Depois
de uma declaração bombástica de Catarina Martins, “todos os dias me arrependo
da geringonça”, ainda que afirme que sempre se esforça para que funcione e,
também, das críticas acérrimas de Jerónimo de Sousa a diversas atitudes do
Governo, achei interessante que Marques Mendes tenha afirmado, na sua
intervenção televisiva semanal, que “estas coisas são combinadas” para que os
seus apaniguados não pensem que se estão a submeter à vontade do PS, porque nem
PCP nem o BE se desejam afastar do poder no qual a tal “geringonça” os integra.
Não
tenho como refutar esta afirmação que se integra bem num propósito de
poder-sombra que muito bem lhes deve saber depois de tanto tempo dele
distantes.
Posso,
até, pensar que mais vale estar perto do poder para o poder influenciar do modo
que for possível, do que eternamente continuar na posição crítica de oposição
da qual nada resulta. Mas até isso me parece ter limites curtos e difíceis de
ultrapassar.
Será
incontrolável o desejo de ser poder, como sugere Marques Mendes que, por isso,
afirma ser esta “coligação” mais forte do que o fora a do PSD com o CDS, mesmo
antes do amuo “irreversível” de Paulo Portas e, por isso, se manterá e poderá
reforçar-se após as próximas eleições autárquicas.
Talvez
Marques Mendes não tenha prestado muita atenção à razão que deu para as
manifestações públicas de desagrado que o PCP e o BE vão fazendo porque não me
parece possível iludir os seus “adeptos” por todo o sempre, muito menos quando
as medidas duras que a degradação da situação económica impõe e às quais
Marques Mendes se referiu também, forem inevitáveis e as múltiplas taxas que, para
tentar equilibrar um orçamento derrapante, entretanto foram sendo lançadas
sobre os mais variados produtos e serviços, se tornarem mais evidentes.
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