Ontem
li um texto que dizia ter um “estudo” revelado ser o governo português o quinto
mais corrupto do mundo.
Tornou-se
um hábito chamar “estudo” a qualquer coisa que se faz e permite chegar a uma
conclusão. Seja ela qual for.
E,
sendo um “estudo”, há que prestar-lhe toda a reverência devida às coisas sérias e, por isso, não se pode por em causa a sua credibilidade.
A
maioria aceita o que qualquer “estudo” lhe impinja e até os meios de
comunicação social os divulgam sem qualquer contestação.
O “estudo”
banalizou-se de tal modo que se considera investigador o que diga que quando se
dá um pontapé numa pedra fica a doer o pé ou que “fica surdo” o gafanhoto ao
qual se cortaram todas as patas porque, cortando-as uma a uma até última, quando
incitado a saltar, o não fez como antes fazia.
Um
estudo exige uma preparação prévia muito cuidada, uma execução bem planeada e, por
fim, que as conclusões sejam o resultado de uma análise cuidadosa e confirmada
dos resultados obtidos.
Não
me digam ser uma conclusão aceitável a que resulta de um simples inquérito ao
povo de um país, a propósito da corrupção que possa haver no seu governo!
Sobretudo nesta altura em que a incompetência política se tornou óbvia e as
promessas de melhorias são, sistematicamente, um engano em que os eleitores sempre caem.
Sem
que, com isto, pretenda passar ao nosso governo qualquer certidão de santidade,
facilmente encontraria, por esse mundo fora, uma ou duas dúzias de outros
governos onde a corrupção é, de longe, mais evidente.
Mas
que a corrupção existe, não há a menor dúvida. Alastra e toma formas cada vez mais surpreendentes,
sendo quase inevitável admitir que existe seja onde for, porque o “maldito
dinheiro” exerce uma enorme atracção e possuí-lo foi-se tornando sinal de
"sabedoria e de poder", o que atira os verdadeiros grandes homens sábios que o mundo
teve e tem, para o monte dos imbecis indiferenciados!
***
Hoje
leio que Figo, um jogador de futebol que ganhou uma bola de oiro havia dito, a
propósito de uma candidatura à FIFA da qual desistiu depois, que “foi uma
experiência enorme para mim. Dei o passo no momento certo da minha carreira.
Avancei quando senti que o organismo mundial precisava da minha ajuda. Mas
depois decidi recuar, porque percebi que nada poderia fazer para evitar a
corrupção que denunciei”.
E
mais uma vez, tratando-se de corrupção, esse hábito que parece ser o mais comum de todos quantos há, é difícil de entender o que se diz. Não seria a
corrupção que havia denunciado um dos males pelos quais a FIFA necessitaria da
ajuda que Figo se julgava capaz de dar-lhe e, por isso, a maior razão para concorrer?
Fiquei
sem entender, pois, por que razão Figo entende que a FIFA precisava dele!
E aqui poderia começar uma divagação, a que poderia também, chamar "estudo" e sabe-se lá a que conclusões chegaria.
E aqui poderia começar uma divagação, a que poderia também, chamar "estudo" e sabe-se lá a que conclusões chegaria.
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