E,
como é costume, os incêndios florestais de Verão voltaram com toda a sua raiva que,
hectare a hectare, destrói tudo o que encontra, coisas e vidas, a paz de quem
se julgava seguro, o pouco que foi amealhado, para o resto dos dias, ao longo
de toda uma vida.
São
espectáculos de horror e de desespero todas as que televisões, horas e horas por dia,
nos mostram, como se não conhecêssemos ainda, e muito bem, essas imagens
trágicas e de beleza sádica, como só o fogo pode proporcionar. Como se não
tivéssemos gravados já, na alma, os gritos de desespero daqueles a quem as
chamas levam tudo.
Enfim,
é o espectáculo do ano.
E,
com eles, lá voltam as romarias dos senhores que garantem um futuro mais
tranquilo porque, podemos estar seguros, os meios vão ser reforçados para um
combate mais eficaz a esta praga anual que trás a infelicidade a tanta gente.
É muito
possível que, nos próximo anos, tenhamos mais aviões, mais helicópteros, mais
material nas corporações de bombeiros e mais bombeiros até.
Mas
não me parece que seja isso que evitará os maus momentos que tanta gente vive,
as perdas que tanta gente sofre e que esses meios todos não apagam. E parecem-me ser estes os males maiores que ninguém se dispõe a evitar...
As
árvores podem replantar-se, as culturas refazer-se. E todos os outros males não
são de considerar?
Não
devem ser, porque nem cuidados são de tanta gente que tem, nestes momentos, o seu momento de fama
ou, mesmo até, de proveitos económicos que sempre resultam de meios que são
tantos e tão caros que, em meu juízo, deveriam ser evitados o mais possível.
Todos
os anos as florestas estão mais cheias de material inflamável, ao qual não é
difícil pegar fogo. E tanta gente que recebe do Estado sem nada fazer, continua a não fazer nada!
Todos
os anos se conclui serem de origem humana, em alguns casos nem sequer
criminosa, as origens de, talvez, 90% dos incêndios florestais que acontecem. Mas não se cuida como me parece deveria ser cuidado este aspecto da questão.
São
presos incendiários que nem sequer sei que pena pagarão pelo crime hediondo que cometerão.
Alguns já o terão sido por mais de uma vez!
Quando
será que, em vez de se falar em reforçar os meios, se falará, finalmente, na
prevenção, a sério, dos incêndios florestais?
É
verdade que dão lucros a muita gente. Enfim, tornaram-se um negócios como outro
qualquer, o que, como é evidente, é bom para a economia!!!
É
verdade que é e que não contribui assim com tão pouco para as contas que determinam proveitos que se não distinguem dos demais.
O
mesmo dinheiro gasto na limpeza de matas, na vigilância atenta e nas obras
necessárias para combater melhor os incêndios que, mesmo assim, continuam a acontecer, sem esquecer as acções de formação que evitem os descuidos.
Gostava
de transpor para aqui aquilo que, hipocritamente, tanta gente diz das
desculpas, gritar bem alto que os incêndios se não combatem, se evitam!
Mas haverá, sempre, incêndios que acontecem porque nem todos se evitam.
Mas haverá, sempre, incêndios que acontecem porque nem todos se evitam.
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