ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 4 de julho de 2016

DE QUAIS SANÇÕES FALAMOS?



Não passa um dia sem que as sanções da UE a Portugal  sejam faladas. Da parte do Eurogrupo para dizer que irão ser aplicadas, enquanto a Comissão Europeia as vai protelando na condição de o governo português tomar as medidas adequadas. E dá mais meio ano, um mês, duas semanas...
Por cá grita-se, a uma voz, a injustiça que seria a sua aplicação depois do enorme esforço que fizemos, ao mesmo tempo que se distribuem, por este ou pelo anterior governo, as culpas de elas poderem ser aplicadas.
Eu nem saberei qual das atitudes é mais idiota, se o “olha que eu dou-te” que o Eurogrupo constantemente invoca, se o patético descartar de responsabilidades para dizer que são de outro as responsabilidades de tal poder acontecer.
Em Bruxelas é uma brincadeira que tem de ser brincada porque assim manda o protocolo que às grandes potências se não aplica, obviamente, tal como as discussões, em Portugal, não passam de mais uma das consequências negativas da luta pelo poder, do agora tu e depois eu que é esta alternância democrática que deveria ser, para além de tudo, a coisa muito séria de governar melhor o país, em vez do torrão de açucar que, nas eleições, se dá ao que fizer a melhor pirueta!
Entram uns “boys”, saem os outros para lugares de funções dúbias que são a paga do apoio dado ao vencedor durante as eleições.
E continuará a haver, sempre, a enorme legião dos patetas enganados que, mais cedo ou mais tarde, haverão de mostrar o seu descontentamento em manifestações ruidosas para que tudo volte à primeira forma! E lá se mudam os “boys” outra vez.
Vejo isto há quarenta anos, na jamais desmontada mentira de que a maioria tem, necessariamente, a razão que não pode ter porque apenas a grita sem a procurar. Não se dá tempo para pensar qual seja!
A democracia segue hoje os mesmos princípios de outrora quando tudo era bem diferente, sem o mínimo esforço de adaptação a uma realidade bem distinta que poucas alternativas dá ao modo de fazer as coisas para que fiquem bem feitas.
Creio que entre este ano e o próximo será o tempo de todos os esclarecimentos para uma Europa que não pode continuar a ser a mentira que é e para Portugal que não pode continuar a gastar o que não tem, ao mesmo tempo que reclama o seu direito constitucional de o fazer porque é um país soberano.
Mas a soberania não se come...

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