ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 14 de julho de 2016

CORAGEM OU COBARDIA? NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES VAMOS VOTAR O QUE?



Continuo a ver, em vez de projectos de aproveitamento dos recursos naturais do país que possam satisfazer as necessidades que temos, quer de consumo quer de produção de bens transaccionáveis que equilibrem a balança comercial, um tira dali e põe aqui para tapar buracos e uma aceleração da circulação do dinheiro da qual resultem os impostos e a ilusão de um PIB em crescimento que ficarão bem nas estatísticas de uma governação para a fazer crer dinâmica e bem sucedida.
Não vejo tirar da UE, em troca da parte da autonomia que se cede, as vantagens que fariam tal perda valer a pena.
Não vejo os cuidados que as alterações naturais, as climáticas incluídas, deveriam merecer na adopção de políticas de futuro que tornem menos difícil as adaptações que, inevitavelmente, teremos de fazer.
Não vejo que passem de meros “para inglês ver” o que se faz para minorar as perigosas consequências ambientais de uma actividade económica excessiva e desnecessária, apesar das inúmeras conferências e das decisões supostamente nelas tomadas.
Não me dou conta de que os políticos prestem alguma atenção ao que os homens do saber lhes dizem sobre os limites atingidos, até já ultrapassados, do uso de bens escassos, pois continuam a urdir os seus planos de futuro em função de miragens em vez de realidades.
E, depois de tantas chamadas de atenção, já com muitas décadas, desde quando os problemas limites pareciam ainda tão distantes que, por certo, a Ciência encontraria soluções antes de se tornarem problemas autênticos, os riscos a que a Humanidade se expôs não podem deixar de ser encarados com determinação quando a própria Ciência salvadora os aponta como muito sérios e muito mais próximos do que a nossa maior diligência possa já evitar.
A Humanidade tem esquecido que não passa de ser uma das espécies vivas deste mundo que, como as demais, teve o seu início e terá, necessariamente, o seu fim, tal como com outras aconteceu.
Estamos, por uma utilização estúpida da inteligência que possuímos, a torná-lo mais próximo e, com isso, muito mais difícil e complicada a vida dos filhos que nos deveriam continuar.
Por isso, infelizmente, a Ciência já tem de introduzir nas suas hipóteses de futuro, a de um fim próximo por falta de recursos naturais e de condições ambientais para manter a vida humana.
Temos condições para prolongar um pouco mais o nosso tempo e, sobretudo, tornar menos difícil o que nos resta para viver neste mundo que, ele próprio, não é eterno.
Conseguiremos, ainda, ser corajosos para o conseguir ou continuaremos os cobardes incapazes de trocar os seus vícios por uma vida mais sã?
Nas próximas eleições vamos votar o que?
  

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