ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 24 de junho de 2016

“Á ESPERA DE GODOT”



Não é difícil reparar como as questões mais importantes quase passam despercebidas no FB onde mais se cuida do ego e de trivialidades do que das coisas sérias que estão a acontecer no mundo.
É um retrato da maioria e das suas preocupações, é a caixa ressonância de políticos à procura de notoriedade, é o altar da “geringonça” que nada diz dos problemas sérios que, muito em breve, nem saberemos como os tratar.
No FB ninguém espera por nada que não seja de pouco interesse ou o quarto de hora de fama de cada um.
Mas neste mundo cada vez mais confuso, continuamos à espera de Godot, o personagem que Becket criou em 1940, ainda que apenas o tenha publicado em 1952, por quem todos esperam sem saber quem seja nem o que dele possam querer.
Desde há anos já que publico as minhas reflexões no blogue que para tal criei e onde, sem qualquer ordem ou regra, registo o que, a cada momento, me parece mais relevante.
É certo que os poucos leitores que tenho, não passam de uma quantas centenas mas espelhados por todo o mundo, me continuam a seguir e estão fartos de saber as preocupações que sinto e os problemas que mais temo neste mundo de políticos idiotas que não são capazes de preocupar-se com outros prolemas que não sejam a politiqueirice em que são mestres.
O que virá depois, que interesse terá para eles que, entretanto, vão pondo a bom recato, ainda não sei para que, as fortunas que acumulam e que para nada lhes servirão porque não são sequer vento que um turbilhão espalhou, não fazemos ideia. Nem eles, talvez...
É assim o mundo que criámos mas que, um dia não mundo distante, pode morrer de uma síncope que ninguém, imagine-se, esperava!
Os mais novos não se aperceberão das mudanças que se notam por toda a parte e nos comportamentos, nas leviandades que são cada vez maiores, nem fazem ideia dos perigos que os espreitam. Para eles sempre tudo foi assim.
Os copos das Sextas-Feiras limpam as preocupações menores que os afrontam e outros divertimentos dão-lhe os motivos de confrontação que não dispensam.
Serão, alguma vez capazes de cooperar nas situações de graves riscos que se aproximam?
Não sei.
Quem sabe Godot chegue um dia, abra a mala e dela tire as soluções que não temos. Mas, por mais que o deseje em nome dos que deixarei neste mundo, duvido!
Becket não o deixou ficar por cá.


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