestes papéis.”
Bandarra Por desgraça ou por ventura:
Os ossos na sepultura,
A alma, nestes papéis.”
Acabei
de ler, no Público, um texto escrito por Francisco Louçã.
Li
na edição electrónica, naquela que o Público me deixa ler de vez em quando, e,
por isso não sei bem avaliar que espaço ocupará na edição em papel que por aí
andará de mão em mão, porventura a fazer as delícias dos caçadores de anedotas
que muito se rirão da meia dúzia que, sem demonstrar grande habilidade para a
piada, o Francisco ali nos conta!
Espero
que não seja muito espaço porque para consumir árvores que tanta falta fazem para
que o desequilíbrio ambiental deste planeta se não descontrole ainda mais,
bastam os incêndios florestais que, este ano, parecem estar activos como nunca!
Escreve ao jeito de peça de teatro de bairro que outra coisa não é esta
política que em Portugal se faz.
Obviamente, elege
como actor principal o Passos Coelho que, diz, Arnaldo de Matos, o grande
educador da classe operária (ainda se lembram), inspira nas previsões que sempre faz para amanhã ou para depois ainda, falando do Armagedão que está para
acontecer!
Marques
Mendes será como que o “homem do ponto” que, escondido naquela caixinha que,
nas minhas primeiras idas ao teatro, nem fazia ideia por que estava ali, vai
ajudando os actores em cuja memória seria difícil guardar tantas artimanhas
como as que o Louçã imginou.
Li
do princípio ao fim, sempre à espera de algo que fizesse sentido, de alguma
coisa que dissesse e valesse a pena ler e reflectir, que abordasse qualquer assunto dos muitos
que nos trazem preocupados, das desgraças que se abatem sobre o mundo, àcerca do
que, por certo, não tem opinião. Só faz previsões. E para amanhã… ou lá mais para
Setembro, como diz que Passos também faz.
São
assim os sabichões, os doutores que, parecendo saber tudo não sabem nada ou, mesmo sabendo alguma coisa, fazem de nós trouxas que se extasiam com o seu pouco saber, nos fazem perder tempo a ler anedotas que nem graça têm e, decerto, se fartam
de rir da sua obra, imaginando o gozo com que tantos outros, como ele pouco
dados à realidade das coisas, a lerão também.
Não
me agrada acreditar que Louçã não seja capaz de melhor do que isto e,
sobretudo, não faça ideia do Armagedão que preparam os idiotas que preferem as
piadas de mau gosto à realidade que, não faltará muito já, lhes ensinará o que,
de facto, é a hecatombe de que tanto se ri, por jamais ser a que diz que Passos
ou Mendes anunciam.
Pois
não será, porque será ainda pior com o mundo governado por humoristas assim!
E não
passa Louçã de ser, ele também, um prestidigitador que, ao contrário de
Bandarra, o famoso sapateiro de Trancoso, prevê um futuro de sucesso e de
felicidade, porque não vão acontecer as desgraças que o artífice, iluminado por S Gabriel, anunciava.
Cá
estaremos para ver o que nos calha, nesta compita de oráculos cegos a quem
entregámos a sorte deste país.
São
mais ou menos assim as crónicas que, por aí, se publicam…
Sem comentários:
Enviar um comentário