ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

OS CONTRASENSOS DA GERINGONÇA



Depois de uma declaração bombástica de Catarina Martins, “todos os dias me arrependo da geringonça”, ainda que afirme que sempre se esforça para que funcione e, também, das críticas acérrimas de Jerónimo de Sousa a diversas atitudes do Governo, achei interessante que Marques Mendes tenha afirmado, na sua intervenção televisiva semanal, que “estas coisas são combinadas” para que os seus apaniguados não pensem que se estão a submeter à vontade do PS, porque nem PCP nem o BE se desejam afastar do poder no qual a tal “geringonça” os integra.
Não tenho como refutar esta afirmação que se integra bem num propósito de poder-sombra que muito bem lhes deve saber depois de tanto tempo dele distantes.
Posso, até, pensar que mais vale estar perto do poder para o poder influenciar do modo que for possível, do que eternamente continuar na posição crítica de oposição da qual nada resulta. Mas até isso me parece ter limites curtos e difíceis de ultrapassar.
Será incontrolável o desejo de ser poder, como sugere Marques Mendes que, por isso, afirma ser esta “coligação” mais forte do que o fora a do PSD com o CDS, mesmo antes do amuo “irreversível” de Paulo Portas e, por isso, se manterá e poderá reforçar-se após as próximas eleições autárquicas.
Talvez Marques Mendes não tenha prestado muita atenção à razão que deu para as manifestações públicas de desagrado que o PCP e o BE vão fazendo porque não me parece possível iludir os seus “adeptos” por todo o sempre, muito menos quando as medidas duras que a degradação da situação económica impõe e às quais Marques Mendes se referiu também, forem inevitáveis e as múltiplas taxas que, para tentar equilibrar um orçamento derrapante, entretanto foram sendo lançadas sobre os mais variados produtos e serviços, se tornarem mais evidentes.

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