Sei bem como muitos políticos colocam os seus interesses pessoais acima de tudo, até do próprio país que juraram defender! Sei eu e sabe muita gente. Os outros andarão distraídos.
Nesta hora de emergência nacional a que tantos descuidos, erros e interesses pessoais conduziram, seria natural pensar, que “todos não somos demais” para recuperar Portugal.
Em vez disso, porém, aprofundam-se as divergências que existam enquanto outras se inventam, recrudescem as acusações de culpas que nada acrescentam à solução, em suma, expande-se a estupidez que nos não deixa sair da cepa torta!
Mais importante do que lutar por Portugal será fazer de conta que os problemas não existem, que os “buracos” orçamentais são uma miragem e, fazer crer que quem procura sanar os males, com dor é certo, é o culpado das desgraças que nos atingem? Seria como que culpar o médico da doença que temos.
Em 2012 teremos o OE mais duro das nossas vidas. É um orçamento que nos vai recordar como os excessos se pagam caro. Será com muito sacrifício que vamos ultrapassar este tempo de sacrifícios e que, por mais que contra eles nos rebelemos, não há modo de os evitar. Tudo o que fizermos para dificultar a sua execução, seremos nós quem terá de suportar consequências difíceis de prever.
São muitos os que dizem que não é assim que se recupera Portugal, os que resumem em frases feitas e estafadas o que se deveria fazer mas que, na realidade, não esclarecem, com propostas concretas, o caminho da recuperação.
Admito que as soluções encontradas não sejam as únicas possíveis, mas estas ou outras que não serão menos difíceis de suportar são a saída possível de uma situação em que, sem dinheiro, apenas a renúncia a tantos luxos e excessos a que nos entregámos pode gerar os meios de que necessitamos para pagar os empréstimos que nos façam e sem os quais não conseguiríamos viver.
Veremos como vai decorrer a discussão do OE na Assembleia da República. A serem verdadeiros os rumores de que, por influência de Sócrates, o PS poderá votar contra o Orçamento de austeridade que tem em conta o acordo que o próprio PS fez com a Troika e mais uns quantos “buracos” que aqui e ali foram aparecendo, estaremos perante uma atitude anti-patriótica que deve merecer a repulsa de todos os portugueses conscientes.
Infelizmente, porém, não me iludo com o patriotismo de uma geração excessivamente egoísta que, por comodismo, se deixa convencer por uns quantos que dizem defender os seus interesses sem, contudo, disso alguma vez terem dado provas. Patranhas intoxicantes que, sem dúvida, darão lugar a uma dolorosa ressaca.
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ACORDO ORTOGRÁFICO
O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
AFINAL... O MINISTRO DA ECONOMIA EXISTE!
Enganei-me quando julguei os primeiros indícios da atuação de Álvaro Santos Pereira como ministro da economia porque, afinal, no curto espaço de tempo em que exerce as funções já tomou mais decisões do que Sócrates e Basílio Horta ao longo de anos.
Desbloqueou processos, negociou concessões e decidiu como antes não víramos fazer.
Começou por entender a importância do sector primário que as “manias de gente rica” atiraram para o esquecimento. As riquezas mineiras do país foram reconsideradas e milhares de milhões de investimento em Tás-os-Montes e no Alentejo estão já garantidos, bem como diversos outros contratos estão bem encaminhados, todos em zonas a carecerem de desenvolvimento.
Ferro, cobre, lítio, ouro e outros recursos minerais irão dinamizar a economia portuguesa, levar melhores perspetivas ao Interior do país e criar milhares de empregos.
Também no domínio do turismo estão em curso projetos que em breve verão a luz do dia para melhor aproveitamento de uma das maiores riquezas nacionais, a sua paisagem e o seu clima.
Que melhor “política de emprego” pode haver do que criar emprego e que “plano de desenvolvimento económico” pode ser melhor do que o desenvolvimento em si mesmo?
Parece que o Interior sempre tem os seus valores e merece a atenção da economia portuguesa.
Talvez assim se comecem a esbater um pouco os desequilíbrios territoriais e, quem sabe, esta dinâmica venha a contagiar outros sectores desmantelados por imposição da União Europeia, como a agricultura e as pescas e faça arrancar o tão falado projecto de aproveitamento dos recursos de uma “zona económica exclusiva” tão vasta como a de Portugal.
A propósito: serão estas coisas que tanto agastam o “socialista” Sr Basílio?
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
UMA ORGIA DE TEMPO PERDIDO
Estive a seguir a discussão desta tarde na Assembleia da República e fiquei, mais uma vez, convencido de que esta Órgão de Soberania está mesmo a precisar de reforma. Não é fácil entender como se gasta tanto dinheiro para ouvir tanto disparate ou, se preferirem, para assistirmos a tantas representações de vaidade em discursos que jamais têm em vista outro propósito do que – como inúmeras vezes já o disse - “fazer parecer que é aquilo que convém que fosse”.
Sempre ouve quem tivesse o sonho de imitar Disraeli nos tempos aúreos do parlamentarismo que não era mais do que isto mesmo. Mas os tempos são outros que já não permitem tantos dislates e equívocos como consentiam outrora. Hoje, cada erro é pago e bem pago por consequências cada vez mais pesadas. Por isso não é de parlamentares que necessitamos mas de gente séria, conhecedora e capaz de pensar, encontrar soluções e resolver os problemas do país, atuais e futuros, como é próprio de uma boa administração.
A vários atores já bem conhecidos juntou-se agora outro que já ouvimos, tantas vezes, defender outras ideias! Faz pena ver alguém inteligente usar este dom que Deus lhe deu para dizer tantos disparates! Caramba Sr Basílio!
É uma verdadeira orgia de tempo perdido que se paga com dinheiro dos impostos que cada vez mais nos pesam.
A reforma da Assembleia da República, teoricamente formada por representantes do povo, não pode continuar pejada de políticos profissionais para quem a sua carreira política, os interesses do seu partido e a exibição das suas petulância e vaidade, parece que estão acima dos interesses do país!
Sempre ouve quem tivesse o sonho de imitar Disraeli nos tempos aúreos do parlamentarismo que não era mais do que isto mesmo. Mas os tempos são outros que já não permitem tantos dislates e equívocos como consentiam outrora. Hoje, cada erro é pago e bem pago por consequências cada vez mais pesadas. Por isso não é de parlamentares que necessitamos mas de gente séria, conhecedora e capaz de pensar, encontrar soluções e resolver os problemas do país, atuais e futuros, como é próprio de uma boa administração.
A vários atores já bem conhecidos juntou-se agora outro que já ouvimos, tantas vezes, defender outras ideias! Faz pena ver alguém inteligente usar este dom que Deus lhe deu para dizer tantos disparates! Caramba Sr Basílio!
É uma verdadeira orgia de tempo perdido que se paga com dinheiro dos impostos que cada vez mais nos pesam.
A reforma da Assembleia da República, teoricamente formada por representantes do povo, não pode continuar pejada de políticos profissionais para quem a sua carreira política, os interesses do seu partido e a exibição das suas petulância e vaidade, parece que estão acima dos interesses do país!
terça-feira, 25 de outubro de 2011
180 DEPUTADOS? POIS CLARO E COM MANDATOS LIMITADOS!
Esta situação de emergência que vivemos é, como tanta gente já o disse, a prova de termos vivido tempo demasiado acima das nossas possibilidades. O Estado e a maioria de nós.
Chegámos a este ponto de leviandade de conquista em conquista, de mais direitos a mais direitos, de descuido em descuido, de demagogia em demagogia, de greve em greve. Agora que vamos fazer? Mais greve contra a perda de direitos que tantas conquistas granjearam mas que o que realmente possuímos não permite satisfazer...
Mal começámos, ainda, a perceber como se deitava fora tanto dinheiro, como o esforço de muitos revertia em benefícios de poucos, como políticos incompetentes fizeram o que não deviam ter feito, como a erros se somaram erros e como a maioria de nós, quais papalvos, foi na conversa.
Parece terem-se aberto as portas do Inferno! Cada vez que se esgravata sai trampa, cada vez que se abre uma gaveta aparecem dívidas, sempre que se levantam tapetes fica à vista todo o lixo que, durante tanto tempo, taparam. Só os “caras-de-pau” continuam, impávidos e serenos, a fazer de conta que não é com eles.
Aceito, nem tenho outro remédio, os sacrifícios que me pedem. Mas quero, exijo que não sejam só para mim e mais alguns, que não permaneçam intocadas as benesses e mordomias que o país não pode conceder e sejam apontados os culpados das desgraças que nos afrontam!
Que andaram a fazer tantos iluminados que elegemos na presunção de serem os melhores? Enquanto governaram fizeram disparates e, depois de governarem, tornaram-se críticos dos disparates que os outros fizeram. E assim sucessivamente porque, nesta aldeia onde nascemos, são sempre os mesmos na ribalta, as mesmas cabeças a fazer que pensam, as mesmas bocas a ditar sentenças, os mesmos a opinar sobre a cura dos males que causaram e são sempre os mesmos os caminhos para a fortuna.
Deixou de haver ideais porque as ideias são poucas. Deixou de haver bom senso porque a pressa é muita. Deixou de haver sucesso porque a esperteza matou a inteligência!
Não faço ideia se este governo vai conseguir ou não desatar o nó cego que lhe caiu nas mãos. Parece-me que, de há muito tempo a esta parte, é o primeiro a fazer alguma diferença e a tomar algumas atitudes que antes ninguém tomara. Talvez por isso, mesmo depois de uma vitória significativa do PSD, ainda que relativa, até o partido que o elegeu parece estar contra ele!
Eu, que há muito tempo já não vou atrás de cores, não ando em grupos, não canto em coros nem me candidato a nada, desejo, ardentemente, que tenha sucesso, pois só o seu sucesso me poderá trazer a tranquilidade de sentir que não me pedem mais sacrifícios, que os meus filhos e os meus netos terão uma vida mais tranquila.
Apelo ao governo que faça orelhas moucas às críticas maldosas, corte a direito, acabe com as injustas desigualdades que tanto podem estar nas subvenções a ex-políticos como nos subsídios que convidam a mandriar, acabe com os “tachos” que ao contribuinte compete manter cheios, acabe com tudo o que está a mais e só prejudica quem quer fazer alguma coisa, sem esquecer a Assembleia da República onde o mínimo de 180 deputados até me parece demais e a renovação sucessiva de mandatos é, para mim e para muitos, um verdadeiro escândalo!
Que ser político seja uma profissão, eu aceito. Mas representante do povo tem de ser povo!
Chegámos a este ponto de leviandade de conquista em conquista, de mais direitos a mais direitos, de descuido em descuido, de demagogia em demagogia, de greve em greve. Agora que vamos fazer? Mais greve contra a perda de direitos que tantas conquistas granjearam mas que o que realmente possuímos não permite satisfazer...
Mal começámos, ainda, a perceber como se deitava fora tanto dinheiro, como o esforço de muitos revertia em benefícios de poucos, como políticos incompetentes fizeram o que não deviam ter feito, como a erros se somaram erros e como a maioria de nós, quais papalvos, foi na conversa.
