ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sábado, 16 de julho de 2016

O EXÉRCITO DA MORTE



“Golpeiem as cabeças deles com pedras, matem-nos com facas, atropelem-nos com os vossos carros, empurrem-nos de lugares elevados, asfixiem-nos ou envenenem-nos, a todos os descrentes, especialmente os suíços e os desprezíveis franceses.” Assim ditou, em setembro de 2014, Abu Mohamed Al-Adnani, porta-voz oficial do Daesh, poucos meses após o grupo se instalar no Iraque e na Síria. Dois anos depois, o autoproclamado Estado Islâmico está a perder território na região, mas a sua ideologia só parece ganhar força a nível global, mesmo entre árabes “não muito religiosos”, como Mohamed Lahouaiej Bouhlel (o carrasco de Nice) foi descrito nos media. (transcrição parcial de um texto publicado no Expresso).
É esta a mensagem de morte e de horror que se espalhou pelo mundo inteiro onde provoca a dor e o medo de um modo cada vez mais atroz.
É uma declaração de guerra que se propaga facilmente nas cabeças dos falhados que julgam encontrar razões para viver na morte para que os atiram, com promessas de um paraíso onde poderão satisfazer todos os seus devaneios, os que não conseguem satisfazer neste mundo onde fomos condenados a viver amassando o pão com o suor do rosto.
Imaginam um mundo diferente do daqueles que encontram na Fé um laço de união com outros seres humanos que, tal como eles, acreditam que algo de superior existe. Pretendem criar um mundo em que só alguns são os iluminados, os donos da verdade em nome da qual tudo controlam e condenam à morte os demais.
Fazem-no com desumanidade e cinismo, como se tal fosse a vontade do Deus Criador do qual se tornam carrascos em vez de mensageiros.
Não posso pensar que todos os muçulmanos são terroristas, desses que tanta morte têm espalhado entre os que a sua religião considera “infiéis” e, por isso, inimigos que, como alguns dizem, o Profeta mandou combater em jihads sangrentas.
Mas também não posso iludir-me quando os não vejo combater com toda a determinação e na primeira linha, os “irmãos desviados da verdadeira fé”, enquanto mantêm práticas discriminatórias impróprias do tempo em que vivemos.
E uma vez mais o daesh reclama os louros do assassinato medonho que um dos seus “iluminados” por si praticou, em Nice.
Quantos mais “iluminados” andam por aí, a quem se vai dando um crédito de direitos que a realidade depois vem demonstrar não fazer sentido?
O daesh está prestes a perder o território em que implantou o seu “califado”, mas ganha um território bem maior onde, sob os mais variados disfarces, desfere os ataques mortais que, depois, nós apenas lamentamos!
Mas sempre haverá que alimente as suas necessidades de dinheiro e de armas para atacarem o mundo! Quem o fará?

Sem comentários:

Enviar um comentário