Continuo
a ver, em vez de projectos de aproveitamento dos recursos naturais do país que
possam satisfazer as necessidades que temos, quer de consumo quer de produção
de bens transaccionáveis que equilibrem a balança comercial, um tira dali e põe
aqui para tapar buracos e uma aceleração da circulação do dinheiro da qual
resultem os impostos e a ilusão de um PIB em crescimento que ficarão bem nas
estatísticas de uma governação para a fazer crer dinâmica e bem sucedida.
Não
vejo tirar da UE, em troca da parte da autonomia que se cede, as vantagens que
fariam tal perda valer a pena.
Não
vejo os cuidados que as alterações naturais, as climáticas incluídas, deveriam
merecer na adopção de políticas de futuro que tornem menos difícil as
adaptações que, inevitavelmente, teremos de fazer.
Não
vejo que passem de meros “para inglês ver” o que se faz para minorar as perigosas
consequências ambientais de uma actividade económica excessiva e desnecessária,
apesar das inúmeras conferências e das decisões supostamente nelas tomadas.
Não
me dou conta de que os políticos prestem alguma atenção ao que os homens do
saber lhes dizem sobre os limites atingidos, até já ultrapassados, do uso de
bens escassos, pois continuam a urdir os seus planos de futuro em função de
miragens em vez de realidades.
E,
depois de tantas chamadas de atenção, já com muitas décadas, desde quando os
problemas limites pareciam ainda tão distantes que, por certo, a Ciência
encontraria soluções antes de se tornarem problemas autênticos, os riscos a que
a Humanidade se expôs não podem deixar de ser encarados com determinação quando
a própria Ciência salvadora os aponta como muito sérios e muito mais próximos do
que a nossa maior diligência possa já evitar.
A
Humanidade tem esquecido que não passa de ser uma das espécies vivas deste
mundo que, como as demais, teve o seu início e terá, necessariamente, o seu fim,
tal como com outras aconteceu.
Estamos, por uma utilização estúpida da inteligência que possuímos, a torná-lo mais próximo e, com isso, muito mais difícil e complicada a vida dos filhos que nos deveriam continuar.
Estamos, por uma utilização estúpida da inteligência que possuímos, a torná-lo mais próximo e, com isso, muito mais difícil e complicada a vida dos filhos que nos deveriam continuar.
Por
isso, infelizmente, a Ciência já tem de introduzir nas suas hipóteses de
futuro, a de um fim próximo por falta de recursos naturais e de condições
ambientais para manter a vida humana.
Temos
condições para prolongar um pouco mais o nosso tempo e, sobretudo, tornar menos
difícil o que nos resta para viver neste mundo que, ele próprio, não é eterno.
Conseguiremos, ainda, ser corajosos para o conseguir ou continuaremos os cobardes incapazes de trocar os
seus vícios por uma vida mais sã?
Nas
próximas eleições vamos votar o que?
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