Parece terem-se aberto as portas do Inferno! Cada vez que se esgravata sai trampa, cada vez que se abre uma gaveta aparecem dívidas, sempre que se levantam tapetes fica à vista todo o lixo que, durante tanto tempo, taparam. Só os “caras-de-pau” continuam, impávidos e serenos, a fazer de conta que não é com eles.
Aceito, nem tenho outro remédio, os sacrifícios que me pedem. Mas quero, exijo que não sejam só para mim e mais alguns, que não permaneçam intocadas as benesses e mordomias que o país não pode conceder e sejam apontados os culpados das desgraças que nos afrontam!
Que andaram a fazer tantos iluminados que elegemos na presunção de serem os melhores? Enquanto governaram fizeram disparates e, depois de governarem, tornaram-se críticos dos disparates que os outros fizeram. E assim sucessivamente porque, nesta aldeia onde nascemos, são sempre os mesmos na ribalta, as mesmas cabeças a fazer que pensam, as mesmas bocas a ditar sentenças, os mesmos a opinar sobre a cura dos males que causaram e são sempre os mesmos os caminhos para a fortuna.
Deixou de haver ideais porque as ideias são poucas. Deixou de haver bom senso porque a pressa é muita. Deixou de haver sucesso porque a esperteza matou a inteligência!
Não faço ideia se este governo vai conseguir ou não desatar o nó cego que lhe caiu nas mãos. Parece-me que, de há muito tempo a esta parte, é o primeiro a fazer alguma diferença e a tomar algumas atitudes que antes ninguém tomara. Talvez por isso, mesmo depois de uma vitória significativa do PSD, ainda que relativa, até o partido que o elegeu parece estar contra ele!
Eu, que há muito tempo já não vou atrás de cores, não ando em grupos, não canto em coros nem me candidato a nada, desejo, ardentemente, que tenha sucesso, pois só o seu sucesso me poderá trazer a tranquilidade de sentir que não me pedem mais sacrifícios, que os meus filhos e os meus netos terão uma vida mais tranquila.
Apelo ao governo que faça orelhas moucas às críticas maldosas, corte a direito, acabe com as injustas desigualdades que tanto podem estar nas subvenções a ex-políticos como nos subsídios que convidam a mandriar, acabe com os “tachos” que ao contribuinte compete manter cheios, acabe com tudo o que está a mais e só prejudica quem quer fazer alguma coisa, sem esquecer a Assembleia da República onde o mínimo de 180 deputados até me parece demais e a renovação sucessiva de mandatos é, para mim e para muitos, um verdadeiro escândalo!
Que ser político seja uma profissão, eu aceito. Mas representante do povo tem de ser povo!
OS INVESTIGADORES DA VÍRGULA
(imagem in Expresso)
Depois do escândalo, denunciado pela Imprensa, de que dezenas de ex-ministros que se sabe terem rendimentos principescos, recebem gordas subvenções do Estado, foi conhecida a intenção do governo de acabar com essas inqualificáveis e injustificadas benesses. Logo alguns constitucionalistas franziram o olho ao rigor da decisão.
São os investigadores da vírgula que se deleitam em discussões estéreis, porque em tempo de emergência, quando não há dinheiro para satisfazer as garantias que a Constituição possa dar, as quais nada têm a ver com justiça mas com o que nela quiseram que constasse, não será dela que vem o dinheiro para as satisfazer!
Em vez disso, em vez dessas preocupações delirantes, bem mais razoável será perguntar se alguma vez faria sentido que ex-governantes ou ex-deputados, só por isso, tenham direito a pensões vitalícias. Prestaram serviços à Pátria? Também os que combateram em Angola, em Moçambique, na Guiné ou seja onde for Lhe prestaram serviços nos quais perderam pernas e braços, ficaram surdos ou cegos, contraíram doenças ou perderam a vida, dádivas enormes que não mereceram, dos que se julgam a própria Pátria, a mesma consideração!
Que pretendem os constitucionalistas com os disparates que dizem? Porque insistem estes intelectuais de opereta na manutenção de uma Lei Fundamental em que sobrevivem preconceitos ultrapassados e se garante o que não é possível dar? Ainda não repararam que o país está de tanga e que os tempos, mesmo em todo o mundo, mudaram?
É bom que abram os olhos.
Depois do escândalo, denunciado pela Imprensa, de que dezenas de ex-ministros que se sabe terem rendimentos principescos, recebem gordas subvenções do Estado, foi conhecida a intenção do governo de acabar com essas inqualificáveis e injustificadas benesses. Logo alguns constitucionalistas franziram o olho ao rigor da decisão.
São os investigadores da vírgula que se deleitam em discussões estéreis, porque em tempo de emergência, quando não há dinheiro para satisfazer as garantias que a Constituição possa dar, as quais nada têm a ver com justiça mas com o que nela quiseram que constasse, não será dela que vem o dinheiro para as satisfazer!
Em vez disso, em vez dessas preocupações delirantes, bem mais razoável será perguntar se alguma vez faria sentido que ex-governantes ou ex-deputados, só por isso, tenham direito a pensões vitalícias. Prestaram serviços à Pátria? Também os que combateram em Angola, em Moçambique, na Guiné ou seja onde for Lhe prestaram serviços nos quais perderam pernas e braços, ficaram surdos ou cegos, contraíram doenças ou perderam a vida, dádivas enormes que não mereceram, dos que se julgam a própria Pátria, a mesma consideração!
Que pretendem os constitucionalistas com os disparates que dizem? Porque insistem estes intelectuais de opereta na manutenção de uma Lei Fundamental em que sobrevivem preconceitos ultrapassados e se garante o que não é possível dar? Ainda não repararam que o país está de tanga e que os tempos, mesmo em todo o mundo, mudaram?
É bom que abram os olhos.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
QUAL SOLIDARIEDADE?
Publiquei no número de Setembro do Notícias de Manteigas um texto em que falava de questões de solidariedade. Terminava dizendo que “Aos mais velhos será cada vez mais difícil assegurar a qualidade de vida que a sua contribuição no passado tornou devida, enquanto aos mais novos não será fácil garantir a formação e o trabalho que o seu direito ao futuro reclama... São sintomas doentios que denunciam a insistência irracional num modelo sócio-económico irrecuperavelmente falido porque não pode ser estável uma sociedade sem a solidariedade que não consegue gerar.”
O texto integral pode ser lido neste blog.
Curiosamente, mas sem que tal me espante, um estudo do Ministério da Finanças agora publicado dá bem conta da razão de ser do que então escrevi. A partir de 2030 as despesas da Segurança Social superarão os seus rendimentos, significando isto que será impossível pagar pensões a partir de 2040!
Era inevitável este desfecho num mundo que se habituou a ter tudo em troca de nada, onde as conquistas revolucionárias, dos trabalhadores ou sejam de que for são tidas por irreversíveis, direitos que ninguém pode retirar.
É este o engano que nos leva a protestar contra uma situação para que todos contribuímos vivendo vida de “lordes” que não somos, gastando dinheiro que não temos, apregoando vitórias que acabaram por nos derrotar!
Para evitar que tal suceda, há quatro vias possíveis:
reduzir as pensões
aumentar as contribuições
aumentar a idade da reforma
mudar de vida!
Não parece que reduzir as já magras pensões seja solução, como solução me não parece que seja aumentar as contribuições que teriam de atingir valores insuportáveis. Restará aumentar a idade da reforma o que provocará forte contestação, sobretudo da parte dos profissionais do protesto para quem o dinheiro cai de Céu ou, o que me parece que acabará por acontecer quer queiramos quer não, mudar de estilo de vida.
domingo, 23 de outubro de 2011
AS PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS SÃO UM MAL EM SI? NÃO!
Ontem, no FB, reproduzi un gráfico publicado no Correio da Manhã mas oriundo do Ministério das Finanças, acrescentado um texto que dizia: “As Parcerias Público Privadas que Guterres iniciou mas de que Sócrates usou e abusou, vão gerar um buraco de 15 mil milhões de euros que iremos pagar até 2051, tornando mais difícil uma recuperação que já não é fácil. Será assim que os "socratistas" pretendem reabilitar a imagem do seu deus?”
Curioso foi ter havido que logo “corrigisse” que a primeira PPP fora feita por Cavaco Silva na construção da Ponte Vasco da Gama!
Nem me interessa saber se foi ou não porque a curiosidade está no reparo em si que, pode dizer-se, atribui ao facto a natureza de “pecado original” que não tem.
As PPP não são um mal em si. Pelo contrário, poderão ser o modo de antecipar a disponibilização de infra-estruturas que, de outro modo, só muito mais tarde poderiam ser feitas, tal como uma compra a crédito permite antecipar a aquisição de um bem de que se necessita.
Quer num caso quer no noutro, a questão está nas negociações que se fazem para a satisfação das obrigações que se contraem bem como, obviamente, para estabelecer o preço inicial. É aqui que a questão se coloca.
Em primeiro lugar, enquanto numa compra pessoal será quem a negoceia que assume o compromisso de a pagar num período de tempo compatível com sua a esperança de vida, numa obra pública competirá ao Estado pagar o que um ou vários indivíduos em seu nome negociaram, podendo dispor de um período mais longo de pagamento que poderá abranger várias gerações.
O sucesso destes contratos dependerá das boas negociações que se façam e das garantia de meios de pagamento bastantes.
A facilidade de obtenção de meios financeiros tornou descuidadas as pessoas e permissivos os Estados que se desleixaram nas negociações e deixaram que os níveis de endividamento assumissem proporções excessivas em relação aos rendimentos. Uma situação destas só pode ter como resultado a falência!
Sócrates elevou a dívida pública para níveis que duplicaram os que encontrara e acabou por exceder o PIB nacional, em consequência de um programa de infra-estruturas, sobretudo viárias, que excedeu as necessidades. De facto e por exemplo, dotou Portugal com uma rede de auto-estradas tão densa como só na Alemanha ou na Holanda podemos encontrar. O excesso em relação às necessidades é óbvia, além de que não se trata de de iniciativas que beneficiem a maioria da população.
E, porque não dizê-lo, as condições de negociação são susceptíveis de atos ilícitos que negociações “complexas” podem mascarar. A não ser assim, a única explicação será a incompetência de quem negoceia.
O mesmo número do CM de onde retirei a notícia de que dei conta, refere, curiosamente, que o Presidente do Instituto Nacional das Infra-Estruturas afirmou ter sido alvo de coação de um despacho do ex-secretário de Estado das obras públicas (do governo de Sócrates) depois de ter enviado um relatório muito crítico sobre a renegociação de contratos de concessões rodoviárias”.
Além disto, não é fácil esquecer os reparos e as críticas públicas aos excessos despesistas de Sócrates e seus ministros que, quase unanimemente, apontavam para o desfecho que acabou por acontecer.
Torna-se óbvio que será de começar a pensar seriamente na responsabilização de quem, seja por qual razão for, provocou a situação que prejudica todo um povo.
Curioso foi ter havido que logo “corrigisse” que a primeira PPP fora feita por Cavaco Silva na construção da Ponte Vasco da Gama!
