Enquanto
lá por fora se olha com desconfiança para Portugal, falando-se já de uma nova
crise que tornará dramático o nosso futuro próximo, por cá, aqueles a quem os “geringonços”
chamam os “arautos da desgraça” falam dos receios que têm pelo caminho que as
coisas levam.
E,
de facto, parece não haver duas seguidas que batam certo, mas ainda há quem
entenda que vem aí o ano da redenção, de todas as oportunidades que condiciona
a se fizermos aquilo que jamais fizemos que é sair do mundo de fantasia em que sonhamos
para assentar os pés na Terra onde vivemos.
Esta
é uma solução tão óbvia como o é desde há muito tempo. E é por isso que não
percebo porque haveríamos de esperar pelo próximo ano para a por em prática, porque
este foi já o ano de um novo governo que, em vez disso, me parece andar a
coleccionar problemas para no próximo ano resolver. Se for capaz.
Lembra-me
aquele idiota que, repetidamente, ia martelando a ponta de um dedo. A dor que
sentia era forte, mas gradava-lhe o alívio que sentia nos intervalos!
A recordação
dos grandes sacrifícios a que, num passado próximo, um estado de pré-bancarrota
inevitavelmente nos obrigou, vai dilatando a esperança nos desejados melhores dias que António Costa prometeu mas ainda não chegaram e
continuam difíceis de chegar, pelo que dizem os indicadores do primeiro
semestre deste ano.
Talvez
por isso a fé no próximo ano e no seguinte, depois, numa espera ruinosa.
Mas
tem o Governo as ajudas de uma Oposição inócua que a cada dia lhe oferece, nas
intervenções que vai fazendo, tempo e razões para continuar pelo caminho errado que
escolheu.
É
triste quando o mau que temos parece ser o melhor. É uma condenação!
Mesmo
que sejam simples manobras de diversão combinadas as queixas que o PCP e o BE
vão fazendo, acusando Costa das fraquezas com que enfrenta a Europa porque,
como disse o profético Marques Mendes, a geringonça está de pedra e cal,
talvez disso a causa mais certa seja a fraqueza de uma Oposição que ainda não
conseguiu fazer o nojo da morte inglória que teve o seu governo nem propõe
outras soluções senão aquelas que não trazem esperança e, por isso, fazem de
Costa um vencedor.
Dentro
de pouco mais de um ano teremos eleições que, para o ex-Primeiro Ministro,
podem ser fatais pois não me parece que consiga vence-las com aquele seu estilo
certinho que, já o devia ter notado, não convence ninguém, por mais razões que
tenha.
Preocupou-me
o slogan que ontem vi na preparação da Festa do Avante: fora da Europa e do
euro já.
Imagino
a farra que será depois.
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