Mais
uma notícia que dá conta de mais um daqueles actos que passaram a ser cada vez
mais frequentes e até já se tornaram vulgares nos tempos que correm. Um ataque
a cidadãos que vivem o seu dia normal e são surpreendidos pela morte que surge
do nada pelas mãos de alguém que neles viu o inimigo infiel que trás os males
ao mundo, é um acto que se tornou banal.
Isto
já não é notícia. Tornou-se uma vulgaridade. Notícia seria informar que “hoje
não houve ataques do daesh”.
Segundo
li no Expresso, “Homem de 19 anos foi detido no local pouco depois de esfaquear seis
pessoas, provocando a morte de uma mulher de 60 anos. Polícia metropolitana diz
que saúde mental do suspeito é "factor significativo" no ataque e não
exclui possíveis ligações a terrorismo.
Uma pessoa morreu e outras cinco
ficaram feridas num esfaqueamento em série na praça Russell, no centro de
Londres, na quarta-feira à noite. A polícia foi chamada ao local, perto do
Museu Britânico, pelas 22h30, após várias pessoas terem alertado as autoridades
sobre um homem que estava a esfaquear pessoas aleatoriamente na rua”.
Sair
para a rua com uma arma qualquer, de corte ou de fogo, para atacar gente que
encontra em lugares públicos, tornou-se um acto frequente que, sem qualquer
dúvida, o terrorismo islâmico tem inspirado aos que crêem encontrar no martírio
a salvação do mundo cão onde detestam viver.
Sair
para a rua para fazer compras do dia, fazer uma viagem em transportes públicos,
ir ao cinema ou, simplesmente, tomar uma refeição ou um simples café, tornou-se uma atitude de risco,
pois jamais se pode saber quando, do nada, sai o “iluminado” que quer salvar o
mundo, regando-o com o nosso sangue.
Mas
será o radicalismo islâmico tão convincente e apelativo que leve tanta gente a
por fim à sua vida depois de, sem qualquer razão aparente, o ter posto à de muitos
outros ou será, como creio que seja, uma razão desvairada para acabar com o
desconforto que esta vida cada vez mais difícil provoca nos que não vêem, para
o seu futuro, qualquer saída agradável?
A “crise
eterna” do capitalismo a que a “esquerda” anticapitalista, por falta de ideais alternativos,
se associou é, sem a menor dúvida, a situação ideal para gerar novos adeptos de
um outro modo de viver que, purgado de todos os “infiéis”, dará lugar ao
paraíso na Terra, onde todos terão o que desejam e viverão em paz.
Além
disso, a passagem instantânea do inferno para o paraíso é, francamente,
tentadora.
Por
isso, aos excluídos deste sistema que os grandes poderes insistem na recusa de
ter chegado ao fim, não será mais fácil acreditar nas vantagens prometidas pelo
“martírio” que, no Além, garante uma recepção em glória e proporcionará a vida
faustosa de herói?
Os
grandes ataques terroristas de outrora, meticulosamente preparados e executados
foram a grande chamada de atenção para um novo mundo que, instantaneamente, se
ganha por uma nova forma de morrer.
Os
actos isolados de gente de saúde mental abalada por uma vida que cada vez faz
menos sentido, estão a substituir os actos de terror organizados que a
investigação policial tonou cada vez mais difíceis de praticar.
E
o "ideal" do daesh tornou-se uma virose que alastra, mortífera, sem ainda se
vislumbrar a cura que dela nos possa salvar!
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