Nem me interessa saber se foi ou não porque a curiosidade está no reparo em si que, pode dizer-se, atribui ao facto a natureza de “pecado original” que não tem.
As PPP não são um mal em si. Pelo contrário, poderão ser o modo de antecipar a disponibilização de infra-estruturas que, de outro modo, só muito mais tarde poderiam ser feitas, tal como uma compra a crédito permite antecipar a aquisição de um bem de que se necessita.
Quer num caso quer no noutro, a questão está nas negociações que se fazem para a satisfação das obrigações que se contraem bem como, obviamente, para estabelecer o preço inicial. É aqui que a questão se coloca.
Em primeiro lugar, enquanto numa compra pessoal será quem a negoceia que assume o compromisso de a pagar num período de tempo compatível com sua a esperança de vida, numa obra pública competirá ao Estado pagar o que um ou vários indivíduos em seu nome negociaram, podendo dispor de um período mais longo de pagamento que poderá abranger várias gerações.
O sucesso destes contratos dependerá das boas negociações que se façam e das garantia de meios de pagamento bastantes.
A facilidade de obtenção de meios financeiros tornou descuidadas as pessoas e permissivos os Estados que se desleixaram nas negociações e deixaram que os níveis de endividamento assumissem proporções excessivas em relação aos rendimentos. Uma situação destas só pode ter como resultado a falência!
Sócrates elevou a dívida pública para níveis que duplicaram os que encontrara e acabou por exceder o PIB nacional, em consequência de um programa de infra-estruturas, sobretudo viárias, que excedeu as necessidades. De facto e por exemplo, dotou Portugal com uma rede de auto-estradas tão densa como só na Alemanha ou na Holanda podemos encontrar. O excesso em relação às necessidades é óbvia, além de que não se trata de de iniciativas que beneficiem a maioria da população.
E, porque não dizê-lo, as condições de negociação são susceptíveis de atos ilícitos que negociações “complexas” podem mascarar. A não ser assim, a única explicação será a incompetência de quem negoceia.
O mesmo número do CM de onde retirei a notícia de que dei conta, refere, curiosamente, que o Presidente do Instituto Nacional das Infra-Estruturas afirmou ter sido alvo de coação de um despacho do ex-secretário de Estado das obras públicas (do governo de Sócrates) depois de ter enviado um relatório muito crítico sobre a renegociação de contratos de concessões rodoviárias”.
Além disto, não é fácil esquecer os reparos e as críticas públicas aos excessos despesistas de Sócrates e seus ministros que, quase unanimemente, apontavam para o desfecho que acabou por acontecer.
Torna-se óbvio que será de começar a pensar seriamente na responsabilização de quem, seja por qual razão for, provocou a situação que prejudica todo um povo.
sábado, 22 de outubro de 2011
É MAIS FÁCIL DAR O NÓ DO QUE DESFAZÊ-LO
O Orçamento de Estado (OE) para 2012 é preocupante. Mas, mais preocupante ainda é a polémica que, por conta dele, se instalou.
Não se entendem os economistas que ainda não perceberam bem o que se passa nem são unânimes quanto ao modo de fazer seja o que for que remedeie as deploráveis condições em que vivemos. Não se unem os políticos a quem confiámos a responsabilidade de cuidarem do que é nosso e eles tomam como seu, tornando mais difícil ou inviabilizando a solução para a qual todos deveríamos trabalhar. Não nos entendemos todos nós que, seja porque estamos eufeudados a uma partidarite qualquer seja porque não nos dispuzémos, ainda, a pensar sobre o que se passa, sofremos as agruras de uma austeridade que, deste modo, poderá vir a ser muito maior.
Dentro dos próprios partidos há confrontos, atitudes estranhas, ressentimentos e picardias que, por certo, os enfraquecem, com prejuízo de todos nós.
No PS, os “socratistas” tentam recuperar do afastamento púdico a que foram condenados, confundindo factos claros dos quais fazem interpretações maquiavélicas que têm em vista o “renascimento” de Sócrates em todo o seu esplendor de disparates; O PS de Seguro tenta fazer como Pilatos, lavando as mãos das porcarias que, num passado muito próximo, empolgadamente louvou; No PSD os “barões” de antanho que tentaram evitar a “renovação” que Passos Coelho acabou por impôr, vomitam disparates que em são juízo nem se atreveriam a balbuciar; O CDS mantem-se discreto e os demais partidos representados na AR não vão além da leitura da “cartilha” que não dá margem à inovação!
Fora do areópago de S. Bento que já foi mais prestigiado, não admira que, pelos milhões de afectados por medidas de austeridade que se não esperavam tão severas, as queixas se façam ouvir das mais diversas formas. Assiste-lhes todo o direito à indignação por terem sido enganados pelo modo de viver desafogado que lhes disseram terem preparado para si; sentem-se desesperados na incerteza de um futuro que de risonho nada tem.
Mas logo estas manifestações genuínas e legítimas são alvo do aproveitamento oportunista dos mestres da contestação, dos que nada fizeram pelo bem comum mas se sentem no direito de falar em nome dos fracos e dos oprimidos e de por eles decidirem as formas de luta porque de cooperação nada sabem.
Compreende-se a ansiedade dos que penam, mas nem todos os remédios se podem tomar ao mesmo tempo nem de uma vez só.
Por mim, atingido, também e severamente, pelas medidas de austeridade para cujas causas não contribuí, não vejo que seja hora de reclamar porque sei que é mais fácil dar o nó do que desatá-lo. Desejo, até, que nunca o seja e que as medidas que agora me atingem sejam, no momento possível, substituídas pelas que poderão garantir a estabilidade que hoje não temos.
Não será uma terefa fácil para quem tenha de a levar a cabo, tendo em conta que o anterior governo deixou buracos e encargos que, para além de nós, castigarão os nossos filhos e netos ao longo de muito tempo.
Quinze mil milhões de euros é o buraco que corresponde às PPP – parcerias público privadas – que tornaram milionária muita gente.
Se a isto juntarmos os organismos fantasmas criados para arranjar “jobs for the boys”, poderemos avaliar quanto iremos penar pelas consequências dos erros que Sócrates e o seu Partido Socialista nos deixaram por legado!
Não se entendem os economistas que ainda não perceberam bem o que se passa nem são unânimes quanto ao modo de fazer seja o que for que remedeie as deploráveis condições em que vivemos. Não se unem os políticos a quem confiámos a responsabilidade de cuidarem do que é nosso e eles tomam como seu, tornando mais difícil ou inviabilizando a solução para a qual todos deveríamos trabalhar. Não nos entendemos todos nós que, seja porque estamos eufeudados a uma partidarite qualquer seja porque não nos dispuzémos, ainda, a pensar sobre o que se passa, sofremos as agruras de uma austeridade que, deste modo, poderá vir a ser muito maior.
Dentro dos próprios partidos há confrontos, atitudes estranhas, ressentimentos e picardias que, por certo, os enfraquecem, com prejuízo de todos nós.
No PS, os “socratistas” tentam recuperar do afastamento púdico a que foram condenados, confundindo factos claros dos quais fazem interpretações maquiavélicas que têm em vista o “renascimento” de Sócrates em todo o seu esplendor de disparates; O PS de Seguro tenta fazer como Pilatos, lavando as mãos das porcarias que, num passado muito próximo, empolgadamente louvou; No PSD os “barões” de antanho que tentaram evitar a “renovação” que Passos Coelho acabou por impôr, vomitam disparates que em são juízo nem se atreveriam a balbuciar; O CDS mantem-se discreto e os demais partidos representados na AR não vão além da leitura da “cartilha” que não dá margem à inovação!
Fora do areópago de S. Bento que já foi mais prestigiado, não admira que, pelos milhões de afectados por medidas de austeridade que se não esperavam tão severas, as queixas se façam ouvir das mais diversas formas. Assiste-lhes todo o direito à indignação por terem sido enganados pelo modo de viver desafogado que lhes disseram terem preparado para si; sentem-se desesperados na incerteza de um futuro que de risonho nada tem.
Mas logo estas manifestações genuínas e legítimas são alvo do aproveitamento oportunista dos mestres da contestação, dos que nada fizeram pelo bem comum mas se sentem no direito de falar em nome dos fracos e dos oprimidos e de por eles decidirem as formas de luta porque de cooperação nada sabem.
Compreende-se a ansiedade dos que penam, mas nem todos os remédios se podem tomar ao mesmo tempo nem de uma vez só.
Por mim, atingido, também e severamente, pelas medidas de austeridade para cujas causas não contribuí, não vejo que seja hora de reclamar porque sei que é mais fácil dar o nó do que desatá-lo. Desejo, até, que nunca o seja e que as medidas que agora me atingem sejam, no momento possível, substituídas pelas que poderão garantir a estabilidade que hoje não temos.
Não será uma terefa fácil para quem tenha de a levar a cabo, tendo em conta que o anterior governo deixou buracos e encargos que, para além de nós, castigarão os nossos filhos e netos ao longo de muito tempo.
Quinze mil milhões de euros é o buraco que corresponde às PPP – parcerias público privadas – que tornaram milionária muita gente.
Se a isto juntarmos os organismos fantasmas criados para arranjar “jobs for the boys”, poderemos avaliar quanto iremos penar pelas consequências dos erros que Sócrates e o seu Partido Socialista nos deixaram por legado!
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
ESTA NECESSIDADE DE PENSAR…
(Texto publicado no Notícias de Manteigas de Outubro 2011)
Depois de falar de solidariedade, uma virtude indispensável ao equilíbrio social que o atual modo de viver cada vez menos consente, era minha intenção falar este mês de ambiente, outra questão muito importante que já condiciona e acabará pondo fim ao crescimento económico suportado pelo consumismo excessivo.
Às agressões ambientais que esta economia selvagem que se diz civilizada provoca, responderá a Natureza de forma demolidora, com fenómenos e alterações que os nossos filhos e netos terão de suportar mais do que nós que somos a causa desses males. É o egoísmo na sua expressão mais refinada e que, tal como a inveja, o humaníssimo pecado que nos faz desejar não ter menos do que os outros, nos faz correr de um modo incauto para o abismo fundo que nos engolirá.
Ficará, quem sabe, para o próximo mês porque me parece mais oportuno falar hoje da necessidade absoluta da tomada de consciência da situação que vivemos se não quisermos cair na situação deplorável de outros que, sem consciência do mal que a si próprios causam, se revoltam contra o que os seus erros tornaram inevitável. Depois espero, se o puder fazer, falar de recursos naturais, aqueles que a Natureza nos permite utilizar de um modo equilibrado mas em cuja exploração nos excedemos, completando um conjunto de questões que, tenho por certo, estão entre as mais importantes das que vão moldar o futuro próximo da Humanidade e orientar a procura de formas mais naturais e seguras para uma vida menos materialista mas mais feliz.
