Depois
das avaliações semestrais feitas aos resultados da actividade governativa no
primeiro semestre de 2016, só posso ficar preocupado, já que me dizem que se
reduziu fortemente o crescimento do PIB que passou dos 1,8% previstos pelo
governo que entrou em funções para cerca de 0,7%, que a dívida pública aumentou
significativamente e até já está acima da meta traçada pelo governo para o
conjunto do ano, coisa que a anterior Oposição, agora Governo, apontava
como prova de má governação e agora diz ser natural, se não se deu conta
daquele aumento da procura interna que a libertação de meios financeiros para as
famílias iria promover, se as exportações cresceram muito menos do que estavam a
crescer, se os preços dos bens essenciais aumentaram, obrigando a maiores
sacrifícios para os comprar...
Sente-se
na carteira que é preciso mais dinheiro para comprar o que é preciso e nota-se
nos serviços que o Estado deve prestar, como a saúde, a educação, a segurança,
que há cada vez menos meios para que sejam prestados conforme as necessidades.
Vejo
um governo constantemente preocupado com a execução de um Orçamento que derrapa
todos os dias, assim como com a Banca que parece em constante processo de
degradação e onde as complicações se sucedem, que vai tomando decisões, umas mais discretas do que outras, que
lhe permitam arrebanhar, aqui e ali, o dinheiro que vai faltando nas contas,
lançando taxas a taxinhas que procuram passar desapercebidas no meio da
confusão que se está gerando.
Por
isso não vejo iniciativas legislativas nem alterações estruturais que adaptem as
atitudes políticas às características do tempo em que vivemos, pois não há
condições, nem tempo e nem, talvez, saber para as fazer.
Apesar
de tudo, garante o governo que tudo vai bem e que todas as metas serão
cumpridas.
Eu
quero ser um crente. Quero acreditar que Costa e Centeno sabem o que estão a
fazer, ou pensam que sabem e, no fim, tudo bate certo.
E
ainda bem que tudo isto se passa quando eu já estou aposentado e, por isso, já não
me caberá a tarefa de rever as leis naturais que tal sucesso, sem a mínima dúvida,
provará estarem completamente erradas. Ou talvez nem seja necessária essa revisão porque, como já deu provas, quando as coisas não correm como quer, o Governo muda a lei!
Nesta
luta entre o Governo e a realidade, a minha simpatia vai para o Governo, certamente,
porque o seu fracasso também será o meu. Mas o meu bom senso só pode pender
para a realidade que Costa e Centeno não conseguirão, de todo, modificar.
Ou
estarão dispostos a contratar o David Coperfield para mais uma exibição do seus
poderes de ilusão que lhe permitem atravessar a muralha da China ou fazer
desaparecer um avião?
Aqui
preparará, decerto, o truque do aparecimento dos meios que não há para que
tudo se cumpra como prometido!
Os milagres da engenharia
financeira são pouco duradouros e a confusão europeia é enorme.
Mas sempre resta a falsa esperança, a dos que dizem que "entre mortos de feridos alguém ha-de escapar!"
Mas sempre resta a falsa esperança, a dos que dizem que "entre mortos de feridos alguém ha-de escapar!"
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