ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 23 de agosto de 2016

QUANDO O MAU QUE TEMOS PARECE SER O MELHOR



Enquanto lá por fora se olha com desconfiança para Portugal, falando-se já de uma nova crise que tornará dramático o nosso futuro próximo, por cá, aqueles a quem os “geringonços” chamam os “arautos da desgraça” falam dos receios que têm pelo caminho que as coisas levam.
E, de facto, parece não haver duas seguidas que batam certo, mas ainda há quem entenda que vem aí o ano da redenção, de todas as oportunidades que condiciona a se fizermos aquilo que jamais fizemos que é sair do mundo de fantasia em que sonhamos para assentar os pés na Terra onde vivemos.
Esta é uma solução tão óbvia como o é desde há muito tempo. E é por isso que não percebo porque haveríamos de esperar pelo próximo ano para a por em prática, porque este foi já o ano de um novo governo que, em vez disso, me parece andar a coleccionar problemas para no próximo ano resolver. Se for capaz.
Lembra-me aquele idiota que, repetidamente, ia martelando a ponta de um dedo. A dor que sentia era forte, mas gradava-lhe o alívio que sentia nos intervalos!
A recordação dos grandes sacrifícios a que, num passado próximo, um estado de pré-bancarrota inevitavelmente nos obrigou, vai dilatando a esperança nos desejados melhores dias que António Costa prometeu mas ainda não chegaram e continuam difíceis de chegar, pelo que dizem os indicadores do primeiro semestre deste ano.
Talvez por isso a fé no próximo ano e no seguinte, depois, numa espera ruinosa.
Mas tem o Governo as ajudas de uma Oposição inócua que a cada dia lhe oferece, nas intervenções que vai fazendo, tempo e razões para continuar pelo caminho errado que escolheu.
É triste quando o mau que temos parece ser o melhor. É uma condenação!
Mesmo que sejam simples manobras de diversão combinadas as queixas que o PCP e o BE vão fazendo, acusando Costa das fraquezas com que enfrenta a Europa porque, como disse o profético Marques Mendes, a geringonça está de pedra e cal, talvez disso a causa mais certa seja a fraqueza de uma Oposição que ainda não conseguiu fazer o nojo da morte inglória que teve o seu governo nem propõe outras soluções senão aquelas que não trazem esperança e, por isso, fazem de Costa um vencedor.
Dentro de pouco mais de um ano teremos eleições que, para o ex-Primeiro Ministro, podem ser fatais pois não me parece que consiga vence-las com aquele seu estilo certinho que, já o devia ter notado, não convence ninguém, por mais razões que tenha.
Preocupou-me o slogan que ontem vi na preparação da Festa do Avante: fora da Europa e do euro já.
Imagino a farra que será depois.

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