Evitarei envolver-me em temas mais transcendentes de que outros bem melhor do que eu podem e devem falar, mas não consigo calar que espero há tempo demais por uma “Boa Nova” atual, com as palavras certas para o melhor entendimento dos problemas que, sendo de sempre, assumem formas próprias dos tempos e, por isso, exigem soluções a condizer com elas. Nesta espera pergunto-me, por vezes, que “cartas” escreveria hoje S Paulo aos falhados da História que fizeram vista grossa à realidade e não respeitaram a dignidade humana. Talvez nelas dissesse que a intolerância, o egoísmo e a inveja que “governam” este mundo são a súmula de todos os pecados que nos afastam de uma vida melhor. Sei lá!
Porém, se sinto o dever de contribuir, na medida em que posso faze-lo, para a formação de uma consciência coletiva esclarecida sobre as questões mais importantes para um futuro global, juntando a minha voz à de tantos que a erguem também e à de muitos que já a perderam no esforço inglório de alertar para perigos que apenas a ganância leva a ignorar, também me quero contar no número dos que, perante o que se passa, participam no esforço para esclarecer e desmistificar questões e ultrapassar os problemas que Portugal enfrenta.
Há muito que me deixei de partidarismos sem sentido, que me excluí dos manipuladores ou manipulados para me poder entregar ao “luxo” de ter ideias próprias, de poder ajustar o que penso quantas vezes entender dever faze-lo, de me não rever em estereótipos que ao longo do tempo perderam o sentido, de poder caminhar por e para onde quiser sem ter de seguir as pisadas de qualquer grupo a que pertença.
Apesar disso e pelas circunstâncias, creio chegada a hora de remarmos todos para o mesmo lado, num esforço conjunto para vencer, abdicando, de boa mente, de alguma liberdade de escolha, de alguns direitos que a situação de penúria não permite garantir e, também, de algumas comodidades para que seja menos longo este tempo de dolorosos sacrifícios que disparates demais nos obrigam a viver.
Não me parece que seja o que fazem dirigentes de sindicatos e partidos quando colocam interesses corporativos, partidários e projetos pessoais acima do interesse global para fazer de Portugal um país melhor e evitar os problemas que ainda possam complicar mais a vida de todos nós. Pelo contrário, parecem-me apostados em aproveitar as dificuldades que todos devíamos ajudar a resolver, para conseguirem uma promoção mais fácil e aumentar os ganhos políticos que, para além dos incondicionais apoiantes, outros incautos lhes possam proporcionar.
Esquecem-se os aspirantes ao poder e os reivindicadores oficiais dos muitos mais do que eles que não têm voz, dos que não têm quem por eles fale porque não pagam quotas para sindicatos, nem têm, senão a caridade, quem os defenda da miséria em que se caíram.
Não me parece ser esta a altura certa para promoções pessoais, para instigar tumultos e provocar o caos, sobretudo do modo capcioso e arrogante como o fazem, que dá má imagem de Portugal e prejudica o esforço para recuperar o bem-estar de todos nós.
Parecem-me ridículos os que, depois das burradas que fizeram, criticam quem ainda mal teve tempo de se aperceber de todas elas para, depois, as tentar corrigir. A seu tempo e pelo que fizerem serão avaliados.
Apesar de tudo, não seria adequado, seja o objetivo qual for, fazer um parêntesis na democracia nem abdicar dos direitos que a Constituição consagra, ainda que seja necessário adequá-los às circunstâncias dos tempos atuais numa revisão que afaste os preconceitos que ainda contém. Porém, reconhecer os limites das nossas possibilidades e não exigir mais do que as disponibilidades permitem, é a atitude certa e mais urgente quando o país está financeiramente exausto e em difíceis condições de financiamento.
Tem lugar destacado entre os pensamentos que me têm norteado, este que, porventura, alguma vez aqui já aqui terei citado: “se estamos com problemas, temos de pensar mais” porque pensar é uma ação pessoal e íntima, qual crivo pelo qual se faz passar tudo de que se tenha a perceção, mesmo o que pareça óbvio, a fim de o validar e tornar base para encontrar as respostas e as soluções necessárias. É uma atitude bem diferente da de aceitar as ideias que nos impingem como verdade e desejam ver aclamadas por multidões incapazes de as avaliar; é uma atitude indispensável de confirmação porque a verdade definitiva não existe neste mundo.
É pelo pensamento que o Homem se liberta e, livre, adquire consciência da realidade, faz as suas escolhas e decide como proceder. De outro modo não passará de alguém que aceita o que outros escolham para si.
Por isso devemos pensar!
A propósito, vem-me à lembrança algo que há muito me não acontece. Era frequente, quando conduzia por estradas de pouco tráfego, aparecer um cão correndo e ladrando furiosamente ao lado do carro, até se cansar. Um dia resolvei parar. O bicho parou também e, já mudo, olhou-me como que a perguntar “agora o que é que faço?”. Lançara-se numa aventura sem causa, sem consciência do que fazia!
Rui de Carvalho
26 setembro 2011
Depois de falar de solidariedade, uma virtude indispensável ao equilíbrio social que o atual modo de viver cada vez menos consente, era minha intenção falar este mês de ambiente, outra questão muito importante que já condiciona e acabará pondo fim ao crescimento económico suportado pelo consumismo excessivo.
Às agressões ambientais que esta economia selvagem que se diz civilizada provoca, responderá a Natureza de forma demolidora, com fenómenos e alterações que os nossos filhos e netos terão de suportar mais do que nós que somos a causa desses males. É o egoísmo na sua expressão mais refinada e que, tal como a inveja, o humaníssimo pecado que nos faz desejar não ter menos do que os outros, nos faz correr de um modo incauto para o abismo fundo que nos engolirá.
Ficará, quem sabe, para o próximo mês porque me parece mais oportuno falar hoje da necessidade absoluta da tomada de consciência da situação que vivemos se não quisermos cair na situação deplorável de outros que, sem consciência do mal que a si próprios causam, se revoltam contra o que os seus erros tornaram inevitável. Depois espero, se o puder fazer, falar de recursos naturais, aqueles que a Natureza nos permite utilizar de um modo equilibrado mas em cuja exploração nos excedemos, completando um conjunto de questões que, tenho por certo, estão entre as mais importantes das que vão moldar o futuro próximo da Humanidade e orientar a procura de formas mais naturais e seguras para uma vida menos materialista mas mais feliz.
Evitarei envolver-me em temas mais transcendentes de que outros bem melhor do que eu podem e devem falar, mas não consigo calar que espero há tempo demais por uma “Boa Nova” atual, com as palavras certas para o melhor entendimento dos problemas que, sendo de sempre, assumem formas próprias dos tempos e, por isso, exigem soluções a condizer com elas. Nesta espera pergunto-me, por vezes, que “cartas” escreveria hoje S Paulo aos falhados da História que fizeram vista grossa à realidade e não respeitaram a dignidade humana. Talvez nelas dissesse que a intolerância, o egoísmo e a inveja que “governam” este mundo são a súmula de todos os pecados que nos afastam de uma vida melhor. Sei lá!
Porém, se sinto o dever de contribuir, na medida em que posso faze-lo, para a formação de uma consciência coletiva esclarecida sobre as questões mais importantes para um futuro global, juntando a minha voz à de tantos que a erguem também e à de muitos que já a perderam no esforço inglório de alertar para perigos que apenas a ganância leva a ignorar, também me quero contar no número dos que, perante o que se passa, participam no esforço para esclarecer e desmistificar questões e ultrapassar os problemas que Portugal enfrenta.
Há muito que me deixei de partidarismos sem sentido, que me excluí dos manipuladores ou manipulados para me poder entregar ao “luxo” de ter ideias próprias, de poder ajustar o que penso quantas vezes entender dever faze-lo, de me não rever em estereótipos que ao longo do tempo perderam o sentido, de poder caminhar por e para onde quiser sem ter de seguir as pisadas de qualquer grupo a que pertença.
Apesar disso e pelas circunstâncias, creio chegada a hora de remarmos todos para o mesmo lado, num esforço conjunto para vencer, abdicando, de boa mente, de alguma liberdade de escolha, de alguns direitos que a situação de penúria não permite garantir e, também, de algumas comodidades para que seja menos longo este tempo de dolorosos sacrifícios que disparates demais nos obrigam a viver.
Não me parece que seja o que fazem dirigentes de sindicatos e partidos quando colocam interesses corporativos, partidários e projetos pessoais acima do interesse global para fazer de Portugal um país melhor e evitar os problemas que ainda possam complicar mais a vida de todos nós. Pelo contrário, parecem-me apostados em aproveitar as dificuldades que todos devíamos ajudar a resolver, para conseguirem uma promoção mais fácil e aumentar os ganhos políticos que, para além dos incondicionais apoiantes, outros incautos lhes possam proporcionar.
Esquecem-se os aspirantes ao poder e os reivindicadores oficiais dos muitos mais do que eles que não têm voz, dos que não têm quem por eles fale porque não pagam quotas para sindicatos, nem têm, senão a caridade, quem os defenda da miséria em que se caíram.
Não me parece ser esta a altura certa para promoções pessoais, para instigar tumultos e provocar o caos, sobretudo do modo capcioso e arrogante como o fazem, que dá má imagem de Portugal e prejudica o esforço para recuperar o bem-estar de todos nós.
Parecem-me ridículos os que, depois das burradas que fizeram, criticam quem ainda mal teve tempo de se aperceber de todas elas para, depois, as tentar corrigir. A seu tempo e pelo que fizerem serão avaliados.
Apesar de tudo, não seria adequado, seja o objetivo qual for, fazer um parêntesis na democracia nem abdicar dos direitos que a Constituição consagra, ainda que seja necessário adequá-los às circunstâncias dos tempos atuais numa revisão que afaste os preconceitos que ainda contém. Porém, reconhecer os limites das nossas possibilidades e não exigir mais do que as disponibilidades permitem, é a atitude certa e mais urgente quando o país está financeiramente exausto e em difíceis condições de financiamento.
Tem lugar destacado entre os pensamentos que me têm norteado, este que, porventura, alguma vez aqui já aqui terei citado: “se estamos com problemas, temos de pensar mais” porque pensar é uma ação pessoal e íntima, qual crivo pelo qual se faz passar tudo de que se tenha a perceção, mesmo o que pareça óbvio, a fim de o validar e tornar base para encontrar as respostas e as soluções necessárias. É uma atitude bem diferente da de aceitar as ideias que nos impingem como verdade e desejam ver aclamadas por multidões incapazes de as avaliar; é uma atitude indispensável de confirmação porque a verdade definitiva não existe neste mundo.
É pelo pensamento que o Homem se liberta e, livre, adquire consciência da realidade, faz as suas escolhas e decide como proceder. De outro modo não passará de alguém que aceita o que outros escolham para si.
Por isso devemos pensar!
A propósito, vem-me à lembrança algo que há muito me não acontece. Era frequente, quando conduzia por estradas de pouco tráfego, aparecer um cão correndo e ladrando furiosamente ao lado do carro, até se cansar. Um dia resolvei parar. O bicho parou também e, já mudo, olhou-me como que a perguntar “agora o que é que faço?”. Lançara-se numa aventura sem causa, sem consciência do que fazia!
Rui de Carvalho
26 setembro 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
HÁ OU NÃO LIMITES PARA AUSTERIDADE?
