A
educação tem sofridos tratos de polé desde que os “eruditos” que se tornaram
seus “donos” resolveram fazer dela o que bem entendem, na sempre inacabada
procura de um melhor que nunca o é.
No
fundo, não passam de tecnocratas complicativos que nunca são capazes sequer de
preparar um início de ano lectivo sem incidentes mais ou menos graves nem de proteger
os interesses das famílias em vez dos interesses de “autores” e de editores com
as constantes mudanças de manuais que, em vez de tendencialmente gratuito
tornam o aprender muito caro!
Além
de apreciador directo de muitas insuficiências que os “melhoramentos”
introduziram e não fizeram os estudantes falar ou escrever melhor e nem,
sequer, saber mais, bem pelo contrário, assim como dos resultados medíocres em
saberes fundamentais como a física e a matemática que se tornaram problemas
maiores do nosso ensino, aprecio agora, estupefacto, esta guerra entre o ensino
público e o ensino privado que mais me parece uma tentativa de monopolizar a
educação ao modo de como em alguns regimes musculados acontece.
O
ensino público, aquele que o Estado constitucionalmente se compromete a tornar gratuito,
está longe de merecer os louvores que tal intenção merece e, mais do que isso,
não tem capacidade para abranger da melhor forma todos os cidadãos em idade
escolar, mesmo estando em decréscimo.
É
natural que, tal como em outros casos também fez, o Estado fizesse acordos com
o ensino privado para suprir as suas insuficiências quer financeiras quer de meios
de ensino, incluindo professores que, tantas vezes, tanto deixam a desejar.
Não
sou ingénuo que negue a possibilidade de conluios que, em alguns de tais
acordos, tenham acontecido, mas estupidez seria tomar a árvore pela floresta e
fazer pagar o justo pelo pecador.
Os
educandos devem continuar a dispor de escolha, porventura algumas vezes bem
melhor do que as alternativas que algumas escolas públicas oferecem nos mais
variados aspectos.
E,
finalmente, deve o Estado honrar os compromissos que assumiu e não deve
simplesmente descartar em vez de corrigir os erros que tenham sido feitos.
Tenho
sérias dúvidas sobre a qualidade de um ensino sem alternativas, pelo menos até as
escolas públicas superarem as múltiplas carências que, em muitíssimos casos,
revelam.
De
resto, porque será que, mesmo naqueles casos em que escolas públicas e privadas
comparticipadas quase estão lado a lado, não são, por via de regra, as públicas
as preferidas e muito menos as melhor sucedidas?
Não
haverá muito para pensar e corrigir antes de começar a destruir como é hábito
nas reformas que se fazem neste país? Ou os interesses envolvidos não podem esperar?
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