A
observação geral do mapa-mundi ali ao lado, mostra os profundos desequilíbrios deste
mundo em que vivemos, reflectidos nas enormes carências em vastas áreas do
mundo, traduzidas em “pegadas ecológicas” muito pequenas, em comparação com outras,
bem menos extensas, onde é consumida a maior parte dos recursos da Terra, mesmo
daqueles que já não consegue repor em consequência do enorme défice ecológico global
já existente.
No
gráfico inferior tornam-se ainda mais evidentes as diferenças regionais que colocam
acima do valor médio da pegada ecológica mundial (2,23) apenas os Estados
Unidos, o Canadá e a Europa, conjunto a que corresponderá pouco mais de um
quinto da população mundial.
É,
pois, um mundo muito desequilibrado este nosso e bem sabemos como os
desequilíbrios sempre tendem a acentuar-se em vez de se esbaterem.
Como
será possível evitar as consequências que de tal, inevitavelmente, resultarão? Ou
será que elas já se fazem sentir nas cada vez mais numerosas migrações que
procuram as migalhas que caem da mesa dos que comem demais e tão incomodados já
se sentem com elas?
Além
do mais não acredito que seja possível, sem urgentes e drásticas medidas,
evitar o colapso a que o acréscimo acelerado do défice ecológico conduzirá a
economia mundial.
De
facto, enquanto a área do Planeta ecologicamente produtiva, disponível para
cada habitante, tem vindo a diminuir, sendo hoje de apenas 1,8 hag/pessoa, inferior
à pegada ecológica média no mundo, esta tem vindo a crescer exponencialmente
nos países industrializados, enquanto decresce nas extensas áreas do mundo
pobre.
Quanto
ao caso de Portugal, a situação é de molde a deixar-nos muito preocupados, não
vendo eu como encontrar soluções que não representem sacrifícios enormes para a
equilibrar.
Na
figura ao lado vemos como a já elevada pegada ecológica de Portugal, muito mais
elevada ficou depois do 25 de Abril, chegando a atingir 5 hag per capita que,
após um já longo período de austeridade, se situa num valor próximo de 4,3, um
pouco abaixo da média da UE, o que, mesmo assim, significa que consumimos mais
de 2,5 vezes os recursos que conseguimos renovar!
É,
pois, uma situação insustentável, não se compreendendo a euforia dos novos
senhores que prometeram o regresso ao passado de abundância que jamais será
possível.
Há soluções mas que não são as que os políticos capitalistas (todos os políticos) estão a procurar e que, pelos vistos nos conduzirá ao inferno exactamente onde esperaríamos encontrar o paraíso!
Há soluções mas que não são as que os políticos capitalistas (todos os políticos) estão a procurar e que, pelos vistos nos conduzirá ao inferno exactamente onde esperaríamos encontrar o paraíso!
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