O Presidente da República, que foi o primeiro-ministro que iniciou a era dos novos-ricos que nos levou aos excessos consumistas que nos trouxe até ao ponto de ruptura financeira em que nos encontramos, manifestou-se de um modo descabido sobre o Orçamento de Estado pois, numa reunião de economistas em que ele não era apenas mais um por força do cargo e não pela qualidade da opinião que possa manifestar, alterou claramente os equilíbrios políticos pelos quais lhe competiria zelar.
Este manifesto público contra o OE só pode significar que não concorda com ele e, consequentemente, o não poderá promulgar. Veremos!
Parece não saber Sua Excelência que, deste modo, deu força ao partido que mais culpas tem na austeridade que sofremos para votar contra um orçamento que, de certo modo, ele próprio negociou com a Troika!
Não são unânimes nas suas opiniões os economistas independentes que, na sua maioria, reconhecem que o estado de “indigência” a que chegámos derrubou todas as barreiras de austeridade que a razoabilidade poderia erguer.
É um orçamento duro, sem dúvida, mas imposto por circunstâncias que nem o próprio Presidente da República foi capaz de prever, diga quantas vezes quiser que “bem avisou”, como é seu hábito fazer. Mas mais vale um orçamento excepcional que resulte do que outro que, por falta de determinação, fracasse porque, se tal acontecer, entraremos numa espiral de desgraças que ninguém controlará.
Mas o que eu gostaria de conhecer são as propostas concretas, inovadores e mágicas que nos permitiriam pagar as dívidas que fizemos e relançar uma economia de base que Cavaco começou a destruir, sem necessidade de medidas de austeridade.
Espero que estas medidas transitórias sejam bastantes para iniciar um processo de recuperação das finanças do país e permita o relançamento de uma economia sã, impossível sem uma mudança profunda nos hábitos de vida de quem alguma coisa terá de aprender com a crise.
Sempre ouvi dizer que quem se cura não se regala, a menos que não queira curar-se.
Os limites para a austeridade pautam-se pelos limites que nos impusermos no equilíbrio das contas e no controlo das despesas, o que não soubemos fazer.
Uma condição, porém, se impõe: que a austeridade, tenha a dimensão que tiver, seja para todos!
Este manifesto público contra o OE só pode significar que não concorda com ele e, consequentemente, o não poderá promulgar. Veremos!
Parece não saber Sua Excelência que, deste modo, deu força ao partido que mais culpas tem na austeridade que sofremos para votar contra um orçamento que, de certo modo, ele próprio negociou com a Troika!
Não são unânimes nas suas opiniões os economistas independentes que, na sua maioria, reconhecem que o estado de “indigência” a que chegámos derrubou todas as barreiras de austeridade que a razoabilidade poderia erguer.
É um orçamento duro, sem dúvida, mas imposto por circunstâncias que nem o próprio Presidente da República foi capaz de prever, diga quantas vezes quiser que “bem avisou”, como é seu hábito fazer. Mas mais vale um orçamento excepcional que resulte do que outro que, por falta de determinação, fracasse porque, se tal acontecer, entraremos numa espiral de desgraças que ninguém controlará.
Mas o que eu gostaria de conhecer são as propostas concretas, inovadores e mágicas que nos permitiriam pagar as dívidas que fizemos e relançar uma economia de base que Cavaco começou a destruir, sem necessidade de medidas de austeridade.
Espero que estas medidas transitórias sejam bastantes para iniciar um processo de recuperação das finanças do país e permita o relançamento de uma economia sã, impossível sem uma mudança profunda nos hábitos de vida de quem alguma coisa terá de aprender com a crise.
Sempre ouvi dizer que quem se cura não se regala, a menos que não queira curar-se.
Os limites para a austeridade pautam-se pelos limites que nos impusermos no equilíbrio das contas e no controlo das despesas, o que não soubemos fazer.
Uma condição, porém, se impõe: que a austeridade, tenha a dimensão que tiver, seja para todos!
INDIGNAÇÃO OU PROTESTO?
Corre por esse mundo fora uma onda de indignação que faz todo o sentido, porque todos temos razões para estarmos indignados pelo modo como os maiores responsáveis pelo destino deste mundo, os senhores desta “aldeia global” em que vivemos, têm cuidado de o tornar menos infeliz. Nada fizeram por isso quando brincaram às guerras e faziam do povo carne para canhão, nem o fazem agora que brincam aos ricos, aos evoluídos, aos mercados e às economias, esquecendo que as pessoas, os seres humanos, deveriam ser a causa das suas preocupações.
Abrem a “economia” a todo o mundo, fazem a “globalização”, mas fecham as fronteiras entre os dois mundos que continuam a existir, o “mundo desenvolvido” onde o consumismo, o motor da sua economia, permite que se tenha muito mais do que o necessário, mesmo que se esbanje, e o “terceiro mundo” onde crianças e adultos morrem de fome aos milhares em cada dia, onde a doença causa sofrimentos insuportáveis por falta de meios para a evitar e para a tratar, onde um simples gole de água custa enormes sacrifícios e pode trazer consigo a doença fatal!
Não repararam esses senhores que uma hora de mudança se aproxima, que a “hora do recreio” está a acabar e têm de voltar à realidade da qual tanto tempo viveram alheados.
Os milhões de frustrados pelos resultados de políticas marginais da única que os políticos e os sindicatos conhecem bem, a financeira, começam a dar mostras da sua indignação à qual muito dificilmente se conseguirá por travão porque conduz ao clímax lógico da série quase infinita de disparates feitos em nome de um futuro melhor nunca alcançado! E a indignação vai continuar à revelia de partidos políticos e de sindicatos que não conseguem entender o que se passa.
Por cá, tal como noutros lugares de um mundo que sem ser terceiro até pode ser bem pior do que isso, os políticos e os sindicatos continuam a brincar com o fogo. Uns não entenderam, ainda, a mudança que acontecerá quer queiram quer não. Os outros apanham a boleia dos “indignados” e transformaram uma manifestação de desejo de mudança de um estilo de vida que já não tem futuro num protesto “capitalista” porque não é mudança que desejam mas melhores salários que o capitalismo esgotado já lhes não pode pagar!
Abrem a “economia” a todo o mundo, fazem a “globalização”, mas fecham as fronteiras entre os dois mundos que continuam a existir, o “mundo desenvolvido” onde o consumismo, o motor da sua economia, permite que se tenha muito mais do que o necessário, mesmo que se esbanje, e o “terceiro mundo” onde crianças e adultos morrem de fome aos milhares em cada dia, onde a doença causa sofrimentos insuportáveis por falta de meios para a evitar e para a tratar, onde um simples gole de água custa enormes sacrifícios e pode trazer consigo a doença fatal!
Não repararam esses senhores que uma hora de mudança se aproxima, que a “hora do recreio” está a acabar e têm de voltar à realidade da qual tanto tempo viveram alheados.
Os milhões de frustrados pelos resultados de políticas marginais da única que os políticos e os sindicatos conhecem bem, a financeira, começam a dar mostras da sua indignação à qual muito dificilmente se conseguirá por travão porque conduz ao clímax lógico da série quase infinita de disparates feitos em nome de um futuro melhor nunca alcançado! E a indignação vai continuar à revelia de partidos políticos e de sindicatos que não conseguem entender o que se passa.
Por cá, tal como noutros lugares de um mundo que sem ser terceiro até pode ser bem pior do que isso, os políticos e os sindicatos continuam a brincar com o fogo. Uns não entenderam, ainda, a mudança que acontecerá quer queiram quer não. Os outros apanham a boleia dos “indignados” e transformaram uma manifestação de desejo de mudança de um estilo de vida que já não tem futuro num protesto “capitalista” porque não é mudança que desejam mas melhores salários que o capitalismo esgotado já lhes não pode pagar!
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
INDIGNADOS PORQUE?
Já não é novidade para ninguém que durante tempo demais vivemos acima das nossas posses, organizámo-nos para um tipo de vida que não poderíamos manter. Nós e o Estado! Foi uma enorme farra na qual todos, uns mais e outros menos, participámos.
Não vale a pena fingir que não demos por nada, que outros tiveram a culpa mas não nós, pois ninguém acredita num milagre que, repentinamente, fizesse de Portugal um país rico onde todos pudessem viver à larga.
Acelerámos no consumo e travámos na produção. Eram direitos que, rapidamente, pensávamos ir conquistando!
SE, em vez disto, tivéssemos evoluído ao ritmo que nos era próprio, aquele que as nossas potencialidades pudessem suportar, não teríamos de voltar, agora, aos níveis de 1975, ou inferiores ainda.
Não me parece que alguém, em consciência, possa não se sentir culpado por este colapso que o simples bom senso poderia ter evitado ou, pelo menos, tornado bem menor.
Direitos foram consagrados sem se avaliar se seriam sustentáveis, regalias foram atribuídas como conquistas que a baixa produtividade não justificava, mordomias dantes não sonhadas tornaram-se próprias de uma nova classe de senhores. Tudo e do melhor, era a regra dos que viram chegada a hora de poderem ter a vida que, antes, noutros invejavam.
Por aqui aconteceu assim. Por outros lados considerados mais evoluídos, a ânsia de enriquecer despoletou artifícios financeiros dos quais resultaram as célebres “bolhas” que provocaram a euforia que também nos arrastou.
Perante esta realidade, rebelamo-nos contra o que? Mostramos a nossa insatisfação porque? Porque os salários terão de ser reduzidos aos valores possíveis? Porque direitos insustentáveis têm de ser ajustados? Porque bens adquiridos sem meios bastantes para o fazer são retirados? Porque teremos de reduzir o nível de vida ao que é possível sem artifícios financeiros?
Ou será que teremos de nos penitenciar porque, distraídos pelos regalos que a abastança nos proporcionava, nem demos conta dos sonhos megalómanos de quem elegemos para nos governar, da corrupção que se instalava, das negociatas descaradas que se desenrolavam diante dos nossos olhos e até dos compromissos pessoais que assumíamos sem condições para o fazer?
É óbvio que estou indignado, que me sinto frustrado, mas também me sinto culpado por me ter servido de um sistema que, tudo me mostrava, não podia ter vida longa.
O egoísmo destroçou a solidariedade, a ganância degradou o ambiente, a ânsia de crescimento exauriu os recursos naturais, circunstâncias que tentamos disfarçar com atitudes que o tempo mostrará não serem mais do que panaceias que apenas atrasarão o inevitável.
A solução? Mudar de vida! É isso que devemos exigir.
Não vale a pena fingir que não demos por nada, que outros tiveram a culpa mas não nós, pois ninguém acredita num milagre que, repentinamente, fizesse de Portugal um país rico onde todos pudessem viver à larga.
Acelerámos no consumo e travámos na produção. Eram direitos que, rapidamente, pensávamos ir conquistando!
SE, em vez disto, tivéssemos evoluído ao ritmo que nos era próprio, aquele que as nossas potencialidades pudessem suportar, não teríamos de voltar, agora, aos níveis de 1975, ou inferiores ainda.
Não me parece que alguém, em consciência, possa não se sentir culpado por este colapso que o simples bom senso poderia ter evitado ou, pelo menos, tornado bem menor.
