“Golpeiem as cabeças deles com pedras,
matem-nos com facas, atropelem-nos com os vossos carros, empurrem-nos de
lugares elevados, asfixiem-nos ou envenenem-nos, a todos os descrentes,
especialmente os suíços e os desprezíveis franceses.” Assim ditou, em setembro
de 2014, Abu Mohamed Al-Adnani, porta-voz oficial do Daesh, poucos meses após o
grupo se instalar no Iraque e na Síria. Dois anos depois, o autoproclamado
Estado Islâmico está a perder território na região, mas a sua ideologia só
parece ganhar força a nível global, mesmo entre árabes “não muito religiosos”,
como Mohamed Lahouaiej Bouhlel (o carrasco de Nice) foi descrito nos media. (transcrição
parcial de um texto publicado no Expresso).
É
esta a mensagem de morte e de horror que se espalhou pelo mundo inteiro onde
provoca a dor e o medo de um modo cada vez mais atroz.
É
uma declaração de guerra que se propaga facilmente nas cabeças dos falhados que
julgam encontrar razões para viver na morte para que os atiram, com promessas
de um paraíso onde poderão satisfazer todos os seus devaneios, os que não
conseguem satisfazer neste mundo onde fomos condenados a viver amassando o pão
com o suor do rosto.
Imaginam
um mundo diferente do daqueles que encontram na Fé um laço de união com outros seres
humanos que, tal como eles, acreditam que algo de superior existe. Pretendem
criar um mundo em que só alguns são os iluminados, os donos da verdade em nome da
qual tudo controlam e condenam à morte os demais.
Fazem-no
com desumanidade e cinismo, como se tal fosse a vontade do Deus Criador do qual
se tornam carrascos em vez de mensageiros.
Não
posso pensar que todos os muçulmanos são terroristas, desses que tanta morte
têm espalhado entre os que a sua religião considera “infiéis” e, por isso,
inimigos que, como alguns dizem, o Profeta mandou combater em jihads
sangrentas.
Mas
também não posso iludir-me quando os não vejo combater com toda a determinação e
na primeira linha, os “irmãos desviados da verdadeira fé”, enquanto mantêm
práticas discriminatórias impróprias do tempo em que vivemos.
E
uma vez mais o daesh reclama os louros do assassinato medonho que um dos seus “iluminados”
por si praticou, em Nice.
Quantos
mais “iluminados” andam por aí, a quem se vai dando um crédito de direitos que
a realidade depois vem demonstrar não fazer sentido?
O
daesh está prestes a perder o território em que implantou o seu “califado”, mas
ganha um território bem maior onde, sob os mais variados disfarces, desfere os
ataques mortais que, depois, nós apenas lamentamos!
Mas
sempre haverá que alimente as suas necessidades de dinheiro e de armas para
atacarem o mundo! Quem o fará?
Sem comentários:
Enviar um comentário