A vinda do Papa Francisco a Fátima não
poderia deixar de agitar o país, de ser motivo de conversas, de discussões, de
manifestações de carinho e de admiração por um Papa que se tornou muito
especial pelo seu modo de ser, pelos valores que privilegia, pelas reformas que
faz, pelas lições que nos dá. E, sendo o Papa o representante maior de Deus na
Terra, não pode deixar de trazer consigo a questão da existência do próprio
Deus que representa, o que, para o Homem, sua criatura, corresponde a questão
de saber a razão por que existe, de qual é o seu papel nesta imensidão do
Cosmos que o Big Bang começou e do qual muito pouco se conhece, até do que mais
proximamente nos rodeia, bem assim como do destino que terá.
A existência de Deus coloca a questão de
querer saber o que Ele seja e quais sejam os seus desígnios, questão à qual apenas
a Fé dispensa resposta, como diz Miguel Esteves Cardoso, “A fé é uma
desistência de mestria, de domínio, de arrogância. É um acto de humildade que
alivia (do esforço escusado de compreender e saber tudo) e que liberta”.
Já para Stephen Hawkings, o famoso físico de
Cambrige, Deus não foi mais do que uma cobertura para a ignorância sobre o que
nos rodeia e sobre nós próprios, para a razão de tudo o que conhecemos existir sem saber porque ou para que.
Por isso ele diz que, sabido como o Universo se criou, a existência de Deus
deixou de fazer sentido porque já não explica nada!
Não me parece que seja assim, porque ainda
que pareça que a experiência que confirmou a existência do “bosão” de Higgs que
mostrou como através dele a energia pura se transforma em matéria, tenha sido a
explicação cabal de como foi criado o Universo sem qualquer intervenção de Deus,
a verdade é que, em vez de ser a resposta a tudo foi a causa de mais perguntas,
de novas hipóteses de teorias que, agora tentaremos demonstrar.
Por exemplo o que será e que significado terá
a enorme quantidade de matéria que o Big Bang gerou e coexiste com este quarto
da matéria total criada que detectamos à nossa volta? O que se passa com o resto?
Como também disse Hawkings, se construirmos
uma teoria e a demonstrarmos até ao fim, então entraremos na “mente de Deus”.
Mas parece que a teoria não tem fim, sendo
cada vez maiores os mistérios por esclarecer.
A teoria global vai sendo montada à medida
que vamos sabendo mais e dificilmente alguma vez as respostas que encontrarmos
não darão lugar a mais perguntas para as quais procuraremos mais respostas.
Além disso, poderemos admitir que o “tempo”
teve início no Big Bang? Poderemos dizer que foi um acaso e, por isso, nada o determinou?
Foir há cerca de 15 mil milhões de anos que o Tempo começou?
Foir há cerca de 15 mil milhões de anos que o Tempo começou?
E que se terá passado antes do Big Bang?
Por mim, tenho muita dificuldade em desistir de
procurar saber qual a minha razão de ser, de tentar saber qual será o meu destino final, qual é o todo do quel faço parte.
Por isso me não conformo apenas com ter Fé, o que me livraria de tais preocupações, do mesmo modo que, se fosse ateu, me libertaria também.
Por isso me não conformo apenas com ter Fé, o que me livraria de tais preocupações, do mesmo modo que, se fosse ateu, me libertaria também.
Entretanto e como também diz Miguel Esteves
Cardoso, “Comigo a fé veio do reconhecimento da minha incapacidade, por muito
que eu lesse e estudasse, para compreender o que se passava à minha volta. Do
"quem sou eu para saber?" veio a consciência de um Deus que sabe. Não
uma pessoa, precisamente: um Deus”.
Eu continuo a procurá-lo na Sua obra que sou eu e tudo o mais de que me dou conta e muito mais de que me não dou conta que é tudo o que me faz sentir que Ele existe.
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