Direitos foram consagrados sem se avaliar se seriam sustentáveis, regalias foram atribuídas como conquistas que a baixa produtividade não justificava, mordomias dantes não sonhadas tornaram-se próprias de uma nova classe de senhores. Tudo e do melhor, era a regra dos que viram chegada a hora de poderem ter a vida que, antes, noutros invejavam.
Por aqui aconteceu assim. Por outros lados considerados mais evoluídos, a ânsia de enriquecer despoletou artifícios financeiros dos quais resultaram as célebres “bolhas” que provocaram a euforia que também nos arrastou.
Perante esta realidade, rebelamo-nos contra o que? Mostramos a nossa insatisfação porque? Porque os salários terão de ser reduzidos aos valores possíveis? Porque direitos insustentáveis têm de ser ajustados? Porque bens adquiridos sem meios bastantes para o fazer são retirados? Porque teremos de reduzir o nível de vida ao que é possível sem artifícios financeiros?
Ou será que teremos de nos penitenciar porque, distraídos pelos regalos que a abastança nos proporcionava, nem demos conta dos sonhos megalómanos de quem elegemos para nos governar, da corrupção que se instalava, das negociatas descaradas que se desenrolavam diante dos nossos olhos e até dos compromissos pessoais que assumíamos sem condições para o fazer?
É óbvio que estou indignado, que me sinto frustrado, mas também me sinto culpado por me ter servido de um sistema que, tudo me mostrava, não podia ter vida longa.
O egoísmo destroçou a solidariedade, a ganância degradou o ambiente, a ânsia de crescimento exauriu os recursos naturais, circunstâncias que tentamos disfarçar com atitudes que o tempo mostrará não serem mais do que panaceias que apenas atrasarão o inevitável.
A solução? Mudar de vida! É isso que devemos exigir.
DIA INTERNACIONAL PARA IRRADICAÇÃO DA POBREZA
Num país onde a pobreza cresce a olhos vistos, onde cada vez mais gente sofre as agruras da fome, é uma necessidade urgente tomar providências para que a situação melhore.
Depois das duras medidas de austeridade, transitórias, que o governo decretou, ditadas pela necessidade urgente de poupar meios financeiros de modo a que sejam criadas disponibilidades para equilibrar as nossas contas com o exterior e reduzir o défice do Estado, há muitas outras atitudes, umas transitórias também e outras perenes, que deverão ser cuidadosa mas rapidamente definidas, esclarecidas e tomadas, sem as quais o objectivo de regularizar a economia portuguesa não passará de uma miragem.
Nas mãos do governo está, ainda, a possibilidade de reduzir despesas com a reorganização, fusão ou extinção de muitos organismos públicos que, ao longo de anos, se multiplicaram para criar cargos “adequados” aos “serventuários” dos novos senhores da cena nacional que um dito célebre imortalizou: JOBS FOR THE BOYS”!
Mas pouco mais do que isto poderá o governo fazer sem a colaboração de todos nós que deveremos participar no esforço nacional para recuperação da economia.
Não me parece que apenas as empresas exportadoras sejam importantes neste esforço, porque tão ou mais importante do que exportar é a redução das importações, substituídas por produção nacional que deve ser aumentada, sobretudo no que respeita a bens de alimentação, a par de uma drástica redução de importação de bens sumptuários cujo consumo foi excessivo nos últimos anos.
A crise pode trazer, deste modo, oportunidades em áreas onde, aos poucos e, como muita gente decerto se lembra, por imposição da famigerada PAC – Política Agrícola Comum – reduziu a produção agrícola e as pescas até quase não terem expressão económica.
Seriam movimentos com estas finalidades que gostaria de ver fomentados, em vez das greves gerais de que os dirigentes sindicalistas tanto necessitam para manter os seus privilégios.
Mas tarda o governo em apresentar medidas que complementem as que já tomou e se destinem, efectivamente, a dotar o país do que necessita para viver sem pobreza excessiva!
Depois das duras medidas de austeridade, transitórias, que o governo decretou, ditadas pela necessidade urgente de poupar meios financeiros de modo a que sejam criadas disponibilidades para equilibrar as nossas contas com o exterior e reduzir o défice do Estado, há muitas outras atitudes, umas transitórias também e outras perenes, que deverão ser cuidadosa mas rapidamente definidas, esclarecidas e tomadas, sem as quais o objectivo de regularizar a economia portuguesa não passará de uma miragem.
Nas mãos do governo está, ainda, a possibilidade de reduzir despesas com a reorganização, fusão ou extinção de muitos organismos públicos que, ao longo de anos, se multiplicaram para criar cargos “adequados” aos “serventuários” dos novos senhores da cena nacional que um dito célebre imortalizou: JOBS FOR THE BOYS”!
Mas pouco mais do que isto poderá o governo fazer sem a colaboração de todos nós que deveremos participar no esforço nacional para recuperação da economia.
Não me parece que apenas as empresas exportadoras sejam importantes neste esforço, porque tão ou mais importante do que exportar é a redução das importações, substituídas por produção nacional que deve ser aumentada, sobretudo no que respeita a bens de alimentação, a par de uma drástica redução de importação de bens sumptuários cujo consumo foi excessivo nos últimos anos.
A crise pode trazer, deste modo, oportunidades em áreas onde, aos poucos e, como muita gente decerto se lembra, por imposição da famigerada PAC – Política Agrícola Comum – reduziu a produção agrícola e as pescas até quase não terem expressão económica.
Seriam movimentos com estas finalidades que gostaria de ver fomentados, em vez das greves gerais de que os dirigentes sindicalistas tanto necessitam para manter os seus privilégios.
Mas tarda o governo em apresentar medidas que complementem as que já tomou e se destinem, efectivamente, a dotar o país do que necessita para viver sem pobreza excessiva!
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
O ERRO DO SOCIALISMO
Tudo tem o seu custo, mais alto ou mais baixo. É uma outra forma de dizer que não há almoço de graça, uma expressão que anda na boca dos economistas que tantas vezes, por certas decisões que tomam, parecem esquecer-se dela.
Por isso, podemos colocar na Constituição o que quisermos, que a assistência na doença é tendencialmente gratuita, que a educação também o será, que todos têm direito a uma habitação digna e ao trabalho, mais isto e mais aquilo, seja o que for, porque se não houver quem pague os respectivos custos acabará por não se ter nada ou ser cada um a pagar por aquilo de que necessite.
Por mais que o socialismo espere que um “maná” caia do céu para satisfazer as necessidades de todos mesmo as dos que para isso não se esforçam, que se não pode despedir e se deve continuar a pagar o salário a trabalhadores mesmo que não trabalhem, que as crises sempre são culpa dos outros, que reduzir os direitos que a Constituição consagra mesmo que não haja meios financeiros para os garantir é atentar contra o Estado Social, pense o socialismo o que pensar, a verdade é que a realidade, dura e implacável, acaba sempre por mostrar que quando se ultrapassa o que é razoável, vale o ditado que diz “quem tudo quer, tudo perde”! E não é a primeira vez que Portugal sente isso na pele.
É este o erro do socialismo que, talvez por isso, nunca existiu em lado algum porque não conseguiu erradicar a pobreza ou satisfazer as necessidades mais elementares de um povo nem consegue, sequer, ser a miragem que é, senão como “parasita” do capitalismo que, está à vista de todos, também ele se meteu num beco do qual talvez não seja capaz de sair incólume.
O erro do socialismo foi, pois, não ser capaz de criar as condições necessárias à sua própria existência.
Até no modo como Marx o concebeu, foi o capitalismo a sua razão de ser que, por isso, nunca deixou de ser o “pecado original” que o socialismo nunca arranjou modo de esconjurar.
Por isso não houve socialismo na União Soviética, na Polónia, na Hungria, na Bulgária, na Alemanha de Leste ou sei lá onde, como não há na China ou na Coreia do Norte, seja onde for.
Por isso, podemos colocar na Constituição o que quisermos, que a assistência na doença é tendencialmente gratuita, que a educação também o será, que todos têm direito a uma habitação digna e ao trabalho, mais isto e mais aquilo, seja o que for, porque se não houver quem pague os respectivos custos acabará por não se ter nada ou ser cada um a pagar por aquilo de que necessite.
Por mais que o socialismo espere que um “maná” caia do céu para satisfazer as necessidades de todos mesmo as dos que para isso não se esforçam, que se não pode despedir e se deve continuar a pagar o salário a trabalhadores mesmo que não trabalhem, que as crises sempre são culpa dos outros, que reduzir os direitos que a Constituição consagra mesmo que não haja meios financeiros para os garantir é atentar contra o Estado Social, pense o socialismo o que pensar, a verdade é que a realidade, dura e implacável, acaba sempre por mostrar que quando se ultrapassa o que é razoável, vale o ditado que diz “quem tudo quer, tudo perde”! E não é a primeira vez que Portugal sente isso na pele.
É este o erro do socialismo que, talvez por isso, nunca existiu em lado algum porque não conseguiu erradicar a pobreza ou satisfazer as necessidades mais elementares de um povo nem consegue, sequer, ser a miragem que é, senão como “parasita” do capitalismo que, está à vista de todos, também ele se meteu num beco do qual talvez não seja capaz de sair incólume.
O erro do socialismo foi, pois, não ser capaz de criar as condições necessárias à sua própria existência.
Até no modo como Marx o concebeu, foi o capitalismo a sua razão de ser que, por isso, nunca deixou de ser o “pecado original” que o socialismo nunca arranjou modo de esconjurar.
Por isso não houve socialismo na União Soviética, na Polónia, na Hungria, na Bulgária, na Alemanha de Leste ou sei lá onde, como não há na China ou na Coreia do Norte, seja onde for.
sábado, 8 de outubro de 2011
A PEIXEIRADA
Que Portugal era um país a saque é coisa que já não espanta ninguém. Que tal situação seja detetada e esclarecida é, com certeza, coisa que incomoda muita gente E que haja ideias para acabar com o forrobodó, deve incomodar muita mais!
Talvez aqui esteja a razão da “peixeirada” na reunião da Comissão de Economia e Obras Públicas da AR.
Esta designação que pode parecer dura será, até, muito macia para qualificar o que se passou.
Numa altura em que andar de pressa é mais do que necessário e, por isso, não pode merecer críticas o facto de o ministro da economia querer apressar dar conhecimento à comissão das medidas drásticas que se propõe tomar, é de espantar que se queira continuar a desmentir o que os factos provam completamente e se tente denegrir a atitude de, urgentemente, os corrigir.
O que deveria merecer um louvor tornou-se alvo de chacota e de atitudes que o “povo” não pode deixar de reprovar por serem tomadas por alguns que se dizem seus representantes.
Delirantemente patético aquele ambiente que mostrou bem como, para alguns, os interesses pessoais são mais importantes do que os interesses do país. E os mais assanhados foram, precisamente, os que mais responsáveis se deveriam sentir pela situação da qual se queria dar conhecimento, bem como das soluções que vão ser adoptadas para a alterar.
