Não
sei dizer quais serão as consequências de uma possível saída da Grã-Bretanha da
União Europeia. Mas algumas terá, com certeza.
Quem
perderá ou vai ganhar mais com a saída ou com a continuação, também não faço
grande ideia. Apenas sei que a Grã-Bretanha sempre foi como que um caso aparte nesta
União mal parida, à qual esta perturbação, seja ela qual for, talvez faça abrir
os olhos para os erros que já cometeu e para o quem tem para fazer e não é
capaz de fazer.
Não
é fácil, decerto, pegar nuns quantos países que, durante séculos, se guerrearam
e juntá-los num projecto comum, fazendo desparecer, como que por magia, os
ressentimentos e as desconfianças que tanto tempo cimentou.
Creio
que as circunstâncias levam muitos a pensar que viver na Europa não será bom,
mas viver fora dela será ainda pior.
Mas
não será possível prolongar mais esta indecisão que faz da Europa nem carne nem
peixe e a deixará cada vez mais para trás.
É
preciso repensar este projecto, resgatar as ideias que o geraram, reanimar o
sonho que, um dia, quis fazer desta Europa retalhada um espaço de paz e de
fraternidade próspera que, infelizmente, nunca conseguiu ser.
Quem
sabe se este abanão desperta a Europa para a necessidade de tentar construir
melhor o seu futuro?
Depressa
o saberemos.
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