Basta-me
o português, um modo de expressão e uma linguagem que muito aprecio, para dizer
tudo o que quero, sem necessidade de usar o “endo-crioulo” que se tornou fino
de usar, sobretudo entre os que não falam bem o português nem fazem das suas
origens motivo de orgulho.
É,
por isso, que não chamo “rentrée política” a estas iniciativas belicosas que os
partidos têm todos por esta altura do ano.
Por
alguma razão, a este tempo em que as acções políticas normais estão
interrompidas, há quem chame a “estação da estupidez” (silly season” à qual os
alemães chamavam o tempo do pepino, tempo sem notícias ou, como os australianos
preferem dizer, “o verão dos cães” (dog days summer) que o calor faz recolher
em vez correr e de ladrar.
Mas
foi o “silly season” que vingou porque quando nada há que valha a pena dizer…
inventa-se, pois poucos possuirão o bom senso de ficar calados, como deveriam,
porque ninguém consegue pensar gritando.
Chame-se-lhe
o que se lhe chamar, é um tempo que exageradas ou frívolas notícias aparecem
como se fossem reais!
E
os papalvos comem-nas. Inteirinhas! E ficam com argumentos preparados para as batalhas retóricas que
se vão seguir. Pensar não entra neste jogo!
Talvez
tenha sido feito para isso o verão que, com este calorão, dilata os corpos e
lhes retira a vontade de fazer e, sobretudo, de pensar.
A “rentrée”,
como chamam ao momento de recomeçar as lides, não me parece menos estúpida do
que o anterior tempo de barriga para o ar, esperando que os infravermelhos e
uma adequada protecção contra os perigosos UV, façam o seu trabalho de dar um tom
bronzeado sadio às peles que o bafio dos gabinetes rapidamente descolorará.
Não
se fala de problemas graves que enfrentamos na nossa casa, muito menos nos
solidarizamos com os demais que, como nós, estão sujeitos aos tormentos com que
a Natureza “premiará” os ataques que, constantemente, todos lhe fazemos.
Não
resolvemos reconhecer os erros feitos e que continuamos a fazer em vez de os
corrigir.
É,
em vez disso, um plano de defesa/ataque ao poder o que se apresenta, preparando os apaniguados
para uma luta que só nos desgastará ainda mais e deixará esquecidas, mais uma
vez, as questões que uma política verdadeira deveria abordar para encontrar
soluções para os problemas gravíssimos que enfrentamos!
É
um digo eu, dizes tu que se não distingue bem do que acontece na lota quando
chega o peixe.
O
PSD fez a sua reentrada, os outros responderam a condizer e farão, depois, a
sua a que o PSD, sem dúvida, responderá também.
No final, tudo bem torcido... não escorre nada.
No final, tudo bem torcido... não escorre nada.
É
isto a época estúpida e sem jeito. De verdade.
Por
alguma razão o povo diz que “a ociosidade é a mãe de todos os vícios”!
Disparatar
será um vício? Talvez seja, mas começa a parecer-se mais com um hábito.
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