Espantoso é, também, que não muito tempo depois de um Congresso que aclamou Sócrates como seu líder incontestado, este já seja esconjurado em pedidos para que os socratistas se resguardem por iniciativa própria. Se, antes, o partido socialista era um patido de verdade, quem ficará se o pedido for aceite?
Talvez aqui esteja a razão da “peixeirada” na reunião da Comissão de Economia e Obras Públicas da AR.
Esta designação que pode parecer dura será, até, muito macia para qualificar o que se passou.
Numa altura em que andar de pressa é mais do que necessário e, por isso, não pode merecer críticas o facto de o ministro da economia querer apressar dar conhecimento à comissão das medidas drásticas que se propõe tomar, é de espantar que se queira continuar a desmentir o que os factos provam completamente e se tente denegrir a atitude de, urgentemente, os corrigir.
O que deveria merecer um louvor tornou-se alvo de chacota e de atitudes que o “povo” não pode deixar de reprovar por serem tomadas por alguns que se dizem seus representantes.
Delirantemente patético aquele ambiente que mostrou bem como, para alguns, os interesses pessoais são mais importantes do que os interesses do país. E os mais assanhados foram, precisamente, os que mais responsáveis se deveriam sentir pela situação da qual se queria dar conhecimento, bem como das soluções que vão ser adoptadas para a alterar.
Espantoso é, também, que não muito tempo depois de um Congresso que aclamou Sócrates como seu líder incontestado, este já seja esconjurado em pedidos para que os socratistas se resguardem por iniciativa própria. Se, antes, o partido socialista era um patido de verdade, quem ficará se o pedido for aceite?
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
TRABALHAR MAIS SERIA SOLUÇÃO
Cardoso e Cunha, ex-ministro das finanças que Sócrates substituiu por Teixeira dos Santos, apresentou uma proposta alternativa à polémica redução da TSU que obrigaria a aumentar, ainda mais, o já pesado imposto que é o IVA.
A proposta consiste, simplesmente, em trabalhar mais!
Acrescentar, temporariamente, um pouco de tempo ao horário de trabalho normal, reduzir os feriados ou os dias de férias, teria melhor efeito positivo do que reduzir a TSU e não obrigaria a aumentar o custo de vida. Isto significa que o trabalho a mais não seria, de todo, prestado sem contrapartidas porque seria compensado por um menor agravamento dos preços de bens essenciais.
Se a esta atitude juntássemos a de preferir produtos nacionais, poderíamos reduzir significativamente o tempo de sacrifícios que a ”crise de esbanjamento” nos impõe e recuperar a dignidade do país mais rapidamente.
Estas medidas, porém, nem constam dos manuais de economia nem das cartas de princípios sindicalistas, pelo que dificilmente serão consideradas.
Os economistas preferem seguir teorias que nunca alguém confirmou, assim como os sindicatos não abdicarão das “jornadas de luta” mesmo que estas, um dia, os possam levar a não terem nada por que lutar.
Não creio que alguém troque as suas teorias ou os seus princípios por qualquer sensata proposta ou esteja disposto a fazer sacrifícios que sempre julga serem outros quem deve fazê-los.
A proposta consiste, simplesmente, em trabalhar mais!
Acrescentar, temporariamente, um pouco de tempo ao horário de trabalho normal, reduzir os feriados ou os dias de férias, teria melhor efeito positivo do que reduzir a TSU e não obrigaria a aumentar o custo de vida. Isto significa que o trabalho a mais não seria, de todo, prestado sem contrapartidas porque seria compensado por um menor agravamento dos preços de bens essenciais.
Se a esta atitude juntássemos a de preferir produtos nacionais, poderíamos reduzir significativamente o tempo de sacrifícios que a ”crise de esbanjamento” nos impõe e recuperar a dignidade do país mais rapidamente.
Estas medidas, porém, nem constam dos manuais de economia nem das cartas de princípios sindicalistas, pelo que dificilmente serão consideradas.
Os economistas preferem seguir teorias que nunca alguém confirmou, assim como os sindicatos não abdicarão das “jornadas de luta” mesmo que estas, um dia, os possam levar a não terem nada por que lutar.
Não creio que alguém troque as suas teorias ou os seus princípios por qualquer sensata proposta ou esteja disposto a fazer sacrifícios que sempre julga serem outros quem deve fazê-los.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO PAÍS
Li algures que António José Seguro pretende que o PS apresente uma proposta de reorganização administrativa que não seja esta que resulta dos cortes e das fusões que o governo decidiu fazer e o ministro Miguel Relvas tão mal explicou e defendeu no programa Prós e Contras.
Desde há muito que o meu entendimento passa pela necessidade de um trabalho sério neste domínio que, em tempos, estudei com bastante cuidado já que a criação de “Regiões Administrativas” é uma imposição constitucional que um arremedo de referendo parece ter anulado.
Não sei qual recordação por aí ainda haja do que se passou e que, em meu julgamento, foi a prova de uma total ignorância do que seja organizar a administração de um país e das suas vantagens.
O PS que propunha a regionalização mostrou desconhecer a seriedade da questão e apresentou uma proposta que alguém, ali para os lados de Viseu, concebeu numa noite de insónia! O PSD e o CDS, partidos que apelavam ao não, fizeram-no com base em autênticas barbaridades entre as quais aquele “chavão” de Portas que dizia ser a regionalização um gasto de dinheiro que não permitiria aumentar pensões e reformas! Dos demais partidos nem me lembro do que disseram.
No final de tudo isto, o “referendo” pedia um sim ou não a uma proposta de esquartejamento territorial do país a que acrescentava uma pergunta que não ligava com a primeira e à qual duvido alguém tenha respondido em consciência.
No que me diz respeito a abstenção foi a atitude que uma inultrapassável perplexidade me impôs, ser pela regionalização mas não por uma que nem entendi!
Vencendo o não, nem a regionalização se fez nem as pensões e as reformas aumentaram!
Daí que, embora estando mais do que de acordo com aquilo que Seguro diz pretender, me assaltem fortes dúvidas sobre o que tal proposta possa ser!
Desde há muito que o meu entendimento passa pela necessidade de um trabalho sério neste domínio que, em tempos, estudei com bastante cuidado já que a criação de “Regiões Administrativas” é uma imposição constitucional que um arremedo de referendo parece ter anulado.
Não sei qual recordação por aí ainda haja do que se passou e que, em meu julgamento, foi a prova de uma total ignorância do que seja organizar a administração de um país e das suas vantagens.
O PS que propunha a regionalização mostrou desconhecer a seriedade da questão e apresentou uma proposta que alguém, ali para os lados de Viseu, concebeu numa noite de insónia! O PSD e o CDS, partidos que apelavam ao não, fizeram-no com base em autênticas barbaridades entre as quais aquele “chavão” de Portas que dizia ser a regionalização um gasto de dinheiro que não permitiria aumentar pensões e reformas! Dos demais partidos nem me lembro do que disseram.
No final de tudo isto, o “referendo” pedia um sim ou não a uma proposta de esquartejamento territorial do país a que acrescentava uma pergunta que não ligava com a primeira e à qual duvido alguém tenha respondido em consciência.
No que me diz respeito a abstenção foi a atitude que uma inultrapassável perplexidade me impôs, ser pela regionalização mas não por uma que nem entendi!
Vencendo o não, nem a regionalização se fez nem as pensões e as reformas aumentaram!
Daí que, embora estando mais do que de acordo com aquilo que Seguro diz pretender, me assaltem fortes dúvidas sobre o que tal proposta possa ser!
terça-feira, 4 de outubro de 2011
JARDIM FOMENTA O SEPARATISMO?
Por mais que diga ter orgulho em ser português – já lho ouvimos dizer várias vezes - o presidente do governo regional da Madeira tornou-se, consciente ou inconscientemente, um separatista.
Muitas vezes, demasiadas vezes já o ouvimos falar de independência da Madeira, nem que fosse para dizer que as atitudes do “contenente” que ele sempre considera que prejudicam os interesses madeirenses, acicatam os movimentos que a propõem. De outras vezes dirá outras coisas como, aliás, faz o seu género: dizer tudo para, depois, dizer que não disse nada!
São os curiosos “lapsus linguae” de Jardim que, não poucas vezes, têm o tamanho de todo um discurso eleitoralista.
Uma no cravo, outra na ferradura, lá vai fazendo a cabeça aos menos prevenidos (que parecem ser muitos, demasiados) que, porventura e apesar dos desmandos e artimanhas orçamentais que colocam a Madeira em bancarrota, o devem reconduzir à frente do governo local.
De facto, numas entrevistas de rua a propósito das intenções de voto dos madeirenses pudemos ouvir esta declaração lapidar a um dos entrevistados: votarei Jardim até à morte para os patetas do “contenente” não virem para aqui mandar!
Melhor e mais clara prova?
Muitas vezes, demasiadas vezes já o ouvimos falar de independência da Madeira, nem que fosse para dizer que as atitudes do “contenente” que ele sempre considera que prejudicam os interesses madeirenses, acicatam os movimentos que a propõem. De outras vezes dirá outras coisas como, aliás, faz o seu género: dizer tudo para, depois, dizer que não disse nada!
São os curiosos “lapsus linguae” de Jardim que, não poucas vezes, têm o tamanho de todo um discurso eleitoralista.
Uma no cravo, outra na ferradura, lá vai fazendo a cabeça aos menos prevenidos (que parecem ser muitos, demasiados) que, porventura e apesar dos desmandos e artimanhas orçamentais que colocam a Madeira em bancarrota, o devem reconduzir à frente do governo local.
De facto, numas entrevistas de rua a propósito das intenções de voto dos madeirenses pudemos ouvir esta declaração lapidar a um dos entrevistados: votarei Jardim até à morte para os patetas do “contenente” não virem para aqui mandar!
Melhor e mais clara prova?
A FALTA DE RIGOR COM QUE OS PROBLEMAS SÃO TRATADOS
É pena que não haja em Portugal a noção de que a Organização Administrativa de um país é tão importante como a organização de uma qualquer empresa que se deseja bem sucedida!
A prova ficou feita no “Prós e Contras” de ontem quando o ministro Miguel Relvas poucas razões plausíveis adiantou para a “reforma” que o governo vai fazer com uma redução drástica do número de freguesias, além de afirmar que o “poder local não pode ser a vaca sagrada da democracia” pese, embora, os grandes serviços que prestou ao país!
Em primeiro lugar as vacas sagradas não podem existir na política e, depois, o poder local não só prestou grandes serviços ao país como terá de continuar a prestá-los.
Num país com as características de Portugal, os poderes de proximidade são mais do que necessários, somente necessitam de ser reorganizados em função dos objectivos atuais.
Não será nesta política de corta e cose que o problema se resolverá porque uma inteligente reforma administrativa é absolutamente indispensável e urgente para desenvolver Portugal e equilibrar as suas desarmonias que são a causa e o efeito da má administração do território. Esta é a grande confusão do Sr Ministro!
A prova ficou feita no “Prós e Contras” de ontem quando o ministro Miguel Relvas poucas razões plausíveis adiantou para a “reforma” que o governo vai fazer com uma redução drástica do número de freguesias, além de afirmar que o “poder local não pode ser a vaca sagrada da democracia” pese, embora, os grandes serviços que prestou ao país!
Em primeiro lugar as vacas sagradas não podem existir na política e, depois, o poder local não só prestou grandes serviços ao país como terá de continuar a prestá-los.
Num país com as características de Portugal, os poderes de proximidade são mais do que necessários, somente necessitam de ser reorganizados em função dos objectivos atuais.
Não será nesta política de corta e cose que o problema se resolverá porque uma inteligente reforma administrativa é absolutamente indispensável e urgente para desenvolver Portugal e equilibrar as suas desarmonias que são a causa e o efeito da má administração do território. Esta é a grande confusão do Sr Ministro!
DE SEGURO E DA TROIKA...
Cumprir os compromissos assumidos com a Troika não passa de uma condição para podermos dispor de um financiamento menos penoso do que aquele que os “mercados” nos impuseram, porque os grande objectivo de Portugal é sair da situação de falência em que se encontra e construir um futuro que permita aos seus cidadãos viver sem sacrifícios excessivos e com dignidade.
Todos já temos a noção de que as imposições da Troika não são um programa de governo nem a sua execução garante os desígnios futuros de um país que quer ser estável e seguro. É preciso muito mais. Daí que quando Seguro, o Secretário-Geral do PS, se afirma disponível para que o país cumpra aquilo a que se comprometeu com a Troika não esteja a cumprir o seu dever de solidariedade e, mesmo na crise profunda em que nos encontramos, tenha como objectivo fundamental a retoma do poder que, ao fim de muitos anos de erros grosseiros de governação, o povo lhe retirou.
Ao dizer que o PS continua disposto a defender os seus valores, apetece perguntar se serão os que prosseguiu ao longo dos anos em que exauriu o país com a prática de políticas incompatíveis com os recursos nacionais…
Não consta que um Pentecostes qualquer tenha dado a Seguro a sabedoria e a sensatez que o PS não mostrou ter com Sócrates que a maioria do partido apoiou em Congresso em que não teve quem o enfrentasse para ser o seu Secretário-Geral.
Todos já temos a noção de que as imposições da Troika não são um programa de governo nem a sua execução garante os desígnios futuros de um país que quer ser estável e seguro. É preciso muito mais. Daí que quando Seguro, o Secretário-Geral do PS, se afirma disponível para que o país cumpra aquilo a que se comprometeu com a Troika não esteja a cumprir o seu dever de solidariedade e, mesmo na crise profunda em que nos encontramos, tenha como objectivo fundamental a retoma do poder que, ao fim de muitos anos de erros grosseiros de governação, o povo lhe retirou.
Ao dizer que o PS continua disposto a defender os seus valores, apetece perguntar se serão os que prosseguiu ao longo dos anos em que exauriu o país com a prática de políticas incompatíveis com os recursos nacionais…
Não consta que um Pentecostes qualquer tenha dado a Seguro a sabedoria e a sensatez que o PS não mostrou ter com Sócrates que a maioria do partido apoiou em Congresso em que não teve quem o enfrentasse para ser o seu Secretário-Geral.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
A REFORMA ADMINISTRATIVA INEFICAZ
Não tenho dúvidas de que na Administração do Território, tal como em quase tudo, os célebres “jobs for the boys” conduziram a um descalabro de gastos que só poderia ter como consequência o que sucedeu.
Como, de novo, diria D Jaime, Portugal foi lauta boda… onde comeu a escumalha toda!
Agora que o dinheiro é escasso, continuam a comer os que, sempre em nome do bem do povo, criaram empresas públicas, fundações, parcerias e outras coisas sem qualquer utilidade visível que até podem ter enchido os seus bolsos mas contribuíram e contribuem para esta tripa-forra de gastos inúteis com os quais não é fácil acabar.
Admito e compreendo que “cortar nas gorduras” seja bem mais difícil do que pareceria, porque muita luta darão os que das gorduras se alimentam.
De muita reforma vai necessitar este país, com a da Administração Local. Mas em vez de se pensar que esta reforma se destina a reduzir os gastos como Portugal tanto necessita, uma iniciativa louvável mas menor, melhor será ter vistas largas e pensar que o objectivo mais premente desta reforma será a criação de condições para aproveitar integralmente os recursos nacionais.
Os desequilíbrios territoriais, mais do que evidentes, entre o litoral e o interior são a prova mais óbvia da má administração do território, bem como são a causa mais direta da sua pobreza!
Erros acumulados ao longo de muitos anos em que tantos disparates se fizeram não foram suficientes para nos mostrar como há que ser cuidadoso com esta iniciativa. Nem, sequer, fomos capazes de aprender como ela é urgente! Mas a necessária não é, de todo, esta que o governo quer fazer…. Esta é ingénua, perturbadora e inútil!
Como, de novo, diria D Jaime, Portugal foi lauta boda… onde comeu a escumalha toda!
Agora que o dinheiro é escasso, continuam a comer os que, sempre em nome do bem do povo, criaram empresas públicas, fundações, parcerias e outras coisas sem qualquer utilidade visível que até podem ter enchido os seus bolsos mas contribuíram e contribuem para esta tripa-forra de gastos inúteis com os quais não é fácil acabar.
Admito e compreendo que “cortar nas gorduras” seja bem mais difícil do que pareceria, porque muita luta darão os que das gorduras se alimentam.
De muita reforma vai necessitar este país, com a da Administração Local. Mas em vez de se pensar que esta reforma se destina a reduzir os gastos como Portugal tanto necessita, uma iniciativa louvável mas menor, melhor será ter vistas largas e pensar que o objectivo mais premente desta reforma será a criação de condições para aproveitar integralmente os recursos nacionais.
Os desequilíbrios territoriais, mais do que evidentes, entre o litoral e o interior são a prova mais óbvia da má administração do território, bem como são a causa mais direta da sua pobreza!
Erros acumulados ao longo de muitos anos em que tantos disparates se fizeram não foram suficientes para nos mostrar como há que ser cuidadoso com esta iniciativa. Nem, sequer, fomos capazes de aprender como ela é urgente! Mas a necessária não é, de todo, esta que o governo quer fazer…. Esta é ingénua, perturbadora e inútil!
DURÃO FAZ JUS AO NOME
Finalmente Durão Barroso chateou-se com a situação e falou grosso. Quase disse o que devia dizer.
Não é fácil enfrentar a soberba alemã nem um presidente francês que quase não acerta uma mas, por certo temendo poder tornar-se no presidente de uma comissão de liquidação da uma Europa mal parida, abriu o livro e mandou recados. Quase chegou onde devia. Mas quem sabe se numa próxima vez não vai dizer tudo e perguntar aos “empatas” se esta Europa é para brincar ou é a sério. Se for a sério as coisas terão de ser de outro jeito, de modo a fazer da Europa um todo em vez de uma manta de retalhos.
Na realidade, tal como Barroso disse, a grande potência emergente deveria ser a Europa. A não ser assim, mais vale acabar com a brincadeira de mau gosto.
Não é fácil enfrentar a soberba alemã nem um presidente francês que quase não acerta uma mas, por certo temendo poder tornar-se no presidente de uma comissão de liquidação da uma Europa mal parida, abriu o livro e mandou recados. Quase chegou onde devia. Mas quem sabe se numa próxima vez não vai dizer tudo e perguntar aos “empatas” se esta Europa é para brincar ou é a sério. Se for a sério as coisas terão de ser de outro jeito, de modo a fazer da Europa um todo em vez de uma manta de retalhos.
Na realidade, tal como Barroso disse, a grande potência emergente deveria ser a Europa. A não ser assim, mais vale acabar com a brincadeira de mau gosto.
domingo, 2 de outubro de 2011
O “DEVER” ACIMA DE TUDO…!
Eu não sei se este país ficou pateta ou se o querem fazer. E também não imaginava que, em desespero, se pudesse dizer tanto disparate!
Depois de tantas coisas que já o ouvi dizer, algumas contraditórias, acabei de ouvir o JJardim “abençoar a dívida”, apontando uma série de razões pelas quais afirma que, por ela, muita pobreza e muitas carências foram extintas na Madeira. Mas esqueceu de dizer duas coisas mais: a pobreza e o analfabetismo na madeira continuam elevados apesar da dívida que, dizem os seus opositores, também fez “engordar” alguns ramos da árvore dominante. Também não explicou como, com esta dívida às costas e sem dinheiro, vai pagar a água e a eletricidade, os médicos e outras coisas que diz ter dado à população... Irá vender as auto-estradas? Aqui coloca-se o mesm o problema!
Mas estou-me nas tintas para o que façam JJardim e os seus acólitos desde que paguem a dívida que fizeram, como é próprio de gente séria (os outros são os ladrões) e, também, não cometam o crime de conspirar contra a integridade do Território Nacional. Nem a brincar.
Por alguma razão – que afinal não foi nenhum milagre – a Madeira era a segunda região do país com mais elevado rendimento per capita… Pudera… se acumulou dívida até quase mais 50% do que o PIB da Região, numa interpretação sui generis do popular ditado “o dever acima de tudo”! Questões de dialeto?
Creio que o homem entrou em “delírio gerôntico”, talvez em consequência de tanto desgaste a gastar dinheiro na Madeira. Por isso me lembrei que, tal como para a licença de condução a partir de certa idade, mas com mais razão de ser ainda, deveriam ser obrigatórios testes que comprovassem as capacidades necessárias para ocupar cargos governativos…
Acho que o “prazo de validade” dele estaria caducado…
Depois de tantas coisas que já o ouvi dizer, algumas contraditórias, acabei de ouvir o JJardim “abençoar a dívida”, apontando uma série de razões pelas quais afirma que, por ela, muita pobreza e muitas carências foram extintas na Madeira. Mas esqueceu de dizer duas coisas mais: a pobreza e o analfabetismo na madeira continuam elevados apesar da dívida que, dizem os seus opositores, também fez “engordar” alguns ramos da árvore dominante. Também não explicou como, com esta dívida às costas e sem dinheiro, vai pagar a água e a eletricidade, os médicos e outras coisas que diz ter dado à população... Irá vender as auto-estradas? Aqui coloca-se o mesm o problema!
Mas estou-me nas tintas para o que façam JJardim e os seus acólitos desde que paguem a dívida que fizeram, como é próprio de gente séria (os outros são os ladrões) e, também, não cometam o crime de conspirar contra a integridade do Território Nacional. Nem a brincar.
Por alguma razão – que afinal não foi nenhum milagre – a Madeira era a segunda região do país com mais elevado rendimento per capita… Pudera… se acumulou dívida até quase mais 50% do que o PIB da Região, numa interpretação sui generis do popular ditado “o dever acima de tudo”! Questões de dialeto?
Creio que o homem entrou em “delírio gerôntico”, talvez em consequência de tanto desgaste a gastar dinheiro na Madeira. Por isso me lembrei que, tal como para a licença de condução a partir de certa idade, mas com mais razão de ser ainda, deveriam ser obrigatórios testes que comprovassem as capacidades necessárias para ocupar cargos governativos…
Acho que o “prazo de validade” dele estaria caducado…
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