ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 9 de agosto de 2016

O TERRÍVEL MAL DO VERÃO



E, como é costume, os incêndios florestais de Verão voltaram com toda a sua raiva que, hectare a hectare, destrói tudo o que encontra, coisas e vidas, a paz de quem se julgava seguro, o pouco que foi amealhado, para o resto dos dias, ao longo de toda uma vida.
São espectáculos de horror e de desespero todas as que televisões, horas e horas por dia, nos mostram, como se não conhecêssemos ainda, e muito bem, essas imagens trágicas e de beleza sádica, como só o fogo pode proporcionar. Como se não tivéssemos gravados já, na alma, os gritos de desespero daqueles a quem as chamas levam tudo.
Enfim, é o espectáculo do ano.
E, com eles, lá voltam as romarias dos senhores que garantem um futuro mais tranquilo porque, podemos estar seguros, os meios vão ser reforçados para um combate mais eficaz a esta praga anual que trás a infelicidade a tanta gente.
É muito possível que, nos próximo anos, tenhamos mais aviões, mais helicópteros, mais material nas corporações de bombeiros e mais bombeiros até.
Mas não me parece que seja isso que evitará os maus momentos que tanta gente vive, as perdas que tanta gente sofre e que esses meios todos não apagam. E parecem-me ser estes os males maiores que ninguém se dispõe a evitar...
As árvores podem replantar-se, as culturas refazer-se. E todos os outros males não são de considerar?
Não devem ser, porque nem cuidados são de tanta gente que tem, nestes momentos, o seu momento de fama ou, mesmo até, de proveitos económicos que sempre resultam de meios que são tantos e tão caros que, em meu juízo, deveriam ser evitados o mais possível.
Todos os anos as florestas estão mais cheias de material inflamável, ao qual não é difícil pegar fogo. E tanta gente que recebe do Estado sem nada fazer, continua a não fazer nada!
Todos os anos se conclui serem de origem humana, em alguns casos nem sequer criminosa, as origens de, talvez, 90% dos incêndios florestais que acontecem. Mas não se cuida como me parece deveria ser cuidado este aspecto da questão.
São presos incendiários que nem sequer sei que pena pagarão pelo crime hediondo que cometerão. Alguns já o terão sido por mais de uma vez!
Quando será que, em vez de se falar em reforçar os meios, se falará, finalmente, na prevenção, a sério, dos incêndios florestais?
É verdade que dão lucros a muita gente. Enfim, tornaram-se um negócios como outro qualquer, o que, como é evidente, é bom para a economia!!!
É verdade que é e que não contribui assim com tão pouco para as contas que determinam proveitos que se não distinguem dos demais.
O mesmo dinheiro gasto na limpeza de matas, na vigilância atenta e nas obras necessárias para combater melhor os incêndios que, mesmo assim, continuam a acontecer, sem esquecer as acções de formação que evitem os descuidos.
Gostava de transpor para aqui aquilo que, hipocritamente, tanta gente diz das desculpas, gritar bem alto que os incêndios se não combatem, se evitam!
Mas haverá, sempre, incêndios que acontecem porque nem todos se evitam.

 

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