ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 16 de maio de 2017

A EUROPA À ESPERA DE UM MESSIAS QUE TARDA EM CHEGAR OU, ATÉ, NEM CHEGARÁ



É natural que, sendo a França a segunda maior economia do nosso Continente e a quinta economia do mundo, o seu presidente possua um poder relevante no conjunto dos países que constituem esta Europa quase esfrangalhada, dele se esperando iniciativas, atitude e tomadas de posição que possam evitar o descalabro que quase todos tememos.
Tem, por isso, poder para agitar a pasmaceira europeia, se for esse o seu decidido propósito.
É natural que a escolha que os franceses fizeram, depois dos problemas por que tiveram e têm ainda, tenha algum significado para além da simples entrega de poder a um ou a outro.
Emmanuel Macron, o sem partido, foi quem os franceses escolheram, foi quem congregou a maior parte dos eleitores numa França dividida em pedaços, a maioria dos quais conseguiu juntar sem necessidade de formar uma geringonça cujo futuro tem o prazo marcado pelas divergências insanáveis que contém, exactamente como a que mantém Costa no poder que, sem ideologia semelhante sequer e suportado por uma maioria instável e, nem sequer, europeísta, não perdeu tempo a manifestar-se satisfeito pela vitória de alguém que pretende estabilizar e dinamizar a Europa que, no seu dizer, precisa de ser refundada!
Mas não creio que, para isso, seja de manifestações de opinião que a Europa precisa, mas de Estadistas com ideologia de Europa, uma que ainda não existe e, se alguma vez existir, terá de ser bem diferente do somatório das ideologias parciais que, ao fim de mais de 40 anos, não conseguiram aproximar-se, sequer compatibilizar-se porque todas as divergências que, ao longo da História, fizeram Europa um ninho de vespas, continuam vivas.
Da Europa que nasceu de um ideal, restam as instituições amorfas que ditam e controlam regras que nem sempre fazem cumprir e tomam decisões avulsas conforme aquele em relação ao qual são tomadas, mantém-se a diferença entre os “civilizados” e os “bárbaros”, que bem podem fazer-nos regressar à idade das trevas.
É disso a mais recente prova, aquele dizer do director do Eurogrupo que apelida os do sul como amantes dos prazeres da vida que, sem a menor dúvida, o cinzento do norte não consente! Verdades que se escapam de cabeças idiotas.
A dita “União Europeia” não passa de ser um grupo de oportunistas que Bruxelas bem conhece, onde os mais fortes se alimentam dos mais fracos. Ou ainda existem dúvidas de que as rivalidades de outrora se mantêm e a solidariedade que dizem existir não passa de um pagamento barato pelos roubos violentos que nos fazem?
Sempre haverá “migueis de vasconcelos” que, em benefício próprio, se prestam a tosquiar as ovelhinhas, dando, de mão beijada, a lã aos seus mentores.
Será Macron capaz de fazer o que Hollande prometeu e não cumpriu?
Conseguirá Macrom meter Merkel e outros nos eixos, desta vez sem qualquer ilusória linha Marginot que de nada serviu?
Isto talvez seja eu à espera de um messias que tarda a chegar ou jamais chegará…

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