Os
resultados das eleições mais recentes, por esse mundo fora, têm tido um
significado diferente do habitual.
Noto
um evidente desapego pelas ideias do costume que apenas pode ter como significado
um claro desejo de mudança. Direi, mesmo, a consciência clara de uma urgente
necessidade de mudar.
A
política está num ponto evidente de viragem que o desencanto gerou e vai
continuar a gerar neste mundo onde se vai tornando mais difícil viver.
Mas
este desejo forte pode conduzir-nos por maus caminhos porque não resulta da
resposta clara que deveríamos procurar para perguntas fundamentais:
O que fazemos aqui, qual é o nosso destino?
Como deveremos proceder para vivermos tranquilos neste mundo?
Que vida podemos ter neste mundo em que vivemos?
O que fazemos aqui, qual é o nosso destino?
Como deveremos proceder para vivermos tranquilos neste mundo?
Que vida podemos ter neste mundo em que vivemos?
Sem
isso, crescerá o desejo de mudança mas a procura seguirá, ao acaso, por direcções que
podem ser perigosas demais.
A
História acabará por contar a história desta mudança que não pára e nem sabe
para onde vai, se ainda houver História que a possa, um dia, contar.
Por
isso eu não faço aqui qualquer cronologia de factos ao longo da qual nos fomos
apercebendo da mudança indispensável, porém sem reparar que era este o momento
de mudar completamente e sem quaisquer dúvidas.
Não
vejo que possamos continuar a viver como vivemos, que possamos continuar a ser
os predadores violentos e inconscientes da Vida e do Ambiente que nos cercam,
continuando a cometer o erro de pensar que nos pertencem e que deles podemos
dispor como melhor nos aprouver, em vez de tomarmos consciência de que somos
parte deste todo cujo equilíbrio vamos destruindo, destruindo-nos também.
O
mundo está em polvorosa, prestes a cometer erros profundos, quando a abundância
que, tudo o fazia crer, seria o resultado da dourada era industrial que
começámos há já mais de duzentos anos, aquela que nos faria felizes porque
todos poderíamos satisfazer todas as nossas necessidades, não aconteceu nem
acontecerá porque já pouco resta dos recursos que pilhámos, dos bons hábitos
que perdemos, da inteligência que nos fazia diferentes e do amor que, como
seres da mesma espécie, nos unia!
Não
vejo o Homem a aceitar a mudança que as circunstâncias, mais do que óbvias lhe
impõem para se salvar. Antes o vejo lutar pela continuidade do erro que, tudo
indica, o irá perder.
Todos
sabemos que a mudança nos faz medo, mas o meu maior medo é que, afinal, nada
mude!
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