ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

180 DEPUTADOS? POIS CLARO E COM MANDATOS LIMITADOS!

Esta situação de emergência que vivemos é, como tanta gente já o disse, a prova de termos vivido tempo demasiado acima das nossas possibilidades. O Estado e a maioria de nós.
Chegámos a este ponto de leviandade de conquista em conquista, de mais direitos a mais direitos, de descuido em descuido, de demagogia em demagogia, de greve em greve. Agora que vamos fazer? Mais greve contra a perda de direitos que tantas conquistas granjearam mas que o que realmente possuímos não permite satisfazer...
Mal começámos, ainda, a perceber como se deitava fora tanto dinheiro, como o esforço de muitos revertia em benefícios de poucos, como políticos incompetentes fizeram o que não deviam ter feito, como a erros se somaram erros e como a maioria de nós, quais papalvos, foi na conversa.
Parece terem-se aberto as portas do Inferno! Cada vez que se esgravata sai trampa, cada vez que se abre uma gaveta aparecem dívidas, sempre que se levantam tapetes fica à vista todo o lixo que, durante tanto tempo, taparam. Só os “caras-de-pau” continuam, impávidos e serenos, a fazer de conta que não é com eles.
Aceito, nem tenho outro remédio, os sacrifícios que me pedem. Mas quero, exijo que não sejam só para mim e mais alguns, que não permaneçam intocadas as benesses e mordomias que o país não pode conceder e sejam apontados os culpados das desgraças que nos afrontam!
Que andaram a fazer tantos iluminados que elegemos na presunção de serem os melhores? Enquanto governaram fizeram disparates e, depois de governarem, tornaram-se críticos dos disparates que os outros fizeram. E assim sucessivamente porque, nesta aldeia onde nascemos, são sempre os mesmos na ribalta, as mesmas cabeças a fazer que pensam, as mesmas bocas a ditar sentenças, os mesmos a opinar sobre a cura dos males que causaram e são sempre os mesmos os caminhos para a fortuna.
Deixou de haver ideais porque as ideias são poucas. Deixou de haver bom senso porque a pressa é muita. Deixou de haver sucesso porque a esperteza matou a inteligência!
Não faço ideia se este governo vai conseguir ou não desatar o nó cego que lhe caiu nas mãos. Parece-me que, de há muito tempo a esta parte, é o primeiro a fazer alguma diferença e a tomar algumas atitudes que antes ninguém tomara. Talvez por isso, mesmo depois de uma vitória significativa do PSD, ainda que relativa, até o partido que o elegeu parece estar contra ele!
Eu, que há muito tempo já não vou atrás de cores, não ando em grupos, não canto em coros nem me candidato a nada, desejo, ardentemente, que tenha sucesso, pois só o seu sucesso me poderá trazer a tranquilidade de sentir que não me pedem mais sacrifícios, que os meus filhos e os meus netos terão uma vida mais tranquila.
Apelo ao governo que faça orelhas moucas às críticas maldosas, corte a direito, acabe com as injustas desigualdades que tanto podem estar nas subvenções a ex-políticos como nos subsídios que convidam a mandriar, acabe com os “tachos” que ao contribuinte compete manter cheios, acabe com tudo o que está a mais e só prejudica quem quer fazer alguma coisa, sem esquecer a Assembleia da República onde o mínimo de 180 deputados até me parece demais e a renovação sucessiva de mandatos é, para mim e para muitos, um verdadeiro escândalo!
Que ser político seja uma profissão, eu aceito. Mas representante do povo tem de ser povo!

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