Não
passa um dia sem que as sanções da UE a Portugal sejam faladas. Da parte do
Eurogrupo para dizer que irão ser aplicadas, enquanto a Comissão Europeia as
vai protelando na condição de o governo português tomar as medidas adequadas. E dá mais meio ano, um mês, duas semanas...
Por
cá grita-se, a uma voz, a injustiça que seria a sua aplicação depois do enorme esforço que fizemos, ao mesmo tempo
que se distribuem, por este ou pelo anterior governo, as culpas de elas poderem
ser aplicadas.
Eu
nem saberei qual das atitudes é mais idiota, se o “olha que eu dou-te” que o
Eurogrupo constantemente invoca, se o patético descartar de responsabilidades
para dizer que são de outro as responsabilidades de tal poder acontecer.
Em
Bruxelas é uma brincadeira que tem de ser brincada porque assim manda o
protocolo que às grandes potências se não aplica, obviamente, tal como as
discussões, em Portugal, não passam de mais uma das consequências negativas da luta pelo poder, do
agora tu e depois eu que é esta alternância democrática que deveria ser, para
além de tudo, a coisa muito séria de governar melhor o país, em vez do torrão
de açucar que, nas eleições, se dá ao que fizer a melhor pirueta!
Entram
uns “boys”, saem os outros para lugares de funções dúbias que são a paga do apoio
dado ao vencedor durante as eleições.
E
continuará a haver, sempre, a enorme legião dos patetas enganados que, mais
cedo ou mais tarde, haverão de mostrar o seu descontentamento em manifestações
ruidosas para que tudo volte à primeira forma! E lá se mudam os “boys” outra
vez.
Vejo
isto há quarenta anos, na jamais desmontada mentira de que a maioria tem,
necessariamente, a razão que não pode ter porque apenas a grita sem a procurar. Não se dá tempo para pensar qual seja!
A
democracia segue hoje os mesmos princípios de outrora quando tudo era bem
diferente, sem o mínimo esforço de adaptação a uma realidade bem distinta que
poucas alternativas dá ao modo de fazer as coisas para que fiquem bem feitas.
Creio
que entre este ano e o próximo será o tempo de todos os esclarecimentos para
uma Europa que não pode continuar a ser a mentira que é e para Portugal que não
pode continuar a gastar o que não tem, ao mesmo tempo que reclama o seu direito
constitucional de o fazer porque é um país soberano.
Mas a soberania não se come...
Mas a soberania